Ayla.
[...]
📲 Imperador
Imperador: E agora, minha mãe falou que não é pra dar um real pra ela.
Ayla: Não falei com ela ainda não, mas se tu tá me dizendo então já sei que não é pra dar.
Imperador: Foi isso aí que ela falou pra mim, eu já não ia dar antes e agora é que eu não dou de forma nenhuma.
Ayla: Eu já não falo mais nada, então eles que são brancos que se resolvam. Falei pra mãe um milhão de vezes pra não deixar as coisas no gosto do pai porque ia dar errado! Aí deu.
Imperador: Se ela esquentasse só a cabeça dele, tava bom, mas o caô vem pra cima de mim. Sou pai dela não, tá maluco.
A porta da minha sala se abriu e era a Laís, minha secretária.
Laís: Doutora, sua irmã está aí e quer vê-la.
Ayla: Manda ela entrar, Laís. - sorriu, assim que ela saiu voltei a falar com o Pablo - Já chegou e tá entrando, depois eu falo contigo.
Imperador: Já é, Lala! Fica com Deus aí, te amo e qualquer coisa já sabe onde me achar.
Ayla: Eu também te amo, qualquer novidade eu te aviso! Se cuida aí e logo logo tu tá de volta.
Imperador: Deus te ouça, se liga nela e não cai no papo dela. - vi a Alana entrando na minha sala.
Ayla: Tá bom, fé em Deus.
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Alana: Oi mana.
Ayla: Oi minha irmã, surpresa em ver você. - me levantei pra cumprimentar ela.
Alana: Tava passando aqui perto e resolvi dar uma passada pra ver como que você tá.
Ayla: Tô bem e você?
Alana: Tô bem, mas não tô! A mamãe passou dos limites, bloqueou as contas do banco, meus cartões, olha.. Só Jesus! - passou a mão no rosto.
Ayla: Tô sabendo de tudo já e não tem muita coisa a se fazer em respeito a isso. Alana até meu filho que tem síndrome de down tem responsabilidade e tu nada!
Alana: Eu não sou tão ruim assim, Lala! Tenta me entender.
Ayla: Tentei te entender, mas agora não dá mais pra passar pano pra tu! Tu vai e procura uma faculdade, tenho certeza que ela e nem o pai vão negar ajuda pra tu nessa parte.
Alana: Será? A mãe tá com raiva de mim, nem me liga mais pra saber como eu tô.
Ayla: Tu tá indo no mesmo caminho que a minha mãe biológica, Alana! O fim dela foi triste, pesado até pra mim. Eu queria ter tido ela como mãe, mas infelizmente ela foi a principal culpada da própria morte e vou te falar com todas as letras que eu não queria ver essa história se repetindo na nossa família.
Alana: Eu não sei fazer nada, cara! Como é que eu vou sobreviver?
Ayla: Se tu tiver interesse mesmo, tua família tá aqui pra te ajudar, só que ninguém vai botar dinheiro fácil na tua mão. Teu destino quem vai fazer é tu! Tu é bonita, fala bem, faz maquiagem como ninguém e aí é contigo!
Alana: Tu acha mesmo?
Ayla: Ainda dá tempo de tu melhorar e aprender com os teus erros que não foram poucos.
Alana: Babi me esculhambou no cemitério, falou que tinha mil formas de sumir comigo depois de morta, me chamou de escória e tudo mais. - começou a chorar.
Ayla: Babi é o menor dos seus problemas agora, Alana. Mas tu sabe o porquê de todo esse rancor dela né? - ela concordou - Então não se faz de pão não, mas com o tempo isso acaba!
Alana: Não vai acabar é nunca, aquela mulher é um demônio! Acha que tem direito de me ameaçar, se ela é neta da Imperatriz e do MK eu também sou, nós somos!
Ayla: Não fala assim, tu sabe que isso é exagero de sua parte! Cada um com suas dores… - olhei séria pra ela - Olha pra mim e responde uma coisa, se tu fosse ela, se tu passasse pelas coisas que ela passou, ouvisse as coisas que ela ouviu por uma coisa que ela nem sabia que estava acontecendo, como ia ser tua reação? Será que seria diferente?
Alana passou uns cinco minutos me olhando sem falar nada. É, pimenta no cu dos outros é refresco!
Alana: Não sei, acho que sim, é difícil prever.
Ayla: Claro, porque não foi em tu que doeu! Vira essa página, se adianta e um dia quem sabe esse assunto entre vocês seja resolvido.
Entrei na mente da Alana, saiu daqui falando que ia conversar com a Maísa pra ver se tinha chance dela trabalhar na Império Rio. Coisa que eu duvido muito, Maísa e ela já se estranharam lá atrás e a relação que já não era boa ficou pior.
Voltei pra casa depois de mais um dia de trabalho e juízo consumido com processo e encontrei minhas cria tudo espalhada pela casa e assistindo filme como se não houvesse o amanhã. Só o Fábio que estava sentado no sofá pequeno com o macbook de guerra dele.
Ayla: Eu queria uma vida boa dessa. - falei fazendo graça.
Marina: Minha última paciente desmarcou, então vim pra casa descansar. O procedimento dela é mais demorado, então tô de folga até segunda-feira. - sorriu vitoriosa.
Fábio: Viva o nome office. - sorriu vidrado na tv e desviou pro que ele estava fazendo.
Bernardo: Só vou agora na segunda também, o dono vai viajar com a mulher dele pra enterrar a sogra dele.
Fábio: Ele tá muito feliz hoje, certeza. - deu risada.
Bernardo: Ela era ruim, pior que a Renni. - se referiu a tia da Laís.
Ayla: Vamo mudar de assunto, vamo? Cadê o pai de vocês?
Marina: Tava em casa, mas foi pra boca que teve um caô e ele foi lá ver, mas tá chegando.
Ayla: Se ele chegar, eu tô lá em cima.
Lá em casa eu tinha um marqueteiro, uma esteticista, um farmacêutico e uma secretária. Sim, Laís minha nora é a minha secretária! Graças a ela, meus horários são organizados e nunca mais fiquei sem dar conta das minhas obrigações. Quem organiza meu financeiro é ela e pensa num doce de menina.
No começo, quando o Bernardo me contou dela, eu fiquei com medo e aliás sempre tive muito medo do mundo quando se trata dos meus filhos. Hoje eu entendo muito o que a minha vó e a minha mãe falavam na minha época de adolescente, a questão de confiança com eles e eles terem carta branca pra conversar sobre tudo comigo.
Segurei o Fábio e a Marina ao máximo, imagine o Bernardo?! Tive que bater muita boca com gente preconceituosa em todos os lugares, inclusive em colégio regular onde a professora fazia vista grossa pro bullying que ele sofria pela aparência.
Fábio presenciou uma de muitas dessas cenas lamentáveis, perdeu a paciência e partiu pra agressão. No fim das contas, ele tinha sido expulso e quando eu o questionei o motivo, ele me disse a seguinte frase:
“Se mexerem com meu irmão, mãe, a porrada come!”
Foi aí que o Fábio explicou pra mim o que havia acontecido, eu fui na escola possessa e acabei tirando os outros dois de lá. No fim das contas coloquei os três numa outra escola e por sorte essa tem profissionais especializados e acolheram meus filhos maravilhosamente.
E é aí que entra a Laís. A Laís também tem síndrome de down e o Bernardo conheceu ela na escola, houve aproximação dos dois e essa amizade virou amor. Bernardo me contou essa história dela e eu fiquei comovida, imagina ele que já gostava muito dela!? Não deu outra, cismou que queria morar com ela.
Meu coração apertou, ficou pequeniníssimo, Guilherme conversou comigo e a gente tomou uma decisão juntos e foi a decisão mais acertada do mundo. Coloquei os dois pra morar aqui comigo. Muito lindo de ver o cuidado dele com ela e vice versa, eles conversam sobre tudo, decidem tudo juntos. Dão uma verdadeira aula de companheirismo!
Falando neles, lá foi a Laís pra juntinho do Bê, com direito a beijo e a chocolatinho na boca. Aprendeu direitinho com o safado do Corolla, ele ainda tem essas coisas comigo. Acreditam?

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DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanficFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?