Capítulo quarenta e sete.

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Roger.

Foi um mês bem corrido, teve uma semana bastante corrida com dois dias de ponte aérea Rio-SP. É um inferno na vida do piloto, porque é um vai e vem várias vezes ao dia, mal dá tempo de respirar, mas como eu gosto de viver igual maluco, então eu tiro de letra.

Quintou e agora eu tô voltando de Manaus pro Rio, mas com escala em Belo Horizonte. Desce um pessoal e sobe outro com destino ao Rio. É, 17:30 e é a minha última rota, graças a Deus. Amanhã é a minha folga, é descansar e levar a furacão pra sair.

Falar pra vocês que eu tô cada dia mais envolvido com a Belisa e a meta nem era essa. Mesmo de longe, ela conseguia me deixar doido e a vontade era nem sair de dentro dela mais. Índio de vez em quando pega no meu pé, Rafinha é de boa também, só me ameaça às vezes e tia Safira apoia e diz que a gente é lindo junto.

Claro, eu lindo, gostoso desse jeito.. Já sabe né, não?!

Parei em BH como já esperado. Me posturei na entrada do avião pra cumprimentar o pessoal que tava descendo. O intervalo entre o povo que saiu e os que ia entrar não dá mais do que dez minutos, então só deu tempo de beber água e voltar pra porta pra receber o pessoal.

As aeromoças também iriam ficar por lá e outras embarcariam. Tem cada filé que nego até baba na cara de pau! Eu não tô cego, então eu olho mesmo.. Mas já imaginei Belisa vestida de aeromoça. Com certeza eu ficaria desconcentrado e ia levar a tripulação toda de ralo junto comigo.

[...]

Roger: Senhoras e senhores sejam bem-vindos à cidade do Rio de Janeiro. Por medidas de segurança mantenham-se sentados até que o aviso de atar os cintos estejam desligados. Tenham cuidado ao abrir o compartimento de bagagem para retirada de seus pertences de mão, eles podem ter se deslocado durante o vôo. A Azul Linhas Aéreas agradece a preferência. - falei após pousar o avião.

Repeti o discurso em inglês e encerrei a transmissão. Fiz o sinal da cruz e agradeci mentalmente por mais uma rota concluída com tudo nos conformes.

Luiz: Falar pra tu que eu sou teu fã. - me gastou e eu sei risada - Ninguém fala tão bonito assim tipo tu.

Roger: A cara, me erra. - dei risada e saí da cabine.

De novo aquele protocolo de cumprimentar o pessoal após o vôo. Até que chegou uma ruiva, a última dos passageiros pra desembarcar, já veio me olhando de cima abaixo e pediu pra tirar uma foto comigo e com o Luiz. Não vi maldade, então aceitei. Pra quê? Puta que pariu.

- Será que tem uma chance de você me dar seu número de telefone? - falou no meu ouvido.

Roger: Desculpa, mas não posso não. - sorri sem mostrar os dentes.

- Tem certeza? A gente pod.. - a interrompi.

Roger: A gente agradece a preferência. Boa noite! - sorri e dessa vez mostrei os dentes tentando ser o mais gentil possível.

- Obrigada, adorei a viagem. - sorriu.

Juliana: Tá vendo o que é que uma falta de aliança faz? - riu - Depois do teu vídeo, nunca mais os pilotos tiveram paz.

Luiz: Até agora eu não acredito no que eu vi. Roger é o rei delas!

Roger: Para de fofoca. - revirei os olhos.

[...]

Luiz: Até agora eu não tô acreditando que tu dispensou aquela ruiva. Roger, a mulher era gostosa!

Roger: Eu lá gosto de mulher atirada? - neguei com a cabeça - Não sei se tu tá lembrado, mas tô ficando com a Belisa.

Luiz: Desde quando tu liga pra isso? Tenho que te lembrar do teu rodízio semanal?

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora