Mia
Volto para o castelo do Dagon cansada e brava por causa de tudo que aconteceu.
Por que ele quer tanto um filho? Eu não entendo, pensei que ele não precisasse de nada.
Ariane —senhorita precisa de algo? Parece estressada.— diz me olhando sentada no sofá.
—não, eu só quero ficar sozinha para pensar.— falo calmamente.
Ariane —como se sente dormindo no quarto do Dagon? Ele nunca deixou uma concubina ficar no mesmo quarto que ele antes.— diz sentando no sofá a minha frente.
—só para lembrar que não sou uma concubina, sou a porra da neta e afilhada do rei do inferno.— fala e ela apenas sorri.
Ariane —sabe Mia, muitas concubinas não tiveram escolha na vida de ser outra coisa.— diz calmamente e eu fico envergonhada, pois acabei diminuindo ela falando isso.
—me desculpa.— falo realmente culpada.
Ariane —eu não fiquei ofendida.— diz se levantando.
(...)Eu sou um ser horrível, só sei machucar as pessoas, eu sou a porra de uma demônia, mas ainda tenho coração e sinto tudo, tenho defeitos demais.
Escuto a porta do quarto abrir, acho que é o Dagon, na verdade provavelmente é ele.
Dagon —como está pirralha?— só respiro fundo pois hoje estou com o pavio curto.
—brava, me sentindo abandonada por todos, mas bem de saúde se é isso que quer saber.— falo olhando o teto.
Dagon —a vida dos demônios é solidária mesmo, você vai se acostumar com isso logo.— eu não quero me costumar.
—eu quero ser amada, e o único ser que poderia fazer isso foi embora.— falo olhando Dagon se engasgar com a bebida.
Dagon —por que está falando isso comigo?— diz parecendo confuso.
—você não sente nada não é mesmo? Para você tanto faz se está sozinho ou com pessoas que gostam de você.— falo olhando nos seus olhos escuros como a noite.
Dagon —se está querendo chegar em algum lugar diz logo.— diz pegando peças de roupa no armário.
—acho que não preciso perguntar o que é óbvio de se ver, só não entendo porque quer filhos se não consegue amar.— falo agora evitando olhar para ele.
Dagon —então é o fato de eu querer ter um filho que está te incomodando?— não é bem só isso.
—responde a pergunta fazendo favor— falo séria e ele senta na cama.
Dagon —tenho milhões de anos Mia, já fiz de tudo, já tive tudo que eu queria menos um filho para deixar minha linhagem viva caso eu acabe morrendo.— queria saber de onde ele tirou que vai morrer.
—você não morreu em um milhão de anos de vida, acha mesmo que vai morrer agora?— pergunto e ele fica um tempo me olhando.
Dagon —eu não imaginei que teria uma mestra e olha você aqui com o controle da minha vida nas palmas das suas mãos.— diz me olhando meio sarcástico.
—se quer ter um filho tenha, não me importo.— falo me virando de lado.
Dagon —você é tão mentirosa que nem é estranho por ser uma demônia.— quem esse maldito pensa que é para dizer isso de mim?
—eu odeio você.— falo brava me cobrindo com a coberta.
Dagon —você é tão infantil, nem é estranho por ser tão jovem.— sinto quando ele senta na cama perto de mim.
—e você é tão idiota, mas não é estranho por ser um velho.— digo abraçando um travesseiro.
Dagon —me responde uma coisa, pirralha. Você deseja ter filhos um dia?— que porra de pergunta é essa?
—não, não me vejo perdendo minha liberdade por causa de uma criança.— falo tirando o cobertor de cima de mim.
Dagon —viu, nem para ser minha esposa serviria.— diz em um tom calmo.
—você não quer uma esposa, Dagon, quer a porra de uma empregada submissa, que gere filhos para você e também sirva de babá.— falo aumentando um pouco a voz.
Dagon —você é o tipo de mulher que eu costumo evitar.— o que ele quis dizer com isso.
—e você é o tipo de homem que todas evitam pois se sente intimidado por mulheres como eu.— falo e ele apenas dá um sorriso antes de virar o rosto
Dagon só vai para o banheiro, consigo ouvir o som da água do chuveiro, está tomando um banho pelo que parece.
Só vejo ele sair com um short, seu abdômen definido está a mostra, tento não olhar, mas é quase impossível.
Como eu queria ser mais forte que meus instintos, vejo o castanho secar o cabelo com a toalha enquanto eu só fico a olhar deitada na cama.
Dagon —eu não sou entretenimento para ficar me olhando Mia.— diz vindo até a cama.
—não a muito o que olhar nesse quarto, você não tem nem televisão.— falo dando uma desculpa.
Dagon —se já está melhor pode trocar de quarto, não é obrigada a ficar aqui.— ele está me expulsando?
—se quer tanto que eu saia tudo bem.— falo me levantando, mas ele me puxa de volta para cama pela cintura.
Dagon —só durma aqui hoje.— diz me abraçando na altura de minha cintura.
Fico completamente envergonhada ao sentir ele cheirar meu pescoço para sentir meu perfume.
Dagon —você me muda e eu não gosto de mudar e ficar dependente.— ele está dependente de mim?
Fico sem conseguir dizer nada por um tempo até arrumar coragem para falar algo, mas quando olho para cima Dagon já está a dormir.
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Meu Problemático Demônio
RomanceMia Nasci com uma destinação diferente, uma ligação de mestre e servo. Descobri quando criança que tenho um servo demônio, tudo seria normal se não tivesse que viver com ele no inferno, o pior é aturar o ódio dele por mim. (Continuação de Sequestra...