Mia
A cada dia que se passa eu perco minhas poucas esperanças de sair daqui, eu não aguento mais isso, eu quero sair daqui, ver minha família, meu irmãozinho, o Dagon e o meu arcanjo fofo.
Só fico no janela de pedra olhando a paisagem, as lágrimas não param de escorrer do meu rosto, nem consigo mais conter elas.
(Colar —eu não aguento ver você assim, você está sofrendo demais.) Eu entendo que tudo que ela diz para mim fazer é por causa da preocupação com meu estado mental, ela não quer que eu me mate, nem sei se realmente terá algo depois da morte.
Eu sempre odiei crianças, não quero cuidar e nem ter uma, mas se for para sair daqui talvez vale a pena, o único problema é saber se Atalus vai honrar sua palavra de me deixar sair daqui.
Eu sei que ninguém jamais vai me achar aqui, esse orelhudo é muito precavido e usou até uma barreira para ninguém conseguir ver a torre, ele disse isso uma vez quando falei que minha família iria me achar.
Só tomo um belo susto e me taco para o lado quando algo voando vem na direção da janela, consegui desviar, mas a pessoa que caiu destruiu a pobre cama de madeira.
Fico afastada enquanto vejo um homem de cabelo preto grande e bagunçado se levantar, a presença dele me causa arrepios e não é porque está sem camisa, e tem um tanquinho definido.
Vejo que quando o moreno extremamente alto e forte se levanta e olha para mim noto seus olhos roxos. O homem tem uma marca de escuto e espada no braço, está me encarando de forma estranha.
***** —você está se fingindo de Rapunzel? Em cima de uma torre olhando para o horizonte enquanto pensa em sair.— diz arrumando o cabelo enorme que está todo bagunçado.
—quem é você e como conseguiu passar pela barreira?— pergunto sem entender.
***** —eu não sou uma pessoa normal, nenhuma barreira consegue me parar.— diz sem prestar atenção em mim.
—pode me ajudar a sair?— pergunto pois é a primeira pessoa que vejo além do orelhudo.
***** —nada é de graça nesse mundo, morena.— diz abrindo suas asas negras extremamente enormes, estranho, ele parece um demônio, mas não é.
—o que quer em troca? Meu corpo? Dinheiro?— pergunto um pouco nervosa, pois nesse momento faço qualquer coisa para sair.
*****—você morta, ou um filho seu.— só fico sem acreditar nas palavras dele, estou com cara de incubadora? Como assim eu morta?
—por que....
*****—eu sei sua situação, quando olho para alguém consigo saber de tudo, como está confusa irei de explicar por educação, mesmo que eu não seja muito cavaleiro. Meu nome é Dante, sou o guardião do submundo, e você deveria ser a rainha de lá.— estou ficando bugada.
—poderia explicar com mais detalhes por favor?— vejo que ele só respira fundo, está me olhando como se eu fosse retardada.
Dante —o elfo quer com filho com você, pois seus descendentes também podem herdar o submundo que é um mundo parecido com o inferno ou a terra, a diferença desse lugar é que ninguém que entra sai, isso significa que se você decidir morrer e reencarnar lá nunca mais voltará para as pessoas que ama. O submundo está entrando em decadência por causa do rei que nunca surge, como estou vendo pela sua cara que não quer morrer estou fazendo uma proposta para você. Eu posso te ajudar a conseguir a vingança que quer, mas vai precisar jurar pelo sua vida que quando tiver um filho vai me entregar a criança para mim levar para o submundo, vai ter dez anos para ter esse filho.— diz olhando diretamente para mim, só engulo seco por ver que está sério, é um pouco assustador também.
—o que acontece se eu não cumprir.— e se esse filho que eu ter for desejado.
Dante —se quebrar nosso acordo eu te mato, assim o submundo ainda ganha alguém para estabilizar as coisas, só lembrando que nunca mais vai ver sua família ou as pessoas que ama de novo.— sinto lágrimas escorrerem do meu rosto.
(Colar —Mia, você parece desesperada.)
—o que vai fazer com a criança?— pergunto pensando seriamente nisso.
Dante —ela ou ele será bem cuidado pelos empregados e professores infernais, terá tudo e será muito bem protegido, ninguém poderá fazer mal a ele.— seu olhar mostra verdade, mas entregar um filho a um estranho que nem sei se está falando a verdade....
(Colar —melhor que fazer um com o elfo, ele está dando a você a escolha de fazer com quem quiser, mas a escolha a sua é claro. Sei que não quer morrer e ir para um lugar sem ninguém conhecido, nunca mais ver seu amado Dagon vai doer muito, ainda mais sabendo que demônios não podem morar em outro lugar que não seja no inferno.)
—eu aceito.— falo sem querer pensar nas consequências disso.
Dante —me dá sua mão.— diz e eu faço isso, vejo ele cortar com uma faca, ele faz o mesmo com a mão dele e depois as aperta.
(Colar —esta ligada que fez um acordo de sangue né?) Como se eu não tivesse sentido ele cortando minha mão, é claro que sei né porra.
Dante —quer que eu mate o elfo ou....— ele falou com tanta facilidade e calma.
(Colar —dizem que o guardião do submundo tem o poder e força equivalente a cem mil demônios, até mais.)
—eu quero mata-lo.— falo decidida, vejo o homem de olhos roxos vir na minha direção e colocar a mão na gargantilha com só um pouco de força ela se quebra e cai no chão, ele solta minhas asas e me dá a adaga que cortou minha mão.
Dante —um concelho, deixe a raiva fluir e não olhe nos olhos do elfo.— diz se sentando na cama, acho que vai esperar para ter certeza que consigo.
(...)Estou na cozinha já que é o primeiro lugar que ele passa para entrar, quando ele entra não consigo conter minha raiva e tudo a minha volta começa a pegar fogo, isso é bom já que não vai conseguir me controlar, só chuto a perna dele fazendo ele cair no chão, ele está olhando para mim surpreso, pois está vendo a adaga na minha mão.
Atalus —Mia, por favor não me mata..— sinto algo estranho se formar em meu peito, pena e nojo.
Só fecho meus olhos e esfaqueio o peito dele, quando abro vejo que enquanto ele se engasga com o sangue passa a mão no meu rosto e sorri carinhosamente.
O que só me faz ficar ainda mais confusa, o elfo só para de respirar e para ter certeza incendeio o corpo dele, fico olhando até ter certeza que virou cinzas, o cheiro de carne queimada me incomoda.
Quando toco em meu rosto vejo que estou chorando, caminho até o quarto e vejo o Dante me olhando, ele abre as asas e vai embora pela janela sem dizer mais nada.
(Colar —espero que consiga aceitar bem quando ele vier pegar seu primeiro filho, pois estou duvidando muito da sua decisão já que provavelmente vai ser o fruto de uma boa relação.)
Abro minhas asas e quando vou voar caio um pouco até pegar o jeito de novo.
Não consigo parar de chorar, eu tô livre.....
(Colar —não é um sonho Mia .) Consigo ver que está feliz.
Só vôo em direção ao portal do inferno, pois tudo que eu quero agora é o carinho da minha família.
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Meu Problemático Demônio
Roman d'amourMia Nasci com uma destinação diferente, uma ligação de mestre e servo. Descobri quando criança que tenho um servo demônio, tudo seria normal se não tivesse que viver com ele no inferno, o pior é aturar o ódio dele por mim. (Continuação de Sequestra...