Capítulo cinquenta e três.

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Suzane.

[...]

BN: Acorda, Maísa, por tudo que é mais sagrado, acorda. - balançou o rosto da dona Maísa algumas vezes - Mas o que porra vocês fizeram com ela? - abriu olhão pra mim.

Poderosa: Eu nada, já teu filho.. - começou a rir - Eu vou atrás de álcool na dispensa, isso vai passar. - saiu andando.

BN: E ela quem é? Tem alguma coisa a ver com o desmaio da tua mãe? - me olhou e encarou o Léo.

Suzane: É melhor eu ir embora, eu não queria causar tudo isso.

Eu realmente não queria causar esse auê todo.

BN: Hein, Léo?! Eu saio de casa de manhã e minha mulher tá numa boa, quando eu volto aí eu encontro ela desmaiada?

Leonardo: De certa forma tem, pai, mas a gente conversa melhor quando a mãe acordar.

Poderosa: Tá aqui. - trouxe o álcool e um pano de prato limpo - Coloca um pouco no pano e passa perto do nariz, ela vai acordar.

A dona Maísa desmaiou segundos antes do pai do Léo entrar em casa. É claro que quando ele viu a irmã dela e o Léo colocando ela de olhos fechados em cima do sofá, ele ficou maluco e já partiu pra ignorância.

Depois que ele molhou o pano e passou perto do nariz dela, a dona Maísa acordou. Atordoada, mas acordou e é o que importa.

BN: Calma, meu amor. - a segurou quando ela tentou levantar de uma vez - Deita um pouquinho, deita.

Maísa: Minha cabeça dói, meu cotovelo.. O que foi que aconteceu, meu loiro?

BN: Tu desmaiou e bateu o cotovelo quando caiu, mas tá tudo bem. Relaxa um pouco, vai. - falou com maior carinho.

Nossa, achei carinhoso e já fiquei sentida.

Leonardo: A senhora tá bem, mãe? Quer uma água?

Maísa: Eu quero é uma ponto trinta pra rasgar tua cara de bala, filho da puta! - falou bolada - Meu loiro, tu não sabe o que esse filho de uma puta safada aprontou.

BN: E o que é que foi, nega?

Maísa: Engravidou essa puta aí, tá bom de açúcar? - apontou pra mim.

Suzane: A senhora por favor me respeite! Entendo que a senhora tá nervosa. - rebati nervosa.

Maísa: Que tipo de respeito se dá a uma mulher que é casada e engravida de outro homem? An? - se levantou virada no capeta.

BN: Casada? - abriu olhão - Perdeu o juízo, moleque? Tanta buceta por aí e tu foi comer a que tava casada?

Maísa: Exatamente, meu loiro. Ela é casada e anda se deitando com esse safado aí! Olha Leonardo, eu te juro que se tu aparecesse dentro de um carro todo picotado de bala, eu ia achar era bem feito.

Leonardo: O que é isso, mãe?!

Maísa: É isso mesmo, tu merece é tomar é no cu pra deixar de ser safado também. Ela é safada, tem cara de puta e de puta a gente espera qualquer coisa, mas você é o culpado disso tudo. Você tá tentando me matar de raiva, seu desgraçado. - começou a me bater e os tapas dela arde pra caralho.

Poderosa: Não fala assim, Maísa, procura se acalmar… Tudo tem uma solução.

Leonardo: Perdão, mãe.. Aconteceu, não foi intencional não. - segurei nos braços dela e ela se soltou de mim.

Suzane: É dona Maísa, não foi a nossa intenção. Isso nem podia estar acontecendo. - tentei acalmar a fera mesmo sabendo que ela já tava puta comigo.

Maísa: Espera. - deu uma pausa - Vocês fazem sexo sem camisinha sabe lá se Deus desde quando e agora vocês me dizem que não tiveram a intenção? Mas o que porra vocês tão pensando da vida? Acharam que iam fuder e no lugar de um bebê vocês iam ganhar um carro do ano? Tá me achando com cara de otária, Leonardo? - berrou.

BN: A quanto tempo essa porra tá rolando já nem interessa mais, o que eu quero saber é o que nós vamo fazer agora pra resolver. Tirar a criança não é opção e eu já tô adiantando logo, porque se eu souber vou cobrar os dois. A criança tem culpa não, mas vocês dois tem e vocês vão assumir. - olhou pra gente sério.

Maísa: Nós? Eu não movo uma palha por nenhum dos dois ou melhor do três. Que porra é essa? Leonardo não tem cinco anos não, Breno, Leonardo já tem quase trinta anos nas costas e eu já fiz o que tinha que fazer que foi criar e ensinar esse vagabundo a ser gente. Isso não é papel de homem não, pô! Quase morri pra te parir e o orgulho que tu me dá, é esse aí. É trazendo problema pra dentro de casa! Tu vai é te fuder, tomar no cu pra aprender porque eu te ensinei foi no amor, mas tu prefere é a dor, seu safado.

Poderosa: Maísa, é sangue do teu sangue, não fala assim… - a dona Maísa a cortou.

Maísa: Maísa é o caralho, Bárbara! Não é pela criança não, não é. É pela merda que vem depois de tudo isso, a gente não sabe nem da onde essa cão de cabelo amarelo saiu, não sabe o procedimento dela e muito menos do marido dela. Eu não criei filho pra ser santo não, mas também não criei pra ser saco de pancada de macho.

Eu tentei ficar calada, mas aí não aguentei e tive que falar o que o coração sente.

Suzane: A senhora pode tá nervosa, mas ainda não te dá o direito de me tarjar como se eu fosse qualquer uma. Eu não sou marmita de bandido, eu tenho uma profissão e não vim aqui pedir dinheiro pra senhora. A senhora pode ser dona da casa do caralho, mas não pense que vai me diminuir e me desvalidar como mulher. Eu tenho consciência dos meus atos e acredito que seu filho também tenha consciência. Meu assunto é com ele e quanto ao meu ex marido, não se preocupe, eu resolvo. Passar bem e me desculpem por qualquer coisa. A gente se fala depois! - peguei minha bolsa e ia sair.

Leonardo: Espera, eu vou com você. Vou só pegar a minha camisa.

Maísa: É o que eu quero ver mesmo! Só se teu marido for muito otário pra aceitar tudo isso calado. - esbravejou - Mas tem otário pra tudo e meu filho é mais um.

Leonardo: Já deu, mãe! Chega né? - bufou.

BN: Fala direito com a tua mãe que tu sabe que tu tá errado! Bora, segue teu caminho e depois nós dois vamo conversar de homem pra homem.

Maísa: Chega mesmo! Por mim não tinha nem começado, eu hein. - se sentou no sofá possessa.

Suzane: Te espero lá fora então. - saí andando.

Entrei dentro do carro e lá eu desabei.

Eu tinha consciência de que eu estava errada, me envolver numa relação com o Léo estando casada com o Otávio era a pior coisa que eu poderia ter feito. Só que eu estava com problemas no meu casamento e a infidelidade do Otávio fez com que eu me revoltasse e fizesse a mesma coisa. Leonardo me deu outro sentido, me trouxe o que eu procurava em casa e aí a gente foi deixando acontecer.

Leonardo: Não chora, eu tô aqui. - falou me abraçando após eu entrar no carro.

Eu não conseguia falar nada, só chorava.

Leonardo: Minha mãe tá nervosa, descobriu tudo de uma maneira que não foi legal, mas isso tudo é da boca pra fora. Se não for, também não tem problema, a gente vai dar um jeito do mesmo jeito.

Suzane: Que jeito, Leonardo? O Otávio tá furioso, me expulsou de casa só com a roupa do corpo, ele vai infernizar minha vida no divórcio. - passei a mão no rosto.

Leonardo: Não pensa nisso agora, sem casa tu não fica, tá maluca? - beijou o topo da minha cabeça - Nada vai te faltar e nem mal vai te acontecer. Fica em paz.

Suzane: Como é que tu pode ter tanta certeza assim?

Leonardo: Deixa comigo, pô!

Léo me abraçou forte e beijou minha cabeça mais uma vez.

Queria ter essa mesma certeza que ele.

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