Capítulo noventa e cinco.

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Fernando.

A casa caiu e meu pai agora tá sabendo de tudo, inclusive da minha participação na morte do LC. Coroa chegou lá na casa da minha vó bem na hora que eu cheguei também, porra, tô mole mesmo. Tive que me explicar porque eu tava com o braço daquele jeito, não ia dar pra mentir e meu pai não é otário, então falei a verdade sem esconder nada.

Davi: Tu tá tentando matar teu pai e tua mãe de raiva, porra? - ele abriu olhão e minha mãe por enquanto só chorava em estado de choque.

Fernando: Claro que não, pai! Nunca foi minha intenção, mas o senhor tem que ver meu lado, tem que ver que a minha luta… - ele me interrompeu.

Davi: Luta? - riu irônico - Tá ouvindo isso, Thaíssa? Que luta que tu tem, filho? Tu é playboy, porra. - se aproximou de mim e segurou com firmeza no meu rosto com uma de suas mãos - Eu te criei foi pra ser homem, não foi pra virar bandido não.

Thaíssa: Meu filho, pelo amor de Deus, não faz isso com a tua mãe não… Tu não precisa disso, meu amor. - negou com a cabeça chorando - Põe tua cabeça no lugar, ainda dá tempo de tu deixar isso tudo pra trás.

Falcão: Opa, tá pegando pesado aí! Nós é bandido, mas não é safado não. Que porra é essa, Davi? - se bolou.

Patrícia: Não se mete, marido. - o repreendeu com o olhar.

Davi: Cala a porra da boca, Falcão, não se mete que o filho é meu. - rebateu.

Falcão: O filho é teu, mas tua família é família de bandido, tu não se esquece de onde tu saiu não. - falou sério.

Davi: Nunca me esqueço, mas não é porque minha família é, que eu sou obrigado a ser e muito menos meu filho. Tá maluco, pô?! Nós sem ter envolvimento já vive num inferno do caralho, imagine envolvido. - deu uma pausa - Exemplo de virar bandido nós teve a rodo, mas cadê que eu e Fabinho quis saber disso? Nós foi buscar o mundo e vocês dois não foram porque não quiseram, mas oportunidade vocês teve sim.

PH: Me tira fora dessa, irmão… Meu pai é outro e ele já morreu, sermão pra cima de mim essa hora não rola, tá? - pegou o celular e parecia ligar pra alguém - E outra coisa, Imperador tá aí que não me deixa mentir, quando eu vim saber da verdade, não tinha mais o que fazer.

Falcão: Não me arrependo, fui traficar de gosto e vontade. Mas não botei arma na cabeça de ninguém daqui pra virar bandido não. Se eu pudesse controlar, não tinha filha minha envolvida, muito menos sobrinhos envolvidos com tráfico. - falou sério - São tudo maior de idade, não tem ninguém criança não.

Fernando: Quem tomou tapa na cara fui eu, quem foi esculachado fui eu, pai e tá pra nascer o filho da puta que vai bater na minha cara e vai ficar por isso mesmo. Eu me ajoelho pra levar um tapa na cara se for o senhor ou até mesmo minha mãe, mas de resto ninguém. Eu nunca tive interesse em virar bandido não, todo mundo sabe porque se tivesse, eu não ia perder noite de sono estudando e muito menos indo pra faculdade não. Só que eu fui forjado, meu nome tá naquele caralho como se eu fosse traficante sendo que eu não era! Eu não sustento humilhação e muito menos levo fama sem deitar na cama.

Davi: Fama? Que fama, Fernando? Eu sei o que aconteceu contigo, fiquei boladão também, mas porra… Tu tem um mundo de possibilidade, pode fazer o que quiser e se quisesse arrumar outra coisa pra fazer, eu te daria todo apoio do mundo. Mas tu virar bandido? Porra, tá de sacanagem. - negou com a cabeça - Eu devia te encher de porrada, mas eu não vou perder meu tempo contigo e não espera por mim no dia que tu morrer ou for preso, porque eu não vou atrás de tu, pode ter certeza disso.

Thaíssa: Não fala assim, Davi, ele é nosso filho. - se aproximou do meu pai - Ele vai sair dessa vida, não vai meu filho? Foi só um mal passo, mas ele vai colocar a cabeça no lugar, não é? - olhou pra mim e eu me mantive em silêncio.

Davi: Esse filme eu já conheço, Thaíssa. Odeio admitir, mas a Érica tinha razão, infelizmente. - falou mais baixo e me olhava com nojo - Tu tem alguma coisa pra confessar também, Dafne? - desviou o olhar pra minha irmã.

Dafne: Eu não, pai. Por quê?

Davi: Se tivesse já ia mandar tu aproveitar e jogar uma pá de terra por cima de mim de uma vez pra ver se termina de me matar. - desviou o olhar pra mim novamente - Tô metendo o pé, vamo embora.

Fiquei olhando meu pai indo embora e levando minha mãe com ele, sensação ruim bateu, mas não tinha mais o que fazer com relação a isso. A merda já tava feita e eu não ia voltar atrás na decisão.

Fabrício: Tu não tá envolvido com tráfico não, né Jorge? - quebrou o silêncio e olhou pro Jorginho que fez careta.

Jorge: Ó as coisa que tu faz eu passar, moleque. - me olhou e eu abri um sorrisinho de deboche sem abrir os dentes.

Fabrício: É, já tô perguntando logo pra não ter surpresa depois, do nada, um filho criminoso. - deu uma pausa - Tu fez errado, cara. - me olhou.

Fernando: É, mas depois isso passa. - respirei fundo.

Jorge: Meu crime é amar demais e machucar a buceta delas na hora do amor, pai. - falou com a cara mais sínica do mundo.

Larissa: Respeita os mais velhos, seu filho da puta safado. - bateu no Jorge com o pano de prato.

Fernando: E aí, doido. - falei olhando pro Roger que entrou em casa com cara de bicho.

Roger: E aí. - fez um toque comigo.

Falcão: Que cara é essa?

Roger: Nada.

Fernando: Quem nada é peixe, pô! Maior cara feia aí, passa a visão.

Roger: Tô te falando que não foi nada, pô, para de ser chato, mermão. - falou puto.

Falcão: Certeza que é problema com mulher. - falou e negou com a cabeça.

Roger: Cadê minha mãe?

Falcão: Foi pro Parque União com teu pai, disse que não vinha pra cá e disse que não era pra tu descer pra lá agora.

Roger: Tá, mas eu tenho que trabalhar.

Falcão: Ela vai mandar a tua roupa pela Bel, provavelmente.

Roger: Só se for pra eu tacar fogo nela e na roupa. Vou falar com a minha mãe. - se levantou puto e saiu andando.

Imperador: Ihhhh, tá violento mesmo, é fi da Babi e não nega.

Roger: Não força, padrinho.

Jorge: Se eles não brigaram, eu sou freira.

Fernando: Impossível, tu entra na igreja e tudo pega fogo, Jorge.

Jorge: Tá bom, meu santo.

Fiquei por ali mesmo, não tinha mais nada a fazer pela rua até porque corria risco da polícia invadir o Chapadão, ficamos assistindo a tv e vendo geral falando dos meus parentes. Nós ainda viu tio PH batendo boca com Atacante por telefone, o homem quase que dá um troço.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora