Capítulo sete.

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Roger.

A bala começou a voar e eu só soltei a mina e fui atrás da minha mãe por questões familiares. Na tentativa de arrastar minha mãe comigo pra casa, mas dona Poderosa não deixou baixo e do nada apareceu com um puta fuzil e meu pai com outro.

Poderosa: Tu sai por ali, mete o pé pra casa e dentro do meu banheiro, atrás do espelho é um fundo falso e tem uma pistola e um silenciador. Tu sabe o que tem que fazer, se alguém aparecer lá, é bala! - falou séria de olhão e tudo. 

Roger: E depois? 

Raro: E depois deixa com nós que nós resolve. 

Roger: Não é melhor vocês meter o pé pra casa? Tá perigoso pra caralho, polícia quer botar a mão em vocês.

Poderosa: Perigosa sou eu com ódio, não saí da minha casa pra trocar tiro, mas se eles querem me fuder, primeiro vão ter que tirar minha roupa.

Raro: Me conforta saber que é aí que tá o caô. - destravou o fuzil - Pra ver minha mulher nua, eu vou ter que morrer. - sorriu safado.

Meti o pé o mais rápido possível de lá, corre corre do caralho e a bala voando de um lado pro outro. Tava quase chegando em casa, só vi um par de bunda tropeçando no salto e caindo no chão. 

Aí eu tinha duas opções, ajudar ou meter o pé pra casa. Escolhi meter o pé, mas depois de dois passos eu me toquei que podia ser até a minha mãe caída e se ninguém ajudasse eu não ia entender legal não.

Roger: Maldito espírito de Fabiana. - murmurei pra mim e voltei.

Resultado? Belisa no chão igual uma jaca! Não deu tempo nem de abrir a boca e ouvi uma explosão seguido de tiro, então peguei Belisa no colo e levei pra casa da minha mãe e botei ela em cima do sofá.

Belisa: Obrigada, cara. Salvou real. - botou a mão no peito.

Roger: Nada demais, tu é da família.

Fui no banheiro da minha mãe e achei a pistola do lado do silenciador por trás do enorme espelho e voltei com ele pra sala. Nunca se sabe o que pode acontecer.

Belisa: Caralho, inferno. - reclamou quase gemendo e tentando tirar o salto quebrado do pé.

Roger: Bagulho de maluco correr por aí de salto enquanto a bala voa na favela. - me abaixei na frente dela e desatei o nó com um pouco de dificuldade.

Belisa: A não, tudo que eu não preciso é ouvir tu me gastando. - puxou a perna na direção de si própria.

Roger: É suicídio andar sozinha numa hora dessa, cadê tuas amigas?

Belisa: Me perdi delas no meio do tumulto, sinceramente é uó. 

Roger: Machucou? - olhei em torno dela.

Belisa: Não, tô de boa.

Roger: De boa não tá não, tá inchando essa parada aí, vou pegar gelo pra tu. - fiquei de pé novamente.

Belisa: Não precisa, não quero incomodar, tu já fez demais, cara.

Roger: Quem liga? - fiz careta - Fica aí, pô! Não vou te comer não.

Só se ela quisesse.

Belisa: Se enxerga, Roger.

Belisa se fez de durona, não reagiu e eu fui buscar o gelo na geladeira. Botam fé que só tinha duas pedrinhas? Cadê o resto? No mínimo minha mãe deve ter bebido com uísque ou usado no rosto, não é possível. Mas de boa, peguei a bolsa, joguei o gelo e completei com água gelada.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora