Belisa.
Tomei café na santa paz de Deus com os meus pais, depois tomei um bom banho gelado que o calor tava demais e coloquei o uniforme do trabalho, fiz uma maquiagem leve e taquei fixador pra me sentir segura que o reboco não ia derreter.
Eu trabalho na recepção numa clínica no centro da cidade e até que eu gosto do que eu faço, mas pretendo prestar vestibular pra fazer faculdade de psicologia.
Só assim pra entender a cabeça dessa família de maluco que eu tenho.
Safira: Mas você vem almoçar na sua vó né, Bel? - perguntou me seguindo pela casa - Hoje é aniversário do seu pai lá na casa da sua vó, vou fazer feijoada, você ama tanto!
Belisa: Vou dar uma passadinha, prometo. - cruzei os dedos indicadores e dei um beijinho - Cadê a chave da moto, mãe?
Safira: Tá com o Rafinha, mas pode pegar e se ele ficar de graça, manda resolver comigo. - veio andando atrás de mim até chegar no portão.
Belisa: Tá bom, dá beijo aqui que eu já vou e a sua bênção, mãe. - peguei na mão dela e beijei.
Safira: Deus te abençoe, vai com cuidado e o capacete tá no baú. - alertou beijando meu rosto - Te amo.
Belisa: Eu também te amo, mami. - sorri.
Pela hora o Rafinha estava pela boca e como não era longe da minha casa, fui subindo lá e como sempre tinha uns caras lá na frente e uma movimentação um pouco exagerada.
Forcei bem a vista e o motivo era a chegada dos donos da favela que por acaso ou não são marido e mulher.
A Poderosa não é nem de botar as caras na rua e quando bota aparece sem nada e olhando de longe nem parece que ela é dona da favela e o marido dela, o Raro, tem dia que sai na rua parecendo que é mendigo.
Eles dois entraram na boca e os caras continuaram pelo entorno.
Coquinho: Qual foi, Bel! Tá sumida, pô. - falou se aproximando de mim.
Belisa: Infelizmente tu me achou né. - fiz careta e ele riu.
Coquinho: Maltrata morena, maltrata mais que eu gamo.
Belisa: Cadê o Rafinha? - forcei a vista pra ver se eu via sinal dele.
Coquinho: Tá lá dentro, mas como tu pode ver, chefia tá aí, sei se ele vai sair de lá agora não.
Belisa: Não, nem quero nada demais não, faz assim, pede pra ele a chave da moto da minha mãe que eu vou trabalhar, por favor.
Coquinho: Só vou porque é pra tu, princesa. - piscou pra mim - Vou tomar um esporro só por tua causa, valoriza aí tá?
Belisa: Aham. - dei risada e neguei com a cabeça.
Tive um lance remoto com o Coquinho antes dele entrar pro tráfico. Sabe aquele cara que te faz rir e quando tu vê tá colada na boca dele? Era eu. Só acabou mesmo porque ele entrou pro tráfico e eu não queria acabar igual minha mãe.
Esperei só pela chave, mas o Rafinha veio pessoalmente.
Rafinha: Toma aí. - me entregou a chave - Isso é hora de ir trabalhar? - olhou a hora no relógio.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanfictionFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?