Capítulo vinte e sete.

812 89 25
                                    

Alana.

Quando eu penso que tudo não pode ficar pior, a vida vem e me mostra que pode ficar sim. Eu nem queria ir pra Angra, mas a Ane ficou na minha cabeça falando que eu não ia resolver nada no fim de semana e que nada mais justo de ir resenhar em Angra.

Pô, por um lado ela tinha razão e pelo outro até achei que era melhor não ir, mas aí acabei indo. Tava tudo arregado, quem tava patrocinando era o bonde dos 5F e eles compraram coisa pra caralho que não cabia nos freezers da cozinha e nos armários também não.

Achei o cúmulo quando vi a Belisa sentada no colo do Roger no sofá da sala. Na verdade nem eu sei o que eu senti de fato, foi um misto de sensações, as piores possíveis de se imaginar. A verdade é que não achei que ele seria tão radical a esse ponto pra me atingir, querendo ele ou não nós teremos o mesmo sangue pra sempre.

O pior foi ter que ouvir o deboche da Sheron! Se eu sou insuportável, minha sobrinha é o quê? A diferença é que todo mundo passa a mão na cabeça dela e se fazem de bobos.

Mariane: Esquece isso, Alana! Daqui a pouco a casa tá cheia de gente muito mais interessante do que ele. - falou enquanto eu arrumava minhas coisas nos armários embutidos na parede.

Alana: Eu esqueço, quem não vai se esquecer são eles pela palhaçada que eles tão fazendo comigo. Essa casa também é minha, pertenceu a minha avó e ninguém repartiu nada não.

Mariane: Cara, me ajuda a te ajudar! - se exaltou - Para com esse negócio de herdeiro e blá blá blá. Tu é neta, mas eu também sou e a mãe do Roger também é. Arrumar confusão com ele é pedir pra ela sair lá do Parque União e chegar aqui cuspindo fogo pela boca.

Alana: Eu quero é que ela toque fogo em tudo, eu não tô nem aí! Mas aquela lá embaixo vai entrar no lugar dela, tô te falando.

Mariane: Esquece esse bofe, cara. Mais tarde isso aqui vai tá cheio de gente, vem amigos dos meninos de vários lugares e até bandido vai brotar também. Sai desse passado!

Alana: Eu saio, pode deixar que eu saio do mesmo jeito que eu entrei. - dei as costas pra ela - Não esqueci da humilhação na Penha não, Mariane! Ela vai passar igual ou bem pior.

Mariane: Eu desisto, papo reto! - saiu e bateu a porta.

Aproveitei que já tava no quarto, liguei o ar, deitei e apaguei babado.

[...]

Acordei horas depois ouvindo o som ligado lá embaixo, levantei da cama e ao olhar da janela vi que já tinha bastante gente lá embaixo. Reconheci uns de cara, tinha até jogador de futebol no meio, mas gente.

Tomei um banho, troquei de roupa, botei um biquininho fio dental, uma sainha de crochê, soltei o cabelo, me perfumei e fiz uma make adequada pra ocasião. Peguei meu óculos, meu celular e desci pra arrasar.

Passei pelo corredor e ouvi uns gemidos de mulher, aliás de piranha vindo de um dos quartos antes de chegar na escada.

Segui o som e encostei o ouvido na porta, aí eu ouvi um gemido rouco de homem e eu conhecia bem de quem se tratava, pois além de gemer, o filho da puta ainda chamava o nome da Belisa, dizia que era gostosa e umas putarias não tão diferentes como era comigo.

Uma, duas e mais algumas vezes até ele urrar. Provavelmente havia gozado, mas ela ainda gemia e depois de uns ápices em gemidos ela havia se calado também.

Dessa vez meus olhos encheram e eu não consegui segurar… Não podia ser possível que aquilo estava acontecendo. Respirei fundo, sequei as lágrimas e desci como se nada tivesse acontecido.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora