Capítulo quarenta.

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Fernando.

O clima na fazenda ainda era de tensão, às vezes ainda saía faíscas quando se tocava em certos assuntos. Depois do sermão do tio Fabinho, algumas coisas amenizaram e por incrível que pareça nós presenciamos a Babi e tio PH conversando sem sair raios e trovoadas entre eles.

O clima pesou mesmo depois do almoço, a tia Carol chegou do Rio de Janeiro visivelmente contrariada, dizendo que tia Gabriela tinha arregado pro estado. Foi desmentida logo depois pelo tio PH que contou a atual situação do Imperador.

Sheron entrou em desespero, chorou como nunca e eu tentei ajudar falando que o Imperador ia voltar pra casa com vida. Tentei ser positivo! Quando a noite caiu, eu vi que o bagulho ia ficar doido pois tia Gabriela chegou de jatinho absolutamente do nada.

Sheron: Vovó.. - a soltei e ela se levantou pra falar com a tia.

Gabriela: Ô minha preta, não chora não, a gente vai dar um jeito de tirar seu pai de onde ele tá. - falou abraçada com ela - Prometo pra você que seu pai volta pra casa.

Sheron: Ele pode tá machucado, será se ele tá se alimentando?

Gabriela: Isso só Deus e seu pai é que sabe, mas os maus tratos vai acabar. - beijou a testa da Sheron.

Fernando: Tu sabe que teu pai não gosta quando tu chora, tu tem que ser forte por ele.

Sheron: Sei, mas tô desesperada! Meu avô faz a merda toda e meu pai quem assume as consequências?

BN: Não por muito tempo, princesa.

Gabriela: Ele vai dar jeito nisso, amor, prometo.

Em questão de segundos a sala estava absolutamente a família toda, com exceção do Roger, do Léo e da Alana também que estava no Rio, só que ninguém sabe exatamente onde.

O boato que rolava é que ela estava no Jorge Turco. Fazendo o quê? Só Deus sabe.

Tio Falcão contou pro resto da família que a minha avó ainda tentou argumentar pra tirar ela do fogo cruzado. Deixar ela lá no Alemão enquanto essa confusão do Imperador se resolve, mas meu avô não quis saber, não deixou que ela pisasse no Alemão e não queria nem que falassem o nome dela perto dele.

Com toda desgraça do mundo, mesmo com ela aprontando o diabo a quatro, ela é uma de nós. Se fizeram o que fizeram comigo, imagina o que não fariam com ela?!

Eu também tinha que trabalhar, mas pedi licença de uns dias pra resolver meus problemas com a justiça, mas logo eu teria que voltar pro Rio.

Quando eu fecho os olhos é inevitável não me lembrar do tapa que eu tomei na cara daqueles filho da puta e se tem alguma coisa que eu tenho certeza nessa vida além da morte é que eu ia fazer jus ao caô na justiça.

Gabriela: É até bom que estejam todos por aqui. A situação no Rio não tá favorável pra nós e só não tá pior porque a maioria tá aqui. - se sentou - Graças ao Choque eu descobri que o Pablo tá na solitária e esse papo de que ele tá sumido é só pra tirar a gente de tempo porque eles têm interesse de matar ele.

Sheron: E por quê isso só agora? Meu pai não é um santo, mas acho que se fossem matar, já teria matado no dia que ele foi preso. Ele se entregou quando viu que tava cercado, eu tava lá e vi.

Larissa: Felizmente ou infelizmente, a repercussão que daria seria enorme. A gente só tá vivendo o que viveu quando a minha sogra foi presa, foi um tumulto, era um inferno e foi por isso que cada um tomou um rumo diferente.

Fabrício: Foi nessa época que eu assinei com o City e fui embora. - se encostou na poltrona.

Patrícia: Matheus começou a ser caçado logo depois, foi só o PH ser preso que começaram a investigar todo mundo e inclusive a gente. Eu nunca nem mexi sequer num farelo de pó, mas fui indiciada por associação.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora