Capítulo 44

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Mia

Não consigo acreditar que Dagon disse que gosta de mim, no fundo queria ouvir um eu te amo, mas acho que aquele demônio problemático nunca vai dizer isso para uma mulher.

Fico andando pelo casa a procura do meu servo, Arael não voltou para o inferno e o Dagon literalmente sumiu nesse lugar enorme. Provavelmente não quer ser encontrado por mim, pareceu bravo comigo.

Depois de horas procurando desisto, vou para sala de estar onde Shokko está a descansar no sofá.

Shokko —se está procurando o Dagon, ele está no calabouço torturando anjos para conseguir informação, se tem estômago fraco recomendo não ir para lá.— diz lendo um livro.

—ainda está grávida?— pergunto curiosa.

Shokko —infelizmente sim, os remédios não estão fazendo efeito então já marquei uma clínica.—diz calmamente.

—não quer mesmo tentar ter esse filho? Ele parece estar lutando dentro do seu ventre para viver.— pergunto olhando para seus olhos verdes.

Shokko —você não viu quantas mulheres morreram tentando gerar um filho para o Dagon, não vou ser uma dessas.— diz guardando o livro.

—não tem um pingo de amor por essa criança?— falo sentando perto dela.

Shokko —eu ia amar ser mãe de uma raposinha ruiva igual a mim, mas infelizmente esse bebê é do Dagon.— diz olhando a barriga.

—fala como se quisesse ter engravidado de outro.— falo e ela só me olha.

Shokko —eu queria ter um marido Kitsune igual a mim, uma dúzia de raposinhas fofas.— diz parecendo viajar um pouco na mente.

Ela deve desejar uma família bem grande e perfeita, com um marido lindo e gentil o que é o completo oposto do Dagon.

—acho que eu já vou.— falo mas ela segura minha mão.

Shokko —pode ver meu futuro, por favor?— pergunta me olhando.

—não vejo problema.— falo tirando minhas luvas.

Só respiro fundo e preparo minha mente para ver o que vai acontecer, toco na mão dela e minha mente se torna escuridão por um minuto.

Consigo ver a Shokko tomando vários frascos de remédio durante a gravidez, a visão se apaga e vai para outra de ela dando a luz a uma garota de cabelos castanhos, logo depois vejo ela pegando as suas coisas e indo embora enquanto sua filha está no berço a chorar.

Shokko —e aí? O que você viu?— pergunta me olhando nos olhos.

Só respiro fundo e conto para ela com um certo aperto no peito por saber que  vai abandonar a própria filha e ir embora para terra.

—como você pôde?— pergunto meio indignada.

Shokko —calma aí, não me olhe como se eu já tivesse feito isso. Além disso você não sabe tudo que aconteceu, provavelmente eu vou fazer um acordo com Dagon nesse tempo, pois se a criança nasceu viva ele achou uma forma de conseguir o que quer.— diz e eu só respiro fundo.

—não é isso que está me incomodando, vai usar um bebê para conseguir sua liberdade.— falo e ela só fica séria.

Shokko —você deveria parar de julgar garota, nasceu livre e com uma vidinha de princesa, tem dois servos importantes para proteger sua vida, eu não tenho nada, minha família está morta e minha vida pertence ao Dagon, óbvio que eu faria de tudo para ser livre.— fico calada quando ela diz isso na minha cara.

—então não gosta do Dagon?— pergunto e ela só ri.

Shokko —qual parte você não entendeu que ele é apenas meu mestre? O sirvo como uma cadela apaixonada para agradar ele, não sou sua rival e nem nunca fui, se você ama ele problema seu, é você que vai sofrer por amar alguém com mais de um milhão de anos.— diz se levantando.

—desde quando pode falar assim comigo?— falo meio brava.

Shokko —as vezes é preciso dar um choque de realidade, e se eu fosse você ficava com o arcanjo,  mesmo sendo experiente na cama Dagon é bem  dotado, consegue preencher até o limite, até imagino como vai se sentir na primeira noite com ele.— diz saindo da sala.

—sua ingrata.— falo brava.
(...)

Desço para o calabouço e procuro Dagon, só fico com nojo do local ao ver sangue seco e o  cheiro forte de ferro. Se for para ele ter um lugar desses aqui que o deixe limpo.

Escuto som de gritos, queria entrar mas não quero ver anjos sendo torturados, não concordo com isso mesmo que eles queiram me matar. Fico esperando e longos minutos depois Dagon sai com a blusa manchada de sangue.

Então é assim que ele consegue as informações, torturando anjos até falarem tudo que escondem.

—oi...— falo meio sem jeito por não saber o que falar.

Dagon —Mia, eu não quero falar com você agora.— diz passando por mim.

—idiota.— falo saindo do calabouço brava.


Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora