Capítulo seis.

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Roger.

O pai chegou no baile tranquilão, falei com os caras e cumprimentei o Índio, aniversariante da noite e a fiel dele, tia Safira. As outras eu não falava muito não, por falta de vontade mesmo e porque essa porra podia acontecer com a minha mãe e aí eu não ia entender legal não.

Mas eu tava gostando da movimentação que tava rolando na minha frente, várias mina jogando e comentando da minha volta. Bom pra caralho reencontrar todo mundo, eu tava feliz demais e fiquei mais ainda quando minha mãe e meu pai brotou.

Índio: Poderosa no baile funk, vai chover. - soltou uma graça pra minha mãe.

Poderosa: Tua sorte é que o presepeiro aqui te adora, porque se fosse por mim nem aqui eu tava. - falou fingindo estar séria e aprontou pro meu pai.

Raro: Acredita. - deu risada - Eu mermo tava era doido pra ficar sem roupa, só relaxando.

Poderosa: Corta a maconha. - fez careta pro meu pai e foi impossível não rir.

Índio: Poderosa, tu é braba, mas eu te amo, pô e eu sei que tu me ama também.

Poderosa: Tu se ilude com pouco, Índio. - deu risada - Te considero demais, vagabundo.

Safira: Esse brilho no olhar e esse bom humor nem esconde a alegria porque o filho voltou pra casa. - alisou meu braço.

Poderosa: Tu sabe que não tem tristeza maior pra uma mãe do que ficar longe do filho, comadre! Desejo pra ninguém essa parada. - me abraçou forte.

Safira: Nem me imagino, comadre.

Poderosa: E te digo mais, fiz o que fiz pelo próprio bem do meu filho. - me soltou - Roger foi safado, mas não foi o único! A diferença é que nego prefere bancar a Kátia. - falou séria. 

Tava claro que a minha mãe estava falando da Alana e com um certo rancor. 

Quando essa bomba estourou, a família meio que se rachou, foi muito disse e me disse. Tio PH descaralhou pra cima da minha mãe, meu avô teve que se meter e essa treta foi ficando cada vez mais inflamada. Depois que saiu o resultado que a Alana nunca esteve grávida, meu avô e tio PH fizeram as pazes, tio PH até tentou, mas a minha mãe nunca mais foi a mesma com o lado de lá da família e prefere manter distância.

Roger: Fica tranquila, minha velha. - a abracei de lado e enchi sua cabeça de beijo.

Poderosa: Velha é a minha buceta, eu hein. - me soltou - Vou atrás de um uísque pra beber, minha garganta secou. - saiu andando.

Raro: Às vezes eu olho assim pra tua mãe e eu acho que me casei com o Falcão ou com o MK, vive pra tomar uísque. - dei risada.

Roger: É só o jeito que ela foi criada, mas aí ela brotou pela casa do padrinho dela? - falei baixo e puxei meu pai de cantinho.

Raro: Porra nenhuma, até do grupo da família ela saiu. Hoje é contado nos dedos quantas vezes tua mãe subiu o Alemão e quando vai só entra lá no teu avô. PH já tentou conversar com ela pra se entender, mas tua mãe tem a personalidade forte, disse que não depende dele pra nada e que não tem assunto nenhum pra tratar com ele. Até eu tentei entrar no assunto com ela, mas deixei claro pra ele que não queria ele tirando a paz da minha mulher se não o bagulho vai ficar doido.

Roger: Ele ainda acha que eu tive culpa? - neguei com a cabeça - Inacreditável.

Raro: Alana pro PH ainda é a garotinha intocável e enquanto ele viver ela vai pintar desgraça e ninguém vai falar nada porque ela é filha dele e ele é o 01. Quem tá doido de bater de frente com ele? Só nós e mesmo assim, já deu no que deu. - negou com a cabeça - E a resposta que a tua mãe me deu foi que só ia no Alemão na casa dos pais dela enquanto eles ainda vivem, porque também se não tivessem vivos ou resolverem passar o resto da vida no Paraguai, lá ela também não vai. Mas deixa isso pra lá, águas passadas e nós tem que é aproveitar a noite, entendeu?

Roger: Melhor. - respirei fundo. 

Ouvi meu pai e fui curtir o baile do jeito que é certo. Rafinha deu um sumiço no meio da multidão e minha mãe tava procurando por ele, sobrou pra mim ir procurar porque ela queria resolver alguma coisa do esquema deles lá. Deu trabalho, mas achei o Rafinha com uma morena no meio do povo e juro que não pensei besteira até ele falar que era a irmã dele.

E que furacão a Belisa se tornou hein? Rio de Janeiro nunca me decepciona. Tá que pariu, essa garota tomou o quê? 1,65, toda grandinha, tá ligado? Peito um espetáculo, bunda então, uma coisa de cinema, um par de coxa que só de olhar já imaginei colocando em cima dos meus ombros.

DJ: Poderosa com todo respeito, responde essa aqui, quem nasce em fevereiro é de qual signo? 

Roger: Lá vem presepada. - dei risada e dei um gole na bebida olhando pro meu pai.

Raro: Tua mãe que convidou, tenho nada a ver não.

Poderosa: Por isso que eu não gosto de brotar nesse caralho, porra e eu lá sei que caralho que é! - respondeu negando com a cabeça.

— É aquariano. - uma loira respondeu parando na minha frente, me olhando de cima a baixo e dando uma sugada no canudo.

Olhei pra ela cheio das maldades, já pensei até na suíte e na visão panorâmica que eu ia ter visão dos peitos dela balançando gostoso enquanto ela sentava em mim.

DJ: É aquariano, patroa e essa é especialmente pro aquariano mais querido do Parque União que tá de volta.

É o terror do kamasutra, aquariano nato quebra a cama dessas puta.. (é a tropa do Poderoso)

Tocou uma vinheta safada por um tempo bom, até que o Belo entrou e começou a cantar. Tava maneiro ver a falsidade dos caras com as esposas e enquanto rolava declaração pra lá e pra cá, meu pai e minha mãe estavam conversando e bebendo um pouco mais afastado.

Rapaz, até hoje tô tentando entender como é que esses dois mantém o relacionamento mesmo depois de tantos anos juntos.

Voltei a atenção pra loira que tava na minha frente e vi a hora que a Belisa chegou com umas amigas. Era inevitável não olhar, tava chamando a atenção demais.

Roger: E tu entende desses bagulho de astrologia é? - olhei pra loira. 

— Não, tinha uma tia que era amante da astrologia. Tudo pra ela tinha astrologia envolvida, atração do universo, essas coisas..

Roger: Tu acredita na atração? - olhei pra boca e desci pros peitos.

— Depende. - sorriu - E você acredita?

Roger: Não sei, mas a atração que a minha boca tá sentindo da tua, é de outro mundo. - sorri de lado e aproximei mais o meu rosto do rosto dela.

Ela sorriu fingindo timidez e eu fingindo que estava acreditando. Pô, ali mesmo fui de avanço, coisa leve e ela foi audaciosa tá? Colocou a mão por dentro da minha camisa e passou a unha na lateral da minha barriga.

Tudo ia bem até a bala começar a cantar também.

Alana Andrade de Carvalho Falconi, 25

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Alana Andrade de Carvalho Falconi, 25.

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