118 - MARATONA 8/10

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Chegamos no local da festa, o motorista ficou com pena de mim e deixou a gente na porta do salão, paguei ele, agradeci e sai com as crianças e as bolsas.

O salão era dentro do morro, mas era bem espaçoso, assim que o carro foi embora eu bati de frente com o Thiago e a Marcella, a barriga dela ta bem grandinha.

- Ah, mentira que tu veio - falou rindo e eu fui de encontro a eles e joguei a Micaelly em cima dele - pô liguei pro mc e ele falou que não vinha, cadê ele?

- Ele não vem, mas eu sim eu hein, ele ta lá na favela dele, tu acha que eu ia perder a festa da minha mãe? - ele riu negando.

- E o cara sabe que você ta aqui? - eu neguei ajeitando as bolsas nos ombros e falei pra ele seguir.

Ele passou o Michel pra frente dele e fomos subindo as escadas, ele falando pra caralho dizendo que o Micael ia me quebrar na porrada, to ja ligando, falei q ia enfiar a faca nele.

Quando pisei no salão o olhar do povo foi tudo pra mim, eu cacei minha mãe e vi ela sentada de costas na mesa falando com alguem que eu não conhecia, o Thiago me entregou a baleia e foi sentar, eu mostrei a minha mãe pro Michel e ele foi correndo na direção dela.

Ela olhou pra pessoa que tinha quase jogado ela da cadeira quando ela viu quem era, ela puxou ele pro colo dela e abraço ele, falou algo no ouvido dele e ele apontou pra mim, fui até ela, toda enrolada com as bolsas mas fui.

Dei um abraço muito apertado na minha mãe, tava quase chorando de tanta saudade e também quase matando a Micaelly amassada tadinha.

Nos separamos e ela pegou a Mica de mim, ainda bem, abraçou, beijou a minha neném e a Mica rindo atoa, Michel me cutucou e eu olhei pra ele.

- Mãe, vou ali na minha vó tá? - ele apontou e eu olhei pra trás, tava ela, o Matheus e a mulher dele, eu assenti e ele foi correndo.

- Eu tava puta aqui achando que vocês não vinha, você num falou que ela tava resfriada?

- Era mentira mãe - falei tirando as bolsas dos ombros - isso aqui ta pesado, o Micael não quer vim pra cá, então fica querendo me prender lá, mãe é horrível, não consigo me acostumar com nada lá, só fico em casa com as crianças.

Ela assentiu, falou alguma coisa com a moça da mesa e me chamou, peguei novamente as bolsas e ela me levou pra tipo um armário e eu coloquei as bolsas lá, só voltei com o presente dela e a bolsinha que tava com o meu celular dentro.

- Era pra ter me contado a verdade - eu neguei.

- Não, eu mentir porque eu queria vim, mas ele não estava deixando, então eu vim sem avisar e pronto.

- Sempre você querendo complicar né Luiza?

- Eu? Ele que tinha que parar de me privar, sou propriedade dele não, só sou a mulher e a mãe dos filhos dele.

- Entendi, mas você sabe que vai ter briga quando voltar né - assenti e olhei pra onde o Michel tava, a avó dele ta me encarando nós ainda não nos resolvemos.

- To preparada ja, agora deixa eu levar a Micaelly aqui na outra, porque é a cara dela ligar pro filho dela e falar que eu não deixei ela pegar a garota ai o Micael vai querer me matar. - ela me entregou a Micaelly e eu fui lá.

Quando eu cheguei perto dela eu dei boa noite, sou educada, o irmão do Micael levantou, me comprimentou com dois beijos no rosto e brincou com a Micaelly, ela se jogou pra ele, gorda safada, fiz o mesmo processo com a mulher dele e depois fui até a Marcia ela me olhou muito sem graça, mas levantou e falou comigo.

Michel ja tinha sumido da mesa, na verdade assim que cheguei com a Micaelly ele sumiu

- Senta ai cunhada - ele falou puxando a cadeira e eu sentei - e o Micão vem não?

- Não, tem meses que eu tava brigando com ele por causa da festa e ele sempre arrumando desculpas pra não vim, ontem me levou pro pagode la dentro da favela e tudo mas depois nós brigamos feio e eu vim sem contar pra ele - Matheus começou a rir.

- Ai é foda - assenti - e essa gorducha aqui? Muita linda - falou brincando com a Micaelly e ela se escangalhando.

- Para de fazer cosquinha nela Matheus, ela vai ficar com dor de barriga - Marcia falou, levantou e tomou a Micaelly dele - gente, ela é pesada.

- Não viu nada, essa garota é pior que o Michel, tem que ver -  falei rindo.

Dois minutos depois meu celular começou a tocar, peguei o mesmo dentro da bolsa e virei pro Matheus, ele tomou o celular da minha mão, levantou atendendo e saiu de perto da gente.

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