Roger.
Desde menor sempre me disseram que eu seria traficante, que ia seguir os passos dos meus pais e namoral? Não é pra mim essa vida aí.
Nasci e cresci no Parque União, mas minha vida sempre foi cercada de drogas e armas porque por onde eu ia o tráfico tava presente. Diferente do Cpx e da Penha, aqui não tem tanto tiro pra caralho por causa dos meus coroas que fazem de tudo pra não ser reconhecido e é nessa daí que eles tão a tanto tempo, mas nunca foram presos.
Eu quis ser diferente porque eu gosto de ser livre pra voar, gosto de viajar sem me preocupar se vou encontrar blitz na pista e sem precisar trocar de nome pra entrar e sair dos lugares. Isso não quer dizer que eu seja um anjo, muito pelo contrário, perturbei tanto a vida da minha mãe aos quinze anos que ela me mandou passar uma temporada com a tia Jaque em São Paulo e ela já morava com o atual marido dela.
Na mão da dona Jaqueline ou tu vira gente ou tu se fode e eu escolhi virar gente. Tratamento de choque da coroa é brabo!
Aí eu gostei do lugar, fui passando o tempo e quando vi tava com mais de vinte anos e sujeito homem. Até faculdade de aviação civil eu fiz e hoje trabalho como piloto na Azul. Fala aí se o pai não é a ovelha de ouro da família?
Até então eu tava morando em São Paulo, vinha pro Rio algumas vezes pra visitar a família, até o dia que a minha mãe começou a fazer drama por telefone pra eu ir pra mais perto dela. Aproveitei que estava de férias e não pensei duas vezes antes de resolver meter o pé pro Rio de uma vez.
O lado bom é que não iria interferir em nada no meu trabalho, eu vivo no mundo, pô!
Terminei de fazer meu check in, paguei lá a taxa de embarque no guichê da companhia e estava esperando a hora do embarque.
Jaqueline: Tu toma vergonha na cara e te comporta lá no Rio, entendeu? - me alertou - Quero falar com a tua mãe e saber que tu tá aprontando que tu vai ver se eu não baixo lá em dois tempos.
Roger: Calma princesa, não precisa ficar nervosa, sigo na postura. - pisquei pra ela.
Jaqueline: Teu cu. - riu - Vai com Deus, tia te ama!
Roger: Também te amo, linda! - sorri - Cuida dela hein, Claudinho.
Cláudio: Pode ir tranquilo, eu cuido sim. - me cumprimentou com um aperto de mão e me abraçou - Não esquece da gente não.
Roger: Jamais.
Olhei a hora no relógio e me despedi deles de uma vez quando vi que estava próximo da hora do embarque. Encarei a fila pra entrar no avião e por coincidência o piloto era meu chegado.
Lúcio: Já vai né, safado? - falou baixo e me cumprimentou - Tenha uma boa viagem. - falou normal.
Roger: Obrigado. - dei risada e fui pra minha poltrona.
[...]
Cheguei no Rio pertinho das quatro da tarde e o sol tava como? Daquele jeito ainda, já tô vendo o inferno que tá fora do aeroporto. Até o clima daqui era diferenciado e sem caô? São Paulo é bom, mas o Rio de Janeiro é vida.
Saí do avião cumprimentando o Lúcio e fui buscar meus bagulho na esteira. Não avisei pra ninguém que tava voltando, quero ver dona Bárbara perdendo a pose de Poderosa e tendo um ataque com a minha chegada.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER 4
FanfictionFabiana e Murilo morreram e seus familiares se afastaram após uma briga. Será que um dia a família Falconi volta a ser como antes?