Capítulo cinquenta e quatro.

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Alana.

Meu salário caiu e eu tô um nojo hoje! É, não sei se é o Atacante que anda bonzinho ou o meu trabalho impecável que tá valendo ouro, mas sei que quinze notinhas de cinquenta e vinte notinhas de cem reais vieram parar na minha mão.

Parece uma besteira, mas ao mesmo tempo é libertador. Não esqueço do tempo que eu tinha um cartão black e pelo menos dez mil reais em dinheiro vivo dentro da minha bolsa. Esse tinha outro gosto e um certo destino.

Atacante: Esse sorrisão todinho é por causa do dinheiro? - me encarou passando a liga no restante do dinheiro que ficou no bolso dele.

Alana: Lógico, eu tenho umas coisas pra resolver e preciso de dinheiro. - falei me abanando.

Atacante: Hm, posso saber o quê?

Alana: Claro que pode! Vou me matricular na faculdade.

Atacante: Olha ela e tu já sabe o que tu vai seguir?

Alana: Não ainda, mas daqui até chegar lá dá tempo de escolher um curso. - falei convicta - Tô dividida entre medicina e direito.

Atacante: Do jeito que teu pavio é curto, é melhor passar longe de direito. Olhando direitinho, tu tem o jeito da tua mãe de falar, se seguir a mesma caminhada dela tu tem grande chance de se dar bem e ser a próxima doutora do comando. - abriu um sorrisinho.

Alana: Jamais seguiria criminal, eu ia querer algo mais caótico! Quem é que rejeita um casos de família? - sorri imaginando.

Atacante: Tu gosta de ver o circo pegando fogo, né diaba? - acariciou minha perna e eu neguei com a cabeça.

Alana: E por outro lado, medicina ou enfermagem me atraem bastante. - olhei pra ele.

Atacante: Vai vestir uma roupinha sexy daquelas pra mim?

Alana: Não, mas posso vim arrancar uma bala de dentro de você se precisar. Tudo isso vai depender do processo aquisitivo lá na faculdade.

Atacante: Não é melhor pra tu se segurar na herança que a tua tia te deixou? Tu não pediu, foi ela que escolheu deixar pra tu.

Alana: Se fosse em outra época, eu ia dar um golpe pra receber essa herança, mas hoje eu tô querendo é correr de ter vínculo com a minha família. Pior ainda quando envolve dinheiro no meio, aí é que eu não quero mesmo.

Atacante: Tu não pode ser tão rancorosa assim.

Alana: Uma semana largada no hospital sem receber visita de ninguém. - olhei pra ele - Eu não sou rancorosa, só não tenho alzheimer e nem que eu viva mais trinta ou cinquenta anos eu não vou me esquecer do que eu ouvi e do que eu vivi.

Atacante: Não tô falando pra tu lamber geral, tô falando pra tu se garantir no futuro. Tua tia te deixou um puta apartamento, te deixou sabe lá quanto em jóias.. Se tu usar tua cabeça, tu nunca mais vai ser humilhada por ninguém.

Alana: Eu não tenho como manter aquele apartamento cobertura, tu acha que três e quinhentos segura as contas e ainda dá pra me bancar? Só o condomínio é uma fortuna! Eu não teria coragem de vender nenhuma das jóias dela. Eu prefiro nem vê-las pessoalmente, só queria a caixinha vermelha. Eu amava mexer nela e ficar me olhando no espelho, enquanto bagunçava tudo em cima da cama, imitando tia Keila. - ri de lado.

Atacante: Vamo fazer o seguinte, proposta irrecusável, tá? Eu banco tua faculdade e eu fico com o teu apartamento, mas tu vai manter no teu nome.

Alana: A troco de quê? - levantei a sobrancelha.

Atacante: Kaíque. - olhou pro mesmo que estava totalmente entretido com o desenho na tv - O futuro de traficante é incerto. Kaíque é menor de idade, não sei se eu vou chegar a terminar de criar o moleque, mas preciso garantir que ele vá ficar bem se um dia eu vier a faltar. Tu recebe a herança, transfere pro teu nome e eu compro o apartamento pelo preço que tu quiser. Se eu morrer antes do Kaíque fizer dezoito anos, tu sabe o que fazer.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora