Capítulo cinquenta e seis.

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Alana.

Fui muito pega de surpresa, não vou negar. Depois de tudo que aconteceu comigo, eu esperava ver até o presidente dos Estados Unidos aqui, menos a minha mãe. O Imperador eu sabia que quando ele voltasse, a gente ia se ver, mas também não estava esperando que ele subisse o Jorge Turco pra me ver.

Dei um banho direito no Kaíque, sequei ele e levei ele pro quarto onde coloquei uma roupa nele. Minha mãe observava tudo atentamente sem falar um único a e se eu a conheço ela tá querendo abrir a boca.

Alana: Pronto, agora tá um pestinha gostoso. - abracei ele por trás e enchi ele de beijo, após terminar de pentear seu cabelo e passar perfume nele.

Kaíque: Para, Alana. Isso faz cócegas. - gargalhou e eu o soltei depois de fazer novamente.

Alana: Agora tu vai fazer um favor enorme pra mim, tu vai descer e vai ver se teu pai terminou lá.

Kaíque: Tá.

Kaíque saiu correndo do quarto fingindo que era o Superman e eu permaneci no quarto dele com a minha mãe me olhando. Respirei fundo e me sentei na beira da cama pra ouvir o que ela tinha a dizer.

Alana: Solta essa língua, mãe, eu sei que a senhora quer falar alguma coisa. - bati na beira da cama do Kaíque e ela se sentou ao meu lado.

Gabriela: Tu tá fazendo um bom trabalho e não imagina o quanto eu tô feliz com isso.

Alana: Uma hora eu tinha que acordar, né? Infelizmente, foi tudo pela dor mesmo.

Gabriela: Tu deve me ver como tua inimiga, mas eu nunca fui. Aliás, tô pra ver alguém que vai te amar mais do que eu e o teu pai, Alana. Tudo o que eu fiz, o que eu falei foi pra ver se tu reagia, se tu procurava um caminho pra seguir. Um dia, eu não vou estar mais aqui, alguém tem que tomar conta dessa família, continuar deixando o legado que a sua avó deixou.

Alana: Ninguém tem peito pra sustentar o legado da vovó, ela foi única e nem que nasçam mais cinquenta mil mulheres descendentes dela, não tem nenhuma que chegará ao dedo mindinho dela. Não coloca essa responsabilidade em mim, por favor.

Gabriela: Tudo bem… Mas não anula o fato que eu não tenho mais quarenta anos, eu tô cansada, tô saindo de cena aos poucos, mas eu ainda tenho medo de morrer e sabe por quê? - neguei com a cabeça - Medo de deixar você jogada por aí, sem um bom teto cobrindo a sua cabeça ou tu tendo que fazer coisas que não precisa devido a sua falta de interesse. Eu tenho pavor de pensar nessa possibilidade, Alana. Eu sei que eu posso ter exagerado quando te larguei sozinha no hospital, seu pai tá exagerando agora, mas acredite… - a interrompi.

Alana: A senhora teve seus motivos e não precisa se justificar, só não queria me lembrar dessa fatídica semana, mãe, por favor. - pedi abaixando o rosto - Ele tá bem, pelo menos?

Gabriela: Está se referindo ao seu pai? - concordei com a cabeça - Ele tá bem. Ele é daquele jeito, mas eu sei que quando ele souber que você tá se tornando uma mulher incrível, ele voltará atrás e virá te buscar aqui pelos cabelos pra ter certeza que tu não vai mais sair de perto dele.

Alana: Até parece que a senhora não sabe o marido que tem em casa. - sorri de lado - Sinto falta de vocês, mas prefiro ficar aqui.

Gabriela: Prefere ficar aqui por ranço de nós ou porque você e o Atacante estão… - a interrompi.

Alana: Eu trabalho pra ele, apenas.

Gabriela: Alana, eu te conheço e conheço a vida o suficiente pra saber que a preocupação do Atacante com você não é só pelo Kaíque. - segurou minha mão - Eu não vou te julgar, eu sou casada com um traficante e você não seria a primeira e nem a última.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora