Capítulo oitenta e quatro.

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Atacante.

Alana meteu o pé pra faculdade, Kaíque ainda ficou se descabelando por causa da mandada, mas levei pra rua e rapidinho dei um jeito de acalmar o moleque. Se tá assim só com ela saindo algumas horas, imagina se acontece qualquer bagulho com ela? Ele morre, certeza.

Confesso que deu trabalho no começo, mas Alana tá grandona nas coisas dela e isso foi me deixando bobão. Se antes eu bancava cem por cento, hoje tá só nos cinquenta porque ela bateu o pé firme e disse que não aceitaria nada mais do que o dinheiro que eu dou pra ela cuidar do Kaíque mesmo ela sendo a minha mulher. Segundo os papo brabo dela é que amor é amor e negócio é negócio e não se mistura.

Brotei no campo, tava rolando a resenha dos menor pós pelada, pô, não demorou pra eu estar no meio. Pará abusando meu filho abeça, falando que ia mandar a Alana ralar do morro e Kaíque ficou puto. Encostou umas mulher por perto de nós, piranha atrás de patrocínio sorri até pro vento, só falta esfregar a buceta na minha cara. Elas falavam com o Kaíque, fazia graça pra ele, mas não teve acordo dele abrir um sorriso sequer. Já herdou a marra todinha da Alana, só fico vendo.

Dentinho: Aí, a loira quer desenrolar treta contigo. - falou no meu ouvido, o som do carro do menor tava altão.

Ele mostrou a mulher, de fato era uma loira e era até gata, de corpo era gostosa sim, mas pra mim já não rola. Branco com branco dá choque, em casa já tem uma preta, a fera é braba e eu tô satisfeito.

Atacante: É caô? - ele negou com a cabeça - Quero negócio não.

Dentinho: Ih, Alana aposentou o adestrador de cachorra? Qual foi, Atacante? Tu não era desses. - riu - Honra teu vulgo, parceiro.

Atacante: Sou obrigado agora? Não quero não, pô! Tô tranquilão. - olhei pra ele e falei serinho.

Dentinho: Se for de tu querer, tu sabe que Alana não vai ficar sabendo, nem no morro ela tá e Kaíque tá distraído ali com o Pará, vai passar batido.

Atacante: Então tu vai no meu lugar, pô, gosto dessas palhaçada feia não e Alana podia tá no Japão que eu não queria ainda. - falei convicto.

Agora tu vê, tô em paz e o inimigo começa a usar os outros pra guiar o cara pros caminhos da vacilação. Sou santo não, gosto de ver piranha jogando na minha direção, mas duvido que Alana também não olhe os cara bonito da faculdade dela. Gosto nem de pensar, mas acontece.

Kaíque foi ficando com sono e quando ele tá com sono, fica abusadão e comecei a me despedir da rapaziada pra ir pra casa com ele. Só foi eu pegar ele no colo pro meu celular tocar, quando eu vi o nome do Imperador na tela eu já fiquei escaldado.

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Atacante: Cófoi, Imperador? - me afastei da barulheira do povo pra poder ouvir melhor.

Imperador: Coé Atacante, tá rolando baile aí? Chama Alana aí pra mim, faz favor.

Atacante: Baile? Claro que não e Alana tá aqui não, foi pra faculdade e disse que de lá ia pra casa da tua mãe.

Imperador: Ela tá aqui não, já tem maior tempo que nós tá aqui na mãe esperando por ela e pela demora achei que ela tava aí contigo. Caralho, que loucura. - ouvi os gritos da mãe dela no fundo da ligação já desesperada.

Atacante: Que porra é essa? Cadê minha mulher, Imperador? - me bolei.

Imperador: Chegou aqui não, pô… Tem certeza que ela não tá aí?

Atacante: Claro que não tá, caralho! Ela saiu no meu carro, porra. - falei nervoso.

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Desliguei na cara dele mesmo, pô, já comecei a imaginar um monte de merda na mente. Na hora que eu guardei meu celular no bolso e ia partir pra casa pra deixar o Kaíque, Pará me chega do nada igual maluco com maior olhão.

Pará: Laranja ligou, deu o papo que o teu carro tá batido lá em Olaria e ó ela passou visão que encontrou as coisas da Alana dentro do carro, mas ela não tá lá não.

Atacante: Sequestra.. - Kaíque levantou a cabeça e eu me toquei - Alana tá lá com a mãe dela e eu vou lá buscar. - deitei a cabeça dele no meu ombro.

Pará: Tá nã.. - ia me contrariar, mas eu fiz gesto e cara feia apontando pro Kaíque e ele se tocou.

Kaíque: Pai, a minha mãe Alana vai demorar a chegar? - olhou pra mim, totalmente sonolento e foi a primeira vez que eu não sabia o que responder.

Atacante: Não, a Alana tá com a mãe dela no hospital, dona Gabi teve um probleminha só, mas logo logo ela tá em casa. - menti. Não dava pra falar que eu não sei nem onde que ela tá.

Subi pra casa da Ellen, botei Kaíque pra dormir lá mesmo e pedi pra ela tomar conta dele enquanto nós não volta pra casa. Tô ligado que quando ele acordar, vai ser foda, mas não tem outro jeito. Reforcei o morro, mas chamei uns vinte pra fazer minha segurança porque pode dar o que der, mas eu vou atravessar pro Alemão.

O arrego tá em dia, mas eu não confio em ninguém, já vou pensando que vai dar caô e é por isso que tô armado praticamente até os dentes. Prefiro morrer do que ir preso e se eu morrer, vou levar um montão comigo. Não tem jeito!

Cheguei no Alemão, passei pelos menor e percebi que tá todo mundo escaldado. Pelo tempo, PH já mandou todo mundo ficar na atividade por causa do desaparecimento da Alana, mas nada me tira da cabeça que ele tá com o corpo todo envolvido nessa parada. Se ele sumiu com ela, ele vai ter que dar conta porque se não é dessa vez que eu faço o que eu prometi a última vez que eu estive aqui.

Atacante: Cadê minha mulher, PH? - perguntei mais uma vez, já tava boladão já e ia avançar em cima dele, mas Imperador me segurou.

Imperador: Não é por aí, fica calmo mano. - olhei feio pra ele - Eu sei que tu tá preocupado, tá nervoso e nós tá também.

PH: Se eu soubesse onde ela tá, eu já tinha ido buscar pessoalmente, pô. Obrigação de manter ela segura era toda tua, não mandou segurança atrás dela, por quê? - rebateu e se levantou.

Falcão: Não é hora pra isso, irmão, fica quieto tu também. - olhou feio pro PH - Vamo todo mundo se acalmar e aguardar o vasculho dos mano. Nós já bateu pra geral e tá todo mundo procurando por ela, inclusive zona oeste, porque eu já vi esse filme antes.

Gabriela: Eu só quero minha filha, meu Deus do céu, que castigo, que karma é esse? - chorou desesperada.

Ayla: Calma mãe, Alana vai aparecer e nada vai ter acontecido com ela. - abraçou a doutora e eu olhei feio pra ela, Imperador até me soltou depois dessa.

Atacante: Isso é tudo culpa tua. - olhei pro PH e ele me encarou de cara feia - Se tu não tivesse pagado de brabão, de coração gelado, Alana jamais ia ter atravessado pra cá essas horas. Vou falar pra tu e tu abraça meu papo, se eu souber que tu tá envolvido nisso, não tem facção e não tem família Falconi pra me parar porque eu só vou descansar depois que tu tiver morto. - PH me encarou e riu.

PH: É muita coisa que eu tenho que ouvir. - foi fechando a cara aos poucos e veio na minha direção - Tu vai passar vontade porque eu não tenho porra nenhuma a ver com isso e não te interessa o motivo que fez ela atravessar pra cá. Tu pode me jurar, me ameaçar e os caralho a quatro, eu não te devo satisfação de nada. Só que tu se adianta pra tu não aparecer com a boca cheia de formiga qualquer hora dessa.

Imperador: Bora parar com essa parada, tá todo mundo preocupado, mas nego batendo boca não vai resolver, mano. - intercalou o olhar entre eu e o mandado do pai dele - Tá tudo errado essa parada aí, vamo todo mundo se juntar e agir em favor da Alana. Tudo por ela!

Falcão: Negão tá coberto de razão, tudo por ela! Nós vamo mandar buscar onde ela tiver e ela vai voltar pra nós como já era pra tá a muito tempo. Se bater boca resolvesse problema, nós já tinha resolvido cem por cento dos nossos problemas. - sentou do lado da doutora.

Foi só questão de tempo pra chegar parente até do ralo, era tio, era tia, prima, primo, enfim, os parente da Alana tudinho se reuniu. Toda vez é essa palhaçada, um tá tomando no cu e todos eles se reunem não sei a troco de quê. Quando ela estava pela rua ninguém se preocupou em saber se ela ia sobreviver, agora tá todo mundo com esse chororô, na moral, não tenho paciência.

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