Capítulo três.

1.4K 112 23
                                    

Roger.

Desde menor sempre me disseram que eu seria traficante, que ia seguir os passos dos meus pais e namoral? Não é pra mim essa vida aí.

Nasci e cresci no Parque União, mas minha vida sempre foi cercada de drogas e armas porque por onde eu ia o tráfico tava presente. Diferente do Cpx e da Penha, aqui não tem tanto tiro pra caralho por causa dos meus coroas que fazem de tudo pra não ser reconhecido e é nessa daí que eles tão a tanto tempo, mas nunca foram presos.

Eu quis ser diferente porque eu gosto de ser livre pra voar, gosto de viajar sem me preocupar se vou encontrar blitz na pista e sem precisar trocar de nome pra entrar e sair dos lugares. Isso não quer dizer que eu seja um anjo, muito pelo contrário, perturbei tanto a vida da minha mãe aos quinze anos que ela me mandou passar uma temporada com a tia Jaque em São Paulo e ela já morava com o atual marido dela.

Na mão da dona Jaqueline ou tu vira gente ou tu se fode e eu escolhi virar gente. Tratamento de choque da coroa é brabo!

Aí eu gostei do lugar, fui passando o tempo e quando vi tava com mais de vinte anos e sujeito homem. Até faculdade de aviação civil eu fiz e hoje trabalho como piloto na Azul. Fala aí se o pai não é a ovelha de ouro da família?

Até então eu tava morando em São Paulo, vinha pro Rio algumas vezes pra visitar a família, até o dia que a minha mãe começou a fazer drama por telefone pra eu ir pra mais perto dela. Aproveitei que estava de férias e não pensei duas vezes antes de resolver meter o pé pro Rio de uma vez.

O lado bom é que não iria interferir em nada no meu trabalho, eu vivo no mundo, pô!

Terminei de fazer meu check in, paguei lá a taxa de embarque no guichê da companhia e estava esperando a hora do embarque.

Jaqueline: Tu toma vergonha na cara e te comporta lá no Rio, entendeu? - me alertou - Quero falar com a tua mãe e saber que tu tá aprontando que tu vai ver se eu não baixo lá em dois tempos.

Roger: Calma princesa, não precisa ficar nervosa, sigo na postura. - pisquei pra ela.

Jaqueline: Teu cu. - riu - Vai com Deus, tia te ama!

Roger: Também te amo, linda! - sorri - Cuida dela hein, Claudinho.

Cláudio: Pode ir tranquilo, eu cuido sim. - me cumprimentou com um aperto de mão e me abraçou - Não esquece da gente não.

Roger: Jamais.

Olhei a hora no relógio e me despedi deles de uma vez quando vi que estava próximo da hora do embarque. Encarei a fila pra entrar no avião e por coincidência o piloto era meu chegado.

Lúcio: Já vai né, safado? - falou baixo e me cumprimentou - Tenha uma boa viagem. - falou normal.

Roger: Obrigado. - dei risada e fui pra minha poltrona.

[...]

Cheguei no Rio pertinho das quatro da tarde e o sol tava como? Daquele jeito ainda, já tô vendo o inferno que tá fora do aeroporto. Até o clima daqui era diferenciado e sem caô? São Paulo é bom, mas o Rio de Janeiro é vida.

Saí do avião cumprimentando o Lúcio e fui buscar meus bagulho na esteira. Não avisei pra ninguém que tava voltando, quero ver dona Bárbara perdendo a pose de Poderosa e tendo um ataque com a minha chegada.

DO JEITO QUE A VIDA QUER 4Onde histórias criam vida. Descubra agora