Capítulo 50 - Tudo bem não estar bem

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Último capítulo da história. As postagens voltarão ao normal no sábado. 

Boa leitura!!!

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"A gente demora pra entender que tudo bem nem sempre estar bem."

Suelen Azevedo

Sandra

     Henry me surpreende no banheiro e sua formação médica o faz compreender o que houve. Eu estava me cobrando mais do que poderia suportar para vê-lo feliz.

     − Está se sentido bem? É melhor tomar um banho e irmos para o hospital. – Vou para o banheiro e me sento no chão do box deixando a água lavar as minhas lágrimas assim como o sangue. – Ei vem cá, não chora.

     − Como não vou chorar? Esse já é o quarto bebê. – Admito em meio as lágrimas.

     − O Quarto? – Ele pergunta incrédulo ou surpreso, não sei dizer. – Nós vamos conseguir. Eu deveria saber, deveria ter cuidado de você. Até mesmo pra vir ao seu encontro agora eu tive de demorar um pouco, esse é o preço que se paga por ter um namorado cadeirante. Fui tirar a roupa e passar para a cadeira de banho.

     − Você pode demorar o quanto quiser, só não me deixe.

     − E por que eu faria isso? – Ele pega meu queixo me fazendo olhar para ele. – Eu te amo!

     No consultório médico o nosso medo se concretizou, eu não seria capaz de levar nenhuma gravidez adiante

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     No consultório médico o nosso medo se concretizou, eu não seria capaz de levar nenhuma gravidez adiante. Meu útero é septado e não permite que o embrião se desenvolva. Enfrentamos essa situação cada um da sua forma. Não falamos mais sobre filhos ou sobre gravidez.

     Uma noite acordei e ele não estava na cama e em lugar nenhum. Acabei o encontrando na varanda da sala. Ele fumava um cigarro observando o tráfego quase inexistente da madrugada com um copo de uísque pela metade ao seu lado na mesinha da varanda.

     − Não sabia que fumava! – Confrontei-o.

     − Eu não fumo, faz mal ao coração. – Falou indiferente dando outra tragada no cigarro. Fui para frente dele. Era visível que estava sofrendo, talvez por Henrique ou por saber que eu não poderia lhe dar um filho, mas provavelmente ele sofria por todos os problemas que tinha.

     Henry tinha uma maneira peculiar de lidar com ador e um fardo emocional grande demais para alguém carregar: a família era incompreensiva e o isolou, tinha uma deficiência irreversível, perdeu seu único filho e por fim descobriu que eu era tão estéril quanto uma boneca inflável. 

     − O que está acontecendo, por que não está na cama? Você está querendo se separar?

     − O que? Não, claro que não! – Ele apaga o cigarro no cinzeiro e abre os braços. – Vem cá.

Lembre-se de mim - Série: Amor sobre rodas - Livro 1 (CONCLUÍDO - EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora