Alana.
Saí lá do Imperador de tarde, papo que o sol tava se pondo, fui direto pra casa. Dei banho no Kaíque, botei janta no fogo e outro pela rua ainda. É bom que não sai tirando minha concentração do fogo, deixei tudo pronto e depois fui fazer o quê? Me arrumar pra faculdade porque a mamãe agora é de futuro.
Tô toda feliz, sabe? Enfermagem é o bicho, coisa de doido e tem que ter muito amor a profissão porque é cada bagulho doido que tu vê dando entrada no hospital, que se for fraquinha da cabeça, desmaia. Gosto de bater boca? Gosto! Poderia ter feito direito? Poderia! Mas lembrei do Atacante e se aquele puto tomar tiro, já tô lá pra tirar, né não?
Alana: Pontual, gosto assim. - falei fechando minha bolsa e dando de cara com Atacante entrando no quarto.
Alguém tinha que tomar conta do Kaíque enquanto eu tava fora de casa e ninguém melhor que o pai dele.
Atacante: Porra, cheirosa assim é covardia. - se aproximou de mim, já foi me abraçando, me enchendo de beijo no pescoço e eu já ficando toda mole.
Alana: Eu não tô podendo me atrasar, para com isso. - falei toda mole, segurando na nuca dele e tudo.
Atacante: Quem tá me segurando é você, solta aí, gatona. - falou sonso e desencostou a mão da minha cintura só pra fazer cena.
Alana: Atá, bofe, qualquer coisa vai avisando. - pisquei pra ele e joguei beijo - A janta tá pronta, você dá janta pro Kaíque e só depois é que dá sobremesa pra ele, se não ele não come.
Atacante: Tá entendido, patroa! Tá precisando de alguma coisa?
Alana: Não, tô de boa. - acariciei o cabelo dele - Tu quer alguma coisa da rua? Aproveita que eu tô boazinha.
Atacante: Sua buceta. - falou no meu ouvido e eu arrepiei.
Alana: Safado. - ri e neguei com a cabeça - Quando eu chegar, só que antes eu vou passar lá no Alemão porque minha mãe mandou.
Atacante: Tu no Alemão? Tem certeza disso? Teu pai vai te arregaçar, ele já disse que não quer tu por lá.
Alana: Minha mãe disse que o assunto era sério, não dá pra negar nada pra minha mãe.
Atacante: Então eu vou contigo! - falou decidido.
Alana: Não vai não, Pablo vai tá lá também e ao que parece a treta é de Falconi pra Falconi. De qualquer forma, Kaíque não tem idade pra ficar sozinho e tu fora do morro essa hora também não dá, então, colabora vai. - fiz carinho no rosto do gato pra ele relaxar.
Atacante: Se ele for de gracinha contigo e te encostar, ele vai entrar na bala. Entendeu? - olhou no meu olho.
Alana: Ele não vai fazer nada nas vistas da minha mãe e do Pablo, pode ficar tranquilo. - menti.
Meu pai quando quer ser o cão, ninguém segura e tá aí o meu apelido na escola de cavalo do cão. Só risos pra esse povo…
Quando eu desci, Kaíque se tocou que eu ia sair, começou a chorar e do nada. Tive que explicar que não tava indo embora, que ia estudar e que ia voltar pra casa. Teve acordo? Teve nada, ele chorava desesperado e pedia pra eu não ir. Só que responsabilidade é responsabilidade e a gente tem que cumprir, Atacante conversou com ele e decidiu levar ele pra dar uma volta.
Alana: Me dá a chave do Sentra. - estendi a mão pra Atacante.
Atacante: Tá aí no móvel, tu não vai no teu, por quê? - falou calçando o chinelo pra sair.
Alana: Muito grande pra estacionar lá na faculdade, maior trabalho e sem falar que ele tá sujo porque tu saiu nele e não lavou. - abri olhão pra ele que sorriu todo debochado.
Atacante: Cuidado com meu carro então.
Me despedi deles, entrei no carro do Atacante e meti o pé pra faculdade. Trânsito abeça, maior perturbação até chegar lá, mas cheguei. Aula tranquila, prof tava inspirado e falou pra caralho, primeiro período é sempre a mesma coisa, só teoria e bateção de boca, mas tranquilo.
Nem falei, mas Belisa tá na mesma turma que eu, tá? Primeiro dia, ela não sabia se ria ou se chorava de ódio me vendo. Eu sei que ela tá puta comigo pela parada que eu fiz com ela e com o Roger, mas tô em missão de paz, minha cara fica quente de vergonha toda vez que eu me lembro. Ilusão faz desgraça na vida da gente, tá? Anotem.
Tudo ia bem, mandei mensagem pra minha mãe avisando que eu tava saindo da faculdade. Entrei no carro e peguei rumo pro Alemão, me permiti até ligar o som e aproveitar os proibidão do tempo dos meus avós. Tinha uma montagem que era tipo um recado deles pra um tal de Juninho, aí tinha uma parte que tinha a voz da minha vó e do meu avô, eu sorria sem querer toda vez que ouvia.
Fabiana: Vou desentocar vocês tudinho da casa dos morador, pô, nós vai matar vocês tudinho. Vocês tão fudido, porra.
MK: O bonde tá pesadão, quero ver vocês aguentar nós aí agora.. - sequência de barulho de tiros - Não quero vocês na minha comunidade, vai se fuder, porra.
Tem que respeitar um casal bandido, né não?
Maior trabalho de sair do trânsito, tava quase chegando por ali pelos lados de Olaria, só senti foi a batida forte na traseira do carro, nessa eu perdi o controle e bati de frente na porra de um muro. Foi logo um pipocão por causa do airbag que fez seu papel e eu saí de dentro do carro virada de ódio.
Pra que eu fiz isso? Quatro caras desceram do carro, foi aí que eu me dei conta que era emboscada. Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come, é fato, mas dei de maluca e corri. Em vão, duas esquinas depois eu fui parar dentro de uma mala de carro.
Puta que pariu.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanfictionFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?