Capítulo 53 - Você não está sozinha

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Oi de novo, xuxus!

Esse capítulo contêm o tema sobre VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, então peço mais uma vez que se alguém tem sensibilidade a assuntos fortes pule ou espere o próximo capítulo. 

Hoje vocês vão conhecer mais um pouquinho sobre o fofíssimo Samuel. Vocês podem até me xingar e se perguntar: "O que é que o Robin tá fazendo na festa de Nick?" Calma que essa pergunta será respondida, mas não hoje. 

Aqui no Brasil foi criada a Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, como Lei n.º 11.340 e visa proteger a mulher da violência doméstica e familiar. A lei ganhou este nome devido à luta da farmacêutica Maria da Penha para ver seu agressor condenado.

Se vocês conhecem alguém que precise de ajuda, não exite, denuncie!

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"A vida começa quando a violência acaba."

Maria da Penha

Victória

     Eu lembro o primeiro dia em que vi Samuel. Já não sabia mais o que fazer com os problemas em casa e estava encolhida no sofá da recepção do escritório de advocacia que mais tarde soube pertencer a mãe do Samuel, a espera de um milagre. 

     O meu milagre veio com muito medo de germes alheios e cara de nerd, sem porte atlético ou qualquer coisa que o fizesse se destacar. Eu precisava de um advogado que me atendesse gratuitamente, e meu maior problema é que precisava de um bom advogado, desses que trabalham duro quando são bem pagos. Vi o segurança abrindo a porta para o garoto que, literalmente, pisava no chão por não ter outra alternativa.

     Ele me olha com uma cara de confusão arqueando uma das sobrancelhas por trás dos óculos de grau e troca algumas palavras com a recepcionista que gesticula nervosa enquanto fala, provavelmente tentando desviar a culpa dela pela minha presença aqui.

     Ele fecha a cara para a moça nervosa e vem em minha direção. Medindo-me dos pés a cabeça ele fala:

     − Me acompanhe! – A moça segue na frente abrindo as portas e eu o acompanho ansiosa e, ao mesmo tempo, com um pouco de medo. Entro na sala e sento-me, após ele me indicar com a mão uma das várias poltronas dispostas ao redor de uma mesa retangular no que parece ser uma sala de reuniões.Curiosamente ele despeja um líquido viscoso e espalha sobre toda a superfície da poltrona limpando com um lenço em seguida antes de sentar-se. Eu assisto acena com curiosidade. – A Rosa me falou que você quer um advogado. Pode me dizer o porquê?

     − É uma longa história. – Suspiro.

     − Você tem... – Ele faz uma pausa dramática olhando o relógio no pulso. − ...dez minutos.

     − Resumindo. –Começo, pois essa pode ser a chance da minha vida. Falo tudo o mais rápido que consigo, praticamente num só fôlego. – Eu tenho dezesseis anos e desde que me entendo por gente o cretino que tenho por pai, bebe e bate na minha mãe, a proíbe de sair ou fazer algo que ela queira. Ela não consegue se divorciar por medo e ele até dá um jeito de violar as medidas protetivas que lhe são impostas, ameaça a minha mãe para ela retirar todas as queixas. Eu não aguento mais esse inferno, preciso de um bom advogado, ou seja, um advogado daqui. Eu já pesquisei sobre vocês na internet e esse escritório tem apenas quinze porcento de causas perdidas nos tribunais.

     Ele me olha surpreso! Tem um aspecto de um garoto mimado e presunçoso, que provavelmente nunca passou por nenhum sofrimento. Talvez tenha quase a minha idade; abre um pequeno sorriso revelando as covinhas nas bochechas, enquanto olha nos meus olhos. 

Lembre-se de mim - Série: Amor sobre rodas - Livro 1 (CONCLUÍDO - EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora