Capítulo 2

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Mia

Me levanto da cama ansiosa e cheia de fome, vou direto para cozinha procurar algo para comer.

Vejo minha mãe fazendo o café da manhã cantarolando uma música, pensei que ela ia ficar triste por eu ter decidido ir embora para o inferno.

—seu namorado distraiu mesmo você, transar deve ser bom mesmo.— falo só para ela ficar sem jeito enquanto rio.

Sarah —eu não te criei para falar assim comigo.— diz fazendo uma cara falsa de brava.

—por que não me fala sobre ele? Vou embora hoje, poderia se abrir comigo.— falo  pegando o café da manhã.

Sarah —vamos ao que irei falar primeiro.... Me casei muito nova com meu destinado, ele era um demônio, o era é porque não somos mais destinados. Logo depois do casamento engravidei, eu e meu marido no início não nos gostávamos, perdi a criança porque ele abaixou a guarda me traindo, adotei seu irmão Sariel logo depois disso por causa do trauma da perda. Meu casamento começou a desandar, fiquei com depressão, logo depois adoeci, quis morrer. Fui sequestrada pelo meu enteado, trai meu marido com ele, engravidei de você. Final da história, criei você sozinha por causa das minhas escolhas e estou namorando meu ex marido que é seu avô.— mais que complicado de se entender.

—eu não devia ter perguntado...— falo e logo depois bebo sangue.

Como meu café da manhã e logo depois vou lá fora voar, vou me despedir das minhas tias, são minhas melhores amigas.
(...)

Volto para casa cansada  de ouvir sermão da minha vó Larah, ela me avisou que ir para o inferno viver com um demônio é má ideia e blá blá blá...

Eu não tô indo para o inferno me casar com um demônio, eu tô indo viver lá, além disso, esse Dagon é meu servo pelo que parece, o dever dele é me proteger.

Quando entro na sala vejo minha mãe preparando minha mochila de sobrevivência, está colocando repelente de mosquito, protetor solar, uma adaga, e camisinha....

—mãe! Por que está colocando camisinha na mochila??— pergunto sem entender, eu não pretendo transar, tenho só 15 anos.

Sarah —melhor previnir, vou colocar pílula do dia seguinte também caso venha a esquecer a camisinha. Filha, eu sou realista, vai estar no inferno, lá é um lugar sem regras, transar é pouco para o que acontece naquele lugar.— só desisto antes de ficar com mais vergonha.

—só avisa se aquele demônio aparecer novamente, vou estar no quarto.— falo pois quero tomar um banho, é verão então lá deve estar queimando.

Sarah —só uma coisa, leva um casaco, no verão o inferno faz frio.— fico sem acreditar quando ela fala isso, mas como ela já morou lá não questiono.
(...)

Só escuto o só de asas, sei que ele chegou.

Me despeço da minha mãe e pego a mochila que ela fez para mim, coloco ela na parte da frente do meu corpo e vou até o demônio de cabelo castanho, não entendo por que eles andam sem camisa, parecem até lobisomens com asas e chifres.

Dagon —pensei que iria recusar ir para o inferno comigo.— diz me olhando com seu olhar frio.

—estou indo para conhecer, sou meio demônio no final das contas.— falo, mas ele parece não ouvir.

Dagon —só me segue pirralha.— diz abrindo suas asas pretas enormes, quando ele voa meu cabelo bagunça inteiro.

Abro minhas asas e vôo atrás dele, sigo ele que está se afastando rapidamente.

—isso não é uma corrida! Vai mais devagar, demônio idiota!— vejo que ele vai mais quando digo isso.

Dagon —é uma lerda.— vôo o mais rápido que posso atrás dele.

—se eu ficar você que morre!— falo e ele parece diminuir um pouco a velocidade.
(...)

Não sei a quanto tempo estou voando, mas minhas asas estão doendo demais.

Vejo ele parar perto de um vulcão, ele pousa no topo e eu faço o mesmo.

—não estou entendo por que paramos aqui.

Dagon —só confia em mim e pula dentro do vulcão, tem um portal para o inferno lá dentro.— diz e eu fico sem acreditar, ele está querendo que eu me mate, só pode.

—faz você primeiro.— falo e ele pula lá dentro, fico sem acreditar e demoro um tempo até pegar coragem para pular.

Faço isso e caio de bunda em um saco de algodão vermelho, estou em um lugar enorme, parece outro mundo completamento diferente, as árvores tem folhas vermelhas e a água é rosa, é lindo.

Dagon —levanta logo, agora escuta aqui pirralha, se quiser sobreviver é melhor seguir tudo que eu digo. As árvores são bonitas né? Mas elas matam e sugam seu sangue com as raízes, por isso as folhas são vermelhas, as frutas tem parasitas que te comem por dentro. Existem monstros enormes que destroem e matam tudo que vêem, eles são as coisas mais perigosas que verá.

—mais alguma coisa?— pergunto olhando para ele que parece se irritar comigo.

Dagon —vai morar na minha mansão, eu tenho uma dragoa enorme de estimação, não a perturbe, entendeu?— pera um pouco aí, ele tem um dragão de estimação?

—sim, demônio.— falo e ele segue me ignorando.
(...)

Chegamos a mansão em uma nevasca que começou em um piscar de olhos, vi um dragão enorme deitado perto da mansão que é bem pequena perto dele.

Dagon —tem vários quartos vazios na parte de cima, escolha um e me deixe em paz, vou sair e só volto a noite.— diz me deixando sozinha na casa.

Mais que filho da puta! Nem para me explicar e me mostrar o inferno!

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora