DO JEITO QUE A VIDA QUER 4

Capítulo sessenta e três.

Otávio.

Ódio.

Nessas horas é a única coisa que eu consigo sentir. Casado há quase oito anos com uma vagabunda que me trai com o primeiro que aparece na frente dela. Ou melhor, vai saber pra quantos a Suzane abriu as pernas? E pior, engravidou. Aquela maldita passou anos me falando que não queria filhos por causa da carreira, do trabalho, do diabo a quatro e pior… Eu acreditei!

Não me casei com ela só pelo rostinho bonito, nem pela buceta virgem apertadinha… Casei com ela mesmo pela fortuna que a espera quando a arrombada da mãe dela morrer. Herança essa que ela levantou dando um golpe milionário no meu pai e esse golpe fez com que ele se matasse com um tiro na cabeça. Pela lei, casado com a Suzane eu teria direito a cinquenta por cento apenas, porque os outros cinquenta ficam pra piranha da irmã dela, mas aí eu teria outra forma de resolver esse problema também.

Um tal de Coquinho que me avisou do caso extraconjugal, veio com um papo que podia me ajudar em troca de um favor. Favor esse que eu não sabia exatamente o que era, mas que tinha outro parente deles envolvido.

Em casa fiz uma cena e pressionei ela a me contar a real. Quando ela me contou que estava grávida, eu fiquei puto, não vou negar, mas comecei a investigar quem era o filho da puta pra quem ela abriu as pernas e descobri que ele também tem dinheiro e recentemente se tornou herdeiro da terceira mulher mais rica do mundo.

Eu comecei a ver vantagem onde todo mundo via desgraça. Tudo ia bem até que…

Jairo: Tu arrumou problema pra tua cabeça, esse idiota aí atirou em filho de traficante. - apontou pro Coquinho - A mãe e o pai do cara é do comando, tu sabe a merda que isso vai dar?

Otávio: Eles que tem que ficar quietinho se não quiser cadeia, pô.

Coquinho: Eles não vão sair do PU agora, a polícia tá esperando um molinho dos dois, Roger tá no hospital espero que morto e numa dessas dá pra passar o Léo sem erro.

Jairo: Em que mundo tu vive? É questão de horas pra eles acharem quem atirou e quem mandou.

Coquinho: Papo de quem trabalha pra eles há anos, eu sei o que eu tô falando. Poderosa tá nervosa, tá planejando invasão em área de terceiro, a carga dela foi parar na mão deles. - sorriu de canto.

Otávio: Deixa eu adivinhar, tu entregou a carga de droga dela pros rival. - olhei pra ele que fez cara de paisagem - Que filho da puta. - ri.

Jairo: Uma puta de uma burrice, caralho! - negou com a cabeça - E agora, vão fazer o quê? Porque ela vai bater aqui a qualquer momento e eu não quero nem estar perto quando isso acontecer.

Otávio: Ele vai voltar pro PU, vai continuar de olho na Poderosa e no Raro porque agora eles podem virar uma ameaça pra mim e eu vou encontrar com a Suzane. Ela quer o divórcio e eu não vou dar, simples.

Jairo: Isso é loucura, cara. Esquece essa doida, separa numa boa e segue tua vida!

Otávio: Depois que eu conseguir o que eu quero, aquela vagabunda vai me pagar com juros e correção monetária. - sorri de lado.

Jairo: Se tu separar, tu leva metade de tudo.

Otávio: Só essa porra desse apartamento? Eu quero mais, muito mais e ela vai me dar. Se ela quiser paz, ela vai ter que me devolver tudo que era da minha família.

Coquinho: Se ela não te devolver no amor, devolve pela dor. Se o filho é dele, ele vai querer que ela esteja em segurança. Some com ela e tu arranca deles muito mais do que ela tem.

Jairo: Deles? - perguntou sem entender.

Coquinho: Querendo ou não, o filho que ela tá esperando é do Léo e o Léo é um Falconi. Eles têm uma palhaçada de todos eles se meter quando um deles entra um caô.

Otávio: Faz sentido também, mas prefiro começar a limpa no cofre da família dela. É o começo da minha vingança!

[...]

Suzane: Achei que tudo o que tínhamos pra conversar, já tinha sido conversado.

A vontade de estourar a cara dessa puta era enorme, mas eu precisava me controlar pra não fazer besteira.

Otávio: Eu sei que eu reagi mal, mas eu estava nervoso, tu precisa entender meu lado… O que aconteceu foi uma quebra de confiança entre a gente, mas o nosso casamento não precisa acabar assim. - peguei na mão dela e ela puxou.

Suzane: Francamente, Otávio… Eu preciso entender teu lado que me traiu primeiro? Eu quebrei tua confiança? E você fez o quê comigo? Um favor? Uma coisa digna de orgulho? Nada poderia justificar meu ato e confesso que me comportei como uma vadia quando resolvi te dar o troco.

Otávio: A gente pode resolver isso, passar uma borracha no que já passou, meu amor.

Suzane: Não podemos e sabe por quê? Há males que vem para o bem, conhecer Leonardo me fez bem e o nosso divórcio vai me fazer um bem maior ainda. - falou séria.

Vadia.

Otávio: Tu vai jogar o nosso casamento no lixo? Oito anos de união e muito amor? A gente teve os nossos momentos felizes, Suzane. Acredito na gente, que a gente possa revivê-los com mais intensidade.

Suzane: Tivemos enquanto eu não descobria o homem que você realmente é e a maior traição que você fez. Depois de tudo, tu acha mesmo que eu poderia voltar pra você e adiar o que já era pra ter acontecido a anos?

Ela me olhava nos olhos, gesticulava e fazia afirmações completamente convictas. Alguma coisa essa vadia descobriu e não quer me contar? Será que ela está jogando algum verde?

Otávio: Do que você está falando? - olhei pra ela completamente confuso.

Suzane: Te preserva que é melhor. Não tenho que te dar explicações, não me procure e de hoje em diante só resolva o jurídico com o meu advogado. - falou autoritária.

Otávio: O que tá acontecendo com você, Suzane?

Suzane: Vai embora daqui. - falou autoritária.

Essa vadia loira vai me pagar muito caro.