Hambúrguer e batata grande

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Passei a manhã inteira na faculdade pra depois do almoço poder me encontrar com o Justin. Almocei em um restaurante perto de casa e fui direto para o hotel onde já me esperavam.

- Lucy - Scooter disse vindo na minha direção.

- Olá - disse sorrindo e o cumprimentado em seguida - cadê o Justin?

- Ele é pior que menina pra se arrumar, demora demora - ele disse revirando os olhos e rindo em seguida.

- Cheguei - Justin apareceu com uma camiseta de manga comprida azul, calça bege e um par de supras branco - Alfredo, esse é Lucy - ele disse pra um moço que estava ao teu lado e que veio me cumprimentar.

- Oi Lucy - ele me cumprimentou e em suas mãos tinha uma maquina - sensacional, devo dizer - fotográfica - espero que você tenha paciência com o meu amigo e coloque juízo na cabecinha dele, por favor - ele disse bagunçando o cabelo do Justin que logo fechou a cara fazendo todos nós rirem.

- Se for assim você também precisa de um psicólogo urgente - Justin disse em tom de deboche, dando logo as costas.

-

Naquele dia eu acompanhei Justin e toda a sua equipe pra um show beneficente em um hospital infantil de câncer.

A todo momento pude ver um sorriso estampado em seu rosto e o quanto ele fazia bem pra todas aquelas crianças. Me peguei pensando qual seria o motivo de acharem que ele estava sempre errado. Ele era apenas um menino de 19 anos que queria viver como todos os outros, ele estava se conhecendo. Em cada passo que ele dava havia trilhões de maquinas fotográficas esperando qualquer pose que ele fizesse, sem contar que fora do hospital ou em qualquer lugar que ele fosse, a quantidade de paparazzi era imensa.

Talvez eu conseguisse entender o que se passava dentro daquela cabecinha.

Quando fomos embora, na saída do hospital até o carro foi um sufoco.

- Scooter... - Justin chamou-o atrás dos vidros - a Lucy.

- Coloque isso nela. - Scooter jogou uma camiseta.

Justin a enrolou na minha cabeça e pediu pra que o segurança me levasse no carro antes dele pra que o tumulto não fosse pior. Quando entrei continuei com a camiseta em meus rosto e logo senti alguém sentar do meu lado.

- Pode tirar - ele disse rindo.

- Estava quase morrendo sufocada - ri pelo nariz.

- Imagino - ele continha um sorriso em seus lábios - E ai, o que achou?

- Sensacional, Justin - respondi surpreendida - acho que você é um dos poucos artistas que tiram algumas horas do dia pra ajudar essas pessoas, o resto do mundo deveria dar valor a isso.

Ele abriu um sorriso maravilhoso e me abraçou de uma forma fofa.

- Obrigado - ele agradeceu me soltando - gosto muito de crianças, mas as que tem alguma deficiência me atingem ainda mais, tenho vontade de dar o mundo pra elas - ele respondeu calmo - perdi a Avalanna que tinha um câncer raro e ela era a minha fã, antes da sua morte a dei tudo o que poderia dar, até em um show eu a levei comigo, deixando-a nos bastidores do meu lado, conhecendo cada parte do que muitos nem imaginam. Mas infelizmente a doença foi mais forte e a levou - ele disse com um olhar triste - sinto muito a falta dela e todas as vezes que olho pra essas crianças, penso que ela poderia ainda estar aqui, mas tento pensar que ela está em um lugar melhor e tudo o que eu poderia fazer por ela, eu fiz. Ela era uma ótima criança e está descansando.

Fiquei em silencio sem saber o que falar. Aquilo me doía de alguma forma e eu poderia enxergar em cada palavra que ele realmente a amava.

- Ela realmente está em um lugar melhor - respondi segurando a sua mão - está sem duvidas olhando pra você e guiando seu caminho, você realizou o sonho dela antes mesmo dela partir, isso é lindo, Justin.

Lightning In The DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora