Capítulo 23 - Eu estou com você, irmão!

464 62 106
                                    

Olá meus amores!!!

Estou trazendo o capítulo que deveria ter saído dia 06/10. Prometo que vou me organizar para voltar as postagens normais.

Boa leitura!!!

ȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹȹ

"E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar. E até lá, vamos viver. Temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás. Apenas começamos!"

Legião urbana

Nicholas

     Aproximo a cadeira de rodas até a mesa e vejo o belo prato que Rafael produziu, ele realmente estava inspirado.

     Rafa sai e retorna a mesa com uma garrafa de Château Latour 1995 da adega do nosso pai e abre um pouco animado. Ele serve a si mesmo e a mim colocando um canudo na minha taça – eu achava um ultraje tomar vinho de canudo; mas o que se pode fazer?

     Ele colocava a comida na minha boca e também saboreava o seu próprio prato. A comida estava uma delícia, eu não podia negar apesar de me ser indigesta por pensar no assunto que eu haveria de abordar.

     Eu estava irredutível quanto a minha decisão, mas será que isso afastaria meu irmão novamente? Passei dias tenebrosos; Arnaldo me humilhou, tive alguns problemas na faculdade e fui internado novamente, fiquei dependendo da boa vontade da família e em nenhum desses episódios eu sequer enviei uma mensagem ao meu irmão.

     Já comíamos há algum tempo quando ele abordou o fatídico assunto sem mais nem menos. Não havia mais porque adiar essa conversa.

     − Quando pretende ir para a Suíça Francesa? – Suíça francesa? O quanto ele sabe sobre o assunto? Fiquei surpreso com seu questionamento. Sinto meu estômago gelar ou só imaginei que senti, não sei ao certo. O que sei é que quero falar sobre esse assunto de uma vez e ao mesmo tempo quero adiá-lo.

     − Eu concluo o curso de direito no ano que vem. Vou abrir o escritório em sociedade com meus amigos e fazer a viagem de férias como havíamos planejado. Eu vou para a Suíça francesa, mas não retornarei. – Eu o vejo deglutir.

     − Por que você quer fazer isso mesmo? Eu sei que você passou por uma mudança brusca, mas sua família não é o suficiente para te fazer ficar? – Reflito bem na sua pergunta. A minha família é o motivo crucial para me fazer ir. Todos sofriam por minha causa quando era apenas eu o culpado de tudo.

     − Eu só tenho dado trabalho para esta família, Rafael.

     − Eu não sou o suficiente para te fazer ficar? – Ele expressa o que eu mais temia seus olhos azuis fitando os meus, herança de nossa avó paterna, dona Adélia. Esse foi um golpe muito baixo. 

     Rafael sempre foi o meu herói, meu porto seguro, minha inspiração do adulto que eu gostaria de ser. Isso agora está fora de questão, mas não significa que eu o ame menos. Baixo minha cabeça sem saber o que dizer, ele é muito importante pra mim.

     Ele é uma rocha em que todos se apoiam e foi ele que 'segurou a barra' quando Gabriel aprontou todas e mais algumas ao se envolver com gente barra pesada. Engulo a vontade de chorar, talvez a noite quando ninguém estiver olhando eu possa derramar algumas lágrimas, mas não agora. Torno a levantar a cabeça.

     − Eu amo você Rafael, você e o Gabriel são os melhores irmãos que alguém poderia ter. Eu não vou ficar nas costas de vocês, tudo o que quero é que os dois sejam felizes. Eu não tenho nenhuma razão pra ficar, estou no limite.

Lembre-se de mim - Série: Amor sobre rodas - Livro 1 (CONCLUÍDO - EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora