Capítulo vinte e um.

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Alana.

⌛ Dias depois.

Saudade é o pior sentimento do mundo e principalmente se a saudade que você sente são de pessoas que não voltam mais. A pior coisa que eu fiz foi olhar o horário e a data do calendário na tela do meu celular.

Sabem que dia é hoje? Aniversário da morte dos meus avós e como todos os outros anos eu fico na merda! “Ah, mas você não conviveu com eles, você era criança quando eles morreram”. É verdade, mas as lembranças estão bem vivas na minha mente. Cansei de almoçar sentada com ela no chão de casa, cansei de brincar de cavalinho com meu avô e tantos outros momentos.

Levantei da cama, fiquei sentada esperando a minha alma fazer download no meu corpo e fui tomar banho. Troquei de roupa, arrumei minha bolsa e resolvi sair pra visitar o túmulo e levar flores.

Peguei o carro da minha mãe porque o meu tava batido e o seguro levou pra oficina. Parei na floricultura, escolhi um dos maiores buquês que tinha na loja e levei pro caixa pra pagar. Tirei logo o black da carteira pra pagar e a menina foi passar no débito.

— Moça, seu cartão foi recusado.

Alana: O quê? - abri olhão - Deve ter sido algum engano, tenta de novo, por favor!

Ela tentou novamente e mais uma vez o cartão deu recusado. Acreditam que todos os cartões que eu tinha na carteira nenhum passou? Nem no débito e no crédito pior ainda.

Alana: Você me dá um tempinho, eu vou ligar pra minha mãe pra saber o que está acontecendo porque obviamente é um erro!

— Pode ficar à vontade. - me olhou de uma forma diferente.

Me afastei do balcão, revirei minha bolsa procurando meu celular e assim que achei, liguei pra minha mãe. No terceiro toque ela atendeu.

📲 Mãe.

Gabriela: Oi Alana.

Alana: Bom dia, mãe!

Gabriela: Bom dia, meu bem! Tudo bem?

Alana: Tudo bom, mãe.. Olha, eu tô aqui na floricultura pra comprar flores pra levar pra vovó no Irajá e meu cartão não tá passando. A senhora sabe o por quê?

Gabriela: Bloqueei teu acesso a minha conta bancária e todos os cartões de crédito. - falou calma.

Alana: Por quê? A senhora não tem esse direito, mãe. - quase gritei.

Gabriela: Não só tenho direito como eu fiz! Quer falar de direito pra mim? - riu

Alana: Não é hora de deboche, mãe.

Gabriela: Alana, não sei se tu se esqueceu mas a titular da conta sou eu e o dinheiro que tá lá, foi fruto do meu trabalho, noites de sono estudando processo e fora outros trâmites. Isso quer dizer que tudo que eu tenho não veio comigo deitada na cama esperando cair do céu não.

Alana: E por quê tudo isso?

Gabriela: Pra você aprender a ser gente, a ter responsabilidade e parar de mamar nos meus peitos como se fosse político mamando nas tetas do governo. Muito simples!

Alana: Eu vou falar com o meu pai, isso não tá certo e esse dinheiro é dele também.

Gabriela: Faça isso, ligue pro seu pai e chore bastante, só não sei se vai adiantar porque a gente andou conversando bastante nesses últimos tempos e acho que ele mudou a concepção dele ou pelo menos tá mudando.

Alana: A senhora encheu a cabeça do meu pai contra mim? Eu não tô acreditando, mãe.

Gabriela: Acabou a palhaçada e acabou esse negócio de tu brincar com a nossa cara. Daqui pra frente agora é contigo, ou tu trabalha pra sobreviver ou tu vai passar é fome!

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora