Capítulo cinquenta e um.

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Roger.

Não sei onde eu tava com a porra da cabeça de me deixar gostar da Belisa. Com certeza deve ter sido visando o tamanho da bunda, o chá de buceta que ela me deu foi tão gostoso que eu esqueci do resto das coisas. Nunca vi mulher ser tão cheia de opinião e tão geniosa igual a Belisa é. Nem minha mãe que é traficante, é tão cabeça dura igual a furacão.

Eu sei que eu tava errado. Prometi que ia buscar ela e entre um litrão e outro esqueci de ir lá, mas quando eu lembrei fui atrás dela voando. Fui na casa dela, fui nas amigas e ela não tava por lá. Tanto é que eu fiz o Rafinha ligar pra Paula pra descobrir onde que elas tinham ido e fui atrás dela na balada.

Tu deu confiança? Nem ela. Tava putona, falou um montão e ficou por isso mesmo. Até então eu não tava nem sabendo da morte da tia Keila, depois que eu soube deixei Belisa pra depois. Fui buscar tia Gabriela no aeroporto, maior correria que vocês pode imaginar né?

Belisa foi pro velório da tia Keila, me cumprimentou e ali eu fiquei surpreso. Mesmo de bicão, ela se manteve do meu lado o tempo todo e me deu maior força enquanto o pessoal descia o caixão. Ainda tentei fazer as pazes, mas ela simplesmente disse que lá não era lugar pra gente conversar.

Respeitei e esperei o enterro acabar.

Foi uma cerimônia intimista, mas mesmo assim tinha gente pra caraca porque minha tia era conhecida e tinha um montão de gente que gostava dela. Claro que a ala criminosa da família não podia estar presente, mas todos estavam representados por uma enorme coroa de flores em nome da nossa família. Quando acabou ninguém conversou com ninguém e fomos embora cada um pra suas casas. Belisa não foi comigo porque tava na pcx da mãe dela e ainda sim fui servindo de escolta pra ela.

Nessa brincadeira, nós ainda passou uma semana de bico virado um pro outro porque eu fiquei puto também. Fui trabalhar, passei a semana dormindo fora do Rio pra cobrir falta de piloto que tava doente. Quando eu cheguei no Rio, não teve caô, fui buscar ela no trabalho dela e levei pra minha casa. Ou melhor, pra casa dos coroas que ainda estavam pelo Paraguai.

Roger: Tu vai ficar nessa daí comigo até quando, Belisa? - sentei do lado dela na beira da minha cama.

Belisa: Tô em nenhuma contigo, cara. - cruzou as pernas.

Roger: A não tá não? Tu não me dá uma confiança, parece que tá de bicho toda hora, pô, negócio sem necessidade.

Belisa: Pra tu, tudo é sem necessidade né? Incrível.

Roger: Eu sei que eu dei uma vacilada feia, falei pra tu que eu ia te buscar, só que a hora foi passando e o futebol terminou em bar. Tô errado, eu tô consciente disso, mas porra, eu não tava com mulher como tu insinuou. Será que precisa desse gelo todo? Se fosse pra eu aprontar contigo, não ia aprontar estando praticamente embaixo dos seus olhos.

Belisa: Tá bom, Roger, tá bom. Peguei pesado contigo e eu reconheço isso também. Fiquei no ódio contigo sim, mas pela tua falta de palavra de não ir me buscar sendo que tu disse que ia! Só isso. - fez bico - Se tu inventar de criar um harém e eu descobrir, simplesmente eu saio da sua vida e meu baile segue.

Roger: Desculpa pô, não faço mais isso e ó tô tranquilão e já tem tempo. Minha rola só conhece o caminho da tua buceta. - abracei ela e trouxe ela pra cima de mim.

Belisa: Mas tu se faz mesmo, né? A cara nem treme. - me encarou.

Roger: Me faço o homem mais foda do mundo quando eu tô contigo, pô. Passei uma semana fora, jogado as traças e tu sem me dar uma confiança. - fiz o drama.

Belisa: Eu só não quero passar pelo que a minha mãe passa, não quero essa vida pra mim. É simples!

Roger: O último da minha família que tentou ter um harém, morreu de mão dada com a mulher que amava, ali lado a lado numa cama de hospital, nega. - sorri - E eu trabalhando desse jeito eu não tô com tempo nem pra morrer que dirá pra inventar romance com outra mulher.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora