Capítulo 101

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6 MESES DEPOIS

Mia

Eu estou um pouco cansada dos meus trabalhos, mas  não posso tirar folga até terminar, como eu queria beber um pouco de champanhe, me embebedar e fazer merdas sem me preocupar com minha posição de hierarquia.

Ryu —esta linda de avental.— diz me olhando enquanto preparo o café da manhã, eu misturei um monte de coisa que eu gosto e por isso não irei oferecer a ele.

—tem uma pizza ali na bancada.— falo terminando minha panqueca doce com bacon.

Ryu —não estou com fome, só queria saber se sabe o que significa o dia de hoje.— fico olhando a cara dele por um tempo, será que esqueci alguma data importante.

—eu não sou boa com datas, mas sou ótima em outra coisa.— falo sentando no colo dele e o beijando.

Ryu —6 meses de namoro Mia.— diz me afastando um pouco, ele está distante.

—desde quanto comemoramos meses de namoro que eu não lembro?— pergunto sem entender.

Ryu —nós não comemoramos mesmo, só queria te lembrar disso, se quiser conversar sobre o que está sentindo.— só olho para cara dele sem entender enquanto volto para as panquecas que estão cheirando a queimado.

—eu gosto de você, até acho que estou me apaixonando.— falo pegando um prato e colocando as panquecas, vou até a geladeira e acho um champanhe de morango, nunca bebi esse.

Ryu —você está feliz e sorridente, mas acho que está bloqueando seus sentimentos, não fala da sua filha, nem do Dagon e você era perdidamente apaixonada por ele.— só como tranquila enquanto olho para ele.

—se estou fazendo isso não notei, e mesmo que eu esteja me sinto feliz com você.— falo entregando a garrafa para ele abrir, ele pega e abre com a mão mesmo.

Ryu —eu vou morrer, não quero machucar você.— diz e eu paro de comer, pois ele sempre entra nesse assunto.

—eu quero viver esse momento com você, mas com você lembrando toda hora que vai morrer fica difícil— falo pois isso realmente me incomoda, estamos felizes, eu tô estressada com meu trabalho, mas ele me alivia e me acalma.

Ryu —o seu aniversário esta chegando, vai fazer 23 né?— ele falou com um pouco de estranheza, acho que esse número é extremamente pequeno para ele, também era para o Dagon, eles tem milhões de anos no final das contas.

—sim, o que vai me dar de presente?— pergunto curiosa.

Ryu —que tal informações sobre o Dante.— só paro de comer ao ouvir isso.

—o que descobriu?— pergunto ficando séria automaticamente.

Ryu —não descobri nada da sua filha, mas sei que Dante frequenta um  bordel/stripper.— várias coisas começam a passar pela minha cabeça.

—por que ele....

Ryu —ele vai lá ver uma dançarina chamada Safira, dizem que é bem bonita e que chama a atenção de todos os homens que vão lá. É uma ninfa, elas seduzem os homens com sua beleza é dança, parecida com sereias, mas sem a voz sedutora.— só respiro fundo tentando conter a vontade de ir até lá agora para conseguir informações da minha filha.

—sabe o dia que ele frequenta o lugar?— pergunto e ele só segura a minha mão por perceber meu nervosismo.

Ryu —ele vai todo dia 20, daqui a 5 dias estará lá.— não sei se fico aliviada ou feliz.
(...)

Eu não consigo acreditar que entrei em um bordel para encontrar o Dante, as mulheres daqui vestem tops e saias  com enfeites meio indianos e que fazem barulho.

Só ando pelo lugar que tem um clima cheio de luxúria e desejo. Vejo uma loira em cima de um palco dançando, sua beleza é radiante e sua energia é diferente de todas as outras, provavelmente essa é a Safira.

Me sento em uma cadeira perto do palco enquanto vejo a loira dançar e seduzir com um sorriso no rosto, parece gostar disso, pois está feliz se exibindo. Vejo a loira olhar para um canto do lugar, vejo Dante lá atrás bebendo enquanto olha para ela. Eu espero que a minha filha não se apaixone por ele, pois não quero que ela repita a minha vida.

Só vou até a mesa dele e sento lá, o moreno está a me olhar sem ligar para mim, sei que ele lembra quem eu sou.

Dante —diz o que quer.— fala enquanto presta atenção no palco.

—eu quero saber da minha filha.— falo e ele simplesmente respiro fundo e fica sério.

Dante —desde quando isso é problema meu? Você escolheu  e decidiu sua vida, não pode simplesmente voltar atrás e se arrepender.— sinto ódio ao ouvir isso.

—eu só quero saber como ela está.— falo mais calmamente para ver se ele relaxa e diz algo.

Dante —ela está sendo bem cuidada, tem professores para aprender a andar e falar, a garota tem tudo. Arina cuida bem dela.— não sei quem é essa, mas parece confirmar que está em segurança.

—ela é tratada com amor e carinho né?— vejo que ele só ri quando pergunto isso.

Dante —pensei que ela fosse uma demônia? Desde quando sua espécie precisa de carinho? Ela vai ter tudo, para de se preocupar e pare de me seguir, pois eu quase não vejo a maldita peste da sua filha, só irei começar a ver ela a partir dos 15 anos quando precisar aprender a lutar e a sobreviver sozinha, agora se ter licença.— diz se levantando, ele caminha e fica perto do palco, vejo a loira descer e ir correndo para perto dele com um sorriso no rosto.

Eu  tô com medo pelo futuro da Eliza, ela não vai ser feliz provavelmente, ela não vai ter ninguém com quem contar, não vou estar lá para consolar ela, tudo que eu posso fazer é desejar que ela seja mais forte e independente que eu, pois vai ser complicado sem a família ao lado dela.

Vou para o lado de fora do lugar onde vejo Ryu me esperando, eu não estou afim de conversar e ele notou isso. Vejo que o ruivo só me abraça forte, quero tanto poder me abrir e chorar, mas nem isso consigo.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora