Capítulo vinte e cinco.

721 88 28
                                    

Belisa.

Minha mãe hoje saiu pra trabalhar e como eu estava em casa então fui fazer as coisas em casa. Limpei a casa, fiz almoço e quando eu terminei de lavar o que eu sujei, Rafinha veio almoçar só que sozinho.

Belisa: Cadê o pai?

Rafinha: Saiu da favela com o padrinho, sei pra onde foram não, mas é certeza que não vem almoçar. - deu uma pausa - Mas aí, tô precisando bater um papo contigo, de irmão pra irmão.

Belisa: Que foi, cara? - bebi água.

Rafinha: Tu tá ficando com o Roger? - cuspi a água na hora, foi automático.

Belisa: Que isso, cara? Do nada? - me fiz de sonsa.

Rafinha: Tu sabe que se eu for atrás, eu acho a verdade, então é melhor tu me contar a real.

Belisa: Quem foi que te falou isso? Não tô devendo nada pra ninguém, Rafinha.

Rafinha: Tô ligado que é verdade! Quem me falou foi o Coquinho, mas ele me deu um papo torto e eu vim saber da real da tua boca.

Belisa: Coquinho te falou? - Rafinha concordou com a cabeça - O que exatamente ele te falou?

Rafinha: Falou pra mim que te viu entrando dentro do carro do padrinho, provavelmente era ele e que não era certo pela diferença de idade, a amizade com o pai e esses bagulho todo aí de consideração.

Belisa: Espera, Coquinho te falou que eu tava dando pro tio Raro? - Rafinha concordou com a cabeça - Ele quer me ver morta? Então ele fale uma asneira dessa pra tia Babi, inacreditável.

Rafinha: Aí, tu tá ligada que se isso chega no ouvido do meu pai vai dar merda.

Belisa: Isso é o fim do mundo, Rafinha, eu vou esganar o Coquinho e vou te esganar se tu comprar essa fofoca.

Rafinha: Eu tô ligado que meu padrinho não ia fazer isso e quem tá com o carro dele pra cima e pra baixo é o Roger. Por isso eu vim te bater a real!

Belisa: Meu Deus que absurdo. - botei a mão na boca assustada com tamanha criatividade.

Rafinha: Papo reto Bel, não tenho nada a ver com a tua vida, Roger é moleque bom na minha visão e ninguém tem nada com isso de vocês dois. Vocês tão nessa de sigilo por causa de quê mermo?

Belisa: Por causa do pai, da tia Babi, enfim.. - comecei a contar a situação pra ele.

Rafinha: Pai não tem nem moral pra falar nada do cara e de quebra a madrinha tem que virar essa página! Mas já que tu quer manter sigilo pelo menos agora, então toma cuidado. Não é nada inteligente tu dando a buceta perto de casa.

Belisa: Tu não tá com raiva não? Ele é teu amigo. - estranhei.

Rafinha: Bel, eu cresci com o Roger, sei de tudo que aconteceu lá com a prima dele, mas todo mundo aqui é adulto. Não vou gostar de te ver chorando por causa dele, mas tirando isso é com vocês mermo.

Belisa: Vou pra Angra com ele! - falei esperando o surto. Não dá pra acreditar!

Rafinha: Férias que fala né? Agora me poupa dos detalhes que eu tô é cinza de fome, papo reto.

Fiquei possessa, mas não tem nada não. Ainda bem que meu irmão sempre foi fechado comigo, mas não era pra ele saber dessa forma e não desse jeito que foi contado. Era só o que me faltava, eu saindo com o tio Raro, bofe velho com idade de ser meu pai.

Sentei no Roger pra pirraçar a Alana e pelo visto vou continuar sentando pra afrontar o Coquinho também. Ele deve ter batido a cabeça, só pode, mas deixa estar que eu vou botar ele no lugar dele.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora