Meet you

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O relógio marcava 19h35 e eu terminei de me arrumar depois de alguns minutos, desci pra chamar um taxi que logo apareceu, me levando enfim ao meu destino daquela noite.

Quando cheguei na porta do hotel havia alguns paparazzi e fãs por ali provavelmente esperando o Justin aparecer.

- Boa noite - disse pra recepcionista que me olhou com desdém - sou Lucy e tenho uma reunião marcada com o Scooter Braun.

- Boa noite senhorita - ela mudou totalmente a sua postura quando citei o nome do Scooter - Pode subir no andar 17º que já estão te esperando.

O restaurante do hotel ficava no ultimo andar e estava fechado somente para a equipe e para o Justin.

Quando bati meus olhos nele logo pude saber quem era, eu poderia reconhecê-lo mesmo de longe, apesar de não ser fã e ter ouvido apenas algumas de suas músicas na rádio.
Ele vestia uma calça preta, supras vermelha e uma jaqueta vermelha também, combinando com as supras. Seu cabelo estava em um topete alinhado perfeitamente e por um momento eu tentei calcular quantas horas ele deve ter ficado na frente do espelho pra arrumar aquilo.

- Boa noite - disse o garçom chegando na porta de entrada onde eu permanecia paralisada - você é a Lucy, né? - apenas assenti com a cabeça - já estão te esperando - ele disse apontando para a única mesa ocupada do restaurante.

- Obrigada - sorri nervosa dando passos pequenos.

- Finalmente - Scooter se levantou alegre vindo na minha direção - sente-se Lucy.

Me sentei sem olhar para o Justin. Não sabia como me comportar, se eu deveria apenas sorrir ou cumprimenta-lo e eu provavelmente o comeria com os meus olhos porque... Cara, era o Justin Bieber.

- Olá, Lucy - ele disse em um tom calmo me fazendo levantar o olhar - Tudo bem? - ele estendeu a sua mão. Olhei pra ela por alguns segundos e coloquei a minha por cima.

- Tudo - respondi nervosa - e você?

- Estou bem - ele apertou a minha mão soltando-a em seguida.

Conversamos sobre coisas aleatórias e eu fazia de tudo pra não encarar o Justin, eu não sabia como me comportar diante dele e saber que milhares de garotas pagaria qualquer coisa pra estar no meu lugar, eu ficava ainda mais nervosa.

- Então - Scooter interrompeu - você sabe o motivo de estarmos aqui hoje, né? - ele perguntou se direcionando a minha pessoa.

- Acho que sim.

- Que bom! - ele sorrio aliviado - então você aceita?

- O que? - perguntei rápida.

- Trabalhar com o Justin Bieber - ele riu pelo nariz - digo, ser a nova psicóloga dele.

Meu coração disparou.

- Olha... - essa foi a vez do Justin falar - eu já disse milhões de vezes que não preciso disso, mas eu sei que não tenho voz no meio dessas pessoas - ele parecia zangado.

- Justin, já conversamos sobre isso, estou fazendo para o teu bem - Scooter pareceu não se importar muito com a opinião do garoto e pelo o que eu vi, eles já tinham conversado sobre isso e o Justin não aceitava muito a ideia de ter alguma psicóloga.

- O meu bem? - ele perguntou meio indignado - eu me sinto louco. Você está contratando uma psicóloga pra mim só porque eu faço coisas que sinto vontade de fazer. Psicologo é pra quem é doido, Scooter - ele alterou a sua voz.

- Não é bem assim, Justin - Scooter deu uma pausa dando um gole do seu vinho - Ela vai te ajudar , não é Lucy? - ele olhou pra mim com um olhar piedoso, como se implorasse pra que eu o ajudasse nas palavras pra convencer Bieber.

- Sim - respondi sorrindo amarelo - E Justin - tossi tentando raciocinar - tira da sua cabeça que psicologo é pra gente louca. Eu não estou aqui pra te julgar, eu só quero poder ajudar e tentar falar ''oi, eu to aqui pra qualquer coisa, tá?'' - ele me olhou tentando compreender cada palavra que saia da minha boca, mas sua fisionomia ainda era meio triste.

- Eu acho linda a sua profissão Lucy, me desculpa pelo modo que eu disse - ele disse mexendo no cabelo - Mas é desnecessário alguém perder o tempo querendo me ajudar sendo que não há problema algum.

- Justin, já foi decidido. - Scooter respondeu ríspido.

- Tá - ele disse dando os ombros e pedindo uma água com gás para o garçom que parecia uma estatua do nosso lado.

O resto da noite foi normal, devo dizer, conversamos sobre coisas aleatórias pra tentar descontrair o momento, apesar de que eu ainda me sentia incomodada com o fato de estar sentada na mesma mesa que Justin Bieber.

- Scooter - o chamei - desculpa a curiosidade mas... como você conseguiu meu telefone?

Ele pareceu pensar por uns instantes e soltou uma risada baixa.

- Eu estava atrás de uma psicóloga para o Justin que seja tão jovem quanto ele, quando fui na universidade onde você estuda me falaram sobre você e me mostraram sua ficha. Melhor aluna. Nunca tiveram reclamações. Mora sozinha. Isso me suou independente e apesar da idade, ter uma cabeça boa o suficiente pra poder lidar com isso. Eu fiquei com receio, porém curioso, no primeiro momento eu pedi um tempo mas depois decidi arriscar e escolher você, e logo após a entrevista de hoje no almoço gostei mais ainda - ele respondeu com um sorriso nos lábios, como se estivesse satisfeito com a sua decisão - Justin - ele cortou o assunto o chamando o garoto que nos olhava atentamente sem dizer uma palavra - eu preciso descansar, amanhã estaremos indo fazer show beneficente na constituição marcada, então não demore pra ir dormir também.

- Fica sossegado, Scooter - Justin disse batendo de leve em seu peito o que fez Scooter soltar uma risada breve.

- Lucy - Scooter chamou a minha atenção - podemos começar amanha?

- Sim - senti um frio imenso na minha espinha.

- Assim é melhor - ele disse dando as costas e me deixando a sós com o Justin - nada de dormir tarde, Justin - ele gritou saindo do restaurante, fazendo Justin soltar uma risada tímida.

- É melhor eu ir então... - disse pegando a minha bolsa.

- Mas já? - ele me olhou surpreso.

- Você precisa descansar.

- Quem disse?

- Scooter - respondi como se fosse obvio.

- Ai Lucy - ele relaxou seu corpo na cadeira - ele só faz isso pra ter sua pose de durão, mas ele é de boa, fica aí.

- Tudo bem - respondi vencida.

- Hm... Então, melhor aluna? Sem reclamações? - ele disse rindo pelo nariz - então você é do tipo certinha? - ele franziu a testa duvidando de todas aquelas minhas qualidades.

- Alguém nessa história precisa ser - disse retrucando no mesmo tom - por que? está duvidando?

- Duvidando não... - ele pareceu pensar - mas isso parece não vir muito de você.

- Por que não? - perguntei mostrando estar ofendida.

- Não sei - ele deu os ombros - talvez um dia você possa me responder.

- Quem sabe... - respondi dando um gole na minha água que permanecia do mesmo jeito que o garçom tinha deixado.

Olhei pro relógio que mostrava que eu deveria ir embora, já estava tarde e o dia começaria cedo amanhã.

- Preciso ir - disse levantando e pegando a minha bolsa - agora é de verdade.

- Tudo bem, Lucy. Nos vemos amanhã? - ele perguntou se levantando também.

- Sim.

- Então tá - ele respondeu se aproximando de mim.

Me senti perdida sem saber como me despedir, se dava um abraço, um aperto de mão ou saia correndo. Ele me puxou pra um abraço:

- Até amanhã - e foi a ultima coisa que ele disse sussurrando perto do meu ouvido e saindo com um sorriso nos lábios.

E devo dizer: QUE SORRISO.

Lightning In The DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora