Capítulo vinte e oito.

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Roger.

Já era mais de onze horas quando eu soltei a Belisa na cama e olha que nós acordou até cedo. Tomei um chá de buceta de ficar mole e vou falar que é um privilégio. Ela saiu do banheiro de manhã com a minha camisa branca e de calcinha, só de olhar meu piru acordou e aí não deu em outra.

Já dizia meu avô: Se ela quer te dar, tu vai lá e come. Então, nós não nega a origem e quebra tudo.

Belisa saiu rebolando em direção ao banheiro e eu fiquei olhando hipnotizado o balanço daquela bunda de marquinha. Levantei em seguida, olhei as notificações do meu celular assim pela tela e fui pro banheiro também.

Belisa: Tu não cansa não? - sorriu e eu a abracei por trás e fui pra baixo do chuveiro agarrado com ela.

Roger: Até canso, mas tu que não para. - mordi o ombro dela de leve.

Belisa: Eu? Tu já acordou me atiçando, tá esquecido? - se virou pra mim e deslizou a ponta da unha no meu peito.

Roger: Tu gosta, pô. - debochei - Um nego doce desse, edição limitada, pique premium confort.

Belisa: Tu chega a ser gostoso de tão ridículo que tu é. - deu risada e encostou a cabeça no meu peito.

Nós tomou banho, Belisa saiu primeiro e quando eu saí nem no quarto ela estava mais. Me vesti, botei a regata pendurada no ombro, escapulário fininho porque não sou muito chegado a cordão grosso no pescoço. Coloquei meu boné virado pra trás e o óculos de sol, aí meti o pé do quarto.

Passei o olho na morena, tava com as meninas na cozinha, cumprimentei todas com excessão da Alana e fui lá pra fora com os moleque. Do nada meteram Hungria pra tocar, Fernandinho já me olhou com cara de deboche.

Fernando: Agora o playboy o rodou, tá passando mal e o remédio é o amor.. - cantou assim que eu me sentei do lado dele.

Roger: Uma hora dessa, mermão? - olhei o relógio - Nem bom dia dá pro cara e já tá nessa aí.

Bernardo: Bom dia? Roger é quase uma e meia da tarde, bom dia só amanhã. - mostrou o relógio dele de pulso e bateu em cima do vidro com a ponta do dedo.

Jorge: Bom dia tu tava tendo lá em cima que eu escutei quando eu saí do meu quarto. - passou um pedaço de carne na farofa.

Fábio: Eu me senti extremamente constrangido, eu acordei ouvindo esse moleque gemer. - fez questão de falar alto e eu neguei com a cabeça.

Leonardo: Sabia que não era neurose minha, sabia! - deu risada - Falei pra tu não ficar lá porque Roger não ia dá sossego pra ninguém.

Roger: Nada a vê. - olhei pra ele de lado e peguei o copo que tava vazio pra colocar bebida pra mim.

Bernardo: Tu que pensa! Tu lembra quando o WL te pegou em cima da tia Lana e bateu pro meu vô?

Roger: Queria esquecer, mas tão nessa daí de me lembrar toda hora, bagulho chato mermão!

Jorge: Ele falou, mas falou porque ele achou que ia atuar na Alana sozinho.

Leonardo: Atuar na buceta da princesa do complexo dá futuro no tráfico, tá ligado não?

Roger: Nós é prova viva disso, tu sabe né? - ri olhando pro Léo - Falcão quase matou o pai de uns, ameaçou o pai de outros, mas fortaleceu.

Fernando: Tio Falcão foi foda, meu pai conta que ele saiu doidão no morro gritando justiça quando o Léo nasceu. - nós deu risada.

Leonardo: Cheguei chegando, pode falar que o pai é muita mídia. - bateu nos peitos.

Nós ficou de resenha, a casa tava cheia, nós deu um tibum e pô tava maneiro. O que não tava maneiro era eu vendo o segurança do PK do Az de Ouro de Papinho com a Belisa.

Não entendi qual foi a dele, porque o PK nem tava presente e eu só sabia que era de lá porque Fernandinho que falou.

Bernardo: Tu não vai arrumar caô não, eles só tão conversando e tu só tá saindo com ela.

Roger: Não quero saber não, vou dá ideia na Laís na tua frente e depois eu quero ver tua reação.

Bernardo: Tu já viu o tamanho do anel que tá no dedo da Laís? É diferente do que tem no dedo da Belisa, aliás o dela é nova moda que tá invisível.

Jorge: Mas aí, é falta de respeito na cara de sujeito homem.

Roger: Eu vou resolver essa parada aí. - levantei.

Leonardo: Pera aí, Roger, se acalma mano. - segurou meu braço.

Roger: Vai ser sem emoção, se acalma. - abri um sorrisinho e fui na direção da Belisa.

- Mas a gente pode se conhecer melhor. - o arrombado falou tranquilo.

Roger: Tá na tua responsa, se alguém ligar tu atende. - coloquei meu celular na mão dela e a minha camisa no ombro dela também.

Não deu nem tempo dela falar nada e eu saí andando. Fiz questão de deixar evidente que de alguma forma ela tava comigo, até porque eu não ia deixar meu celular e minha camisa com qualquer uma.

Tu continuou conversando com mulher dos outros? Mesma coisa foi o arrombado lá.

Os moleque tava na piscina e eu caí pra dentro dela também, fiquei de boa e encostei minhas costas na borda. Tempos depois as meninas entraram na piscina, Belisa ficou no meio das minhas pernas e eu sentei no degrau.

Alana.

Já dizia meu avô nas antigas: A noite caiu e a tropa da Parma nunca perdeu guerra. Nunca entendi o que ele queria dizer com isso, mas soltava essa frase aleatoriamente quando ele tava insatisfeito com alguma coisa.

Geral foi embora com exceção do Atacante que soube que tava rolando operação na estrada na intenção dele, então ele ficou e disse que ia embora quando tivesse tranquilo. Concordei, pois é sempre bom ter uns amigos do comando por perto.

Depois do jantar, cada um tomou seu rumo e eu fui pro meu quarto e logo não demorou pra eu ter mais um round com o Atacante. Ele dormiu, eu até tentei, mas eu tava inquieta e então decidi levantar e ir atrás de um copo de água, ou até mesmo assistir um filme no cinema que ficava no terceiro andar.

Bebi a água e subi pro primeiro andar, só que ao chegar no meio do corredor havia tipo uma janela retangular de cima a baixo de vidro que se abre pra entrada de ar e que dá pra ver com clareza exatamente parte da piscina. Olhei lá pra baixo, Roger estava nu e a Belisa por cima dele completamente nua numa fudelança só.

A essa altura do campeonato eu já não sentia mais nada, a não ser raiva! Talvez porque eu tenha depositado expectativa, talvez eu tenha fantasiado algo que jamais aconteceria entre eu e ele. Ainda raiva da humilhação que eu passei lá na Penha, apanhei de gente que não tem um pingo de moral pra falar nada pra mim.

Eu podia virar essa página, mas preferi queimar o livro todo e antes de qualquer coisa, eu ia me vingar de tudo. Eu tinha um iPhone dos novos, aplicativo da câmera aberto, um botão e um sonho.

Filmei o ato todinho com zoom e os caralho! Dava pra ver que era ela e ele com clareza. Depois deles terminarem, guardei meu celular e fui pro quarto. Atacante dormia pesadíssimo, fiz umas edições e entrei no perfil fake do twitter que eu uso pra xoxar quem eu quero e passar despercebida.

Enviei o vídeo na dm uma página de fofocas das favelas do Rio, mandei uma foto minha fazendo topless numa festa pra dar entendimento que foto minha foi vazada também e assim eu fico fora de qualquer suspeita e não deu outra. Dentro de alguns minutos muita gente já tinha visto, várias pessoas compartilhando e eu daria tudo pra ser uma abelhinha e voar pelo Parque União quando o dia amanhecesse.

Me entrelacei nos braços do Atacante e dormi igual um anjo.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora