Lightning In The Dark

Flatline

''Todo mundo é capaz de dominar a dor, exceto quem sente.''

POV. Lucy

- Você tem certeza que não quer que eu entre com você? - Justin perguntou pela milésima vez enquanto estávamos parados com a Range Rover na frente do condomínio da Hannah.

- Não, Nemo. - Eu disse, pousando a minha mão na sua perna. - Eu te ligo qualquer coisa.

- Tudo bem. - Ele olhou pra frente, uma de suas mãos estavam no volante. - Eu vou ficar dentro do carro, qualquer coisa você grita.

Assenti, olhando para o banco de trás e vendo Pattie com Candy me fitando.

Abri a porta do carro e sai do próprio. No mesmo instante, uma brisa de vento bateu no meu rosto fazendo com que o meu cabelo balançasse. Senti um frio na barriga terrível e engoli seco, fechando a porta do carro.

Toquei o interfone e o porteiro me atendeu, eu disse a ele que subiria no andar do apartamento da Hannah e ele autorizou a minha entrada, provavelmente Logan havia o avisado.

Fechei o portão de grade cinza e subi alguns degraus, entrando no prédio e ficando de frente ao elevador. Chamei o próprio que logo abriu suas portas, me dando passagem pra que eu entrasse. Cliquei no número 22º, no andar onde Hannah morava e onde Logan estava.

Enquanto o elevador subia todos os seus andares, eu sentia o meu estomago revirar. Eu tinha uma sensação terrível e preciso confessar que o medo me invadia da pior forma possível. Eu pensei até em voltar atrás e pedir que Justin subisse comigo, mas quando isso se passou pela minha mente, logo me veio na cabeça a voz do Logan pedindo que eu subisse sozinha.

E lá estava eu, sozinha, saindo do elevador e dando alguns passos até a porta de madeira da casa da Hannah, onde tinha o número 82 marcado na sua porta.

Apertei a campainha e fiquei esperando alguém me atender, mas, nem se quer eu ouvia passos perto da porta. Engoli seco e passei a minha mão na maçaneta, girando a própria e dando um tranco na porta, notando que ela estava aberta.

Assim que eu abri a porta ao todo, notei a bagunça da casa desde ali. Entrei na própria e fechei a porta, dando alguns passos lentos até a sala. Aquele lugar estava uma zona, o sofá estava fora do lugar e havia tocos de cigarros e garrafas de bebidas pra todos os lugares, sem contar o odor que era forte e terrível.

- Logan. - O chamei esperando que ele aparecesse, mas, eu não ouvi sinal dele.

O medo tomava conta ainda mais de mim.

Dei alguns passos pra fora da sala, chegando agora perto da cozinha. Meus olhos logo bateram na mesa de centro de madeira que tinha ali, e no final dela Logan estava lá, de cabeça baixa e com uma seringa na mão. Ele estava injetando alguma coisa na sua veia.

Antes que eu pudesse raciocinar, dei um grito.

- LOGAN, NÃO!

Com o susto, ele me olhou.

De longe eu podia notar seus olhos fundos e os roxos que havia ao redor dele, mas, não eram porque ele se meteu em brigas ou algo do tipo, eram os sintomas da droga. Sua boca estava branca feita uma neve e o nariz todo machucado e vermelho.

Ele se levantou da mesa e começou a se aproximar de mim, sem nenhuma fisionomia que fosse me amedrontar tanto quanto os sintomas da morte que ele tinha em seu rosto.

Assim que ele chegou perto de mim, notei que seu braço estava roxo e todos os pequenos furos presentes ali por conta da agulha. Eu senti uma lágrima quente escorrer pela minha bochecha.