Capítulo 77

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Mia

Eu não sei o que fazer presa nessa maldita torre, quero sair, mas não dá, é extremamente chato.

Pego o colar em baixo da cama e decido deixar meu sangue cair nele igual foi escrito no papel, quando faço isso vejo ele piscar.

(Colar —finalmente me recarregou, pensei que iria me esquecer debaixo desse colchão velho) tomo um susto tão grande ao ouvir a voz na minha cabeça que quase caio para trás.

—quem é você?— pergunto meio assustada.

(Colar —ele apagou sua memória de novo né? É a quinta vez.) Como assim quinta?

—poderia me explicar tudo?— pergunto indo até a janela da torre para olhar a linda vista solidária.

(Colar —vamos começar então, seu nome é Mia, é meio demônia e vampira, nasceu no inferno e cresceu na terra. Você é uma garota forte, meio idiota e determinada, esqueci de ignorante e brava. Você tinha dos servos com uma ligação parecida com a destinação, inclusive era perdidamente apaixonada por um deles.)

—por acaso o nome deles é Dagon e Arael?— pergunto curiosa.

(Colar —então já lembrou deles, é sempre assim.)

—falou que é minha quinta vez aqui?— pergunto enquanto fico rodando pelo quarto.

(Colar —vou desbloquear suas memórias, deita na cama.) Faço o que o colar estranho pediu, do nada só apago.

Quando acordo só sinto minhas lágrimas começarem a escorrer por causa das lembranças.

Quando ele me sequestrou me levou para o castelo e me torturou psicologicamente, me tacou em uma sala cheia de baratas e  ratos, pois a tortura física não me agonizava o suficiente, pois eu não odeio a dor.

Quando as torturas pararam de entrete-lo, ele decidiu apagar minha memória e brincar comigo de noiva com aminésia, na primeira vez que estive aqui  nessa torre sem memórias acabei me deixando levar, pois não sabia de nada e nem tinha o colar comigo.

Eu desconfiava dele, mas com o tempo e as visitas frequentes...

(Colar —sei que é sempre um choque saber que você se apaixonou por ele e se entregou também)

Esse não é o pior.

O pior é saber que em todas as vezes que ele apagou a minha memória eu cedi e dormi com ele achando que era meu protetor príncipe encantado.

(Colar —foi engraçado todas as vezes, quer dizer.... Vocês fizeram amor e ele até fez papel de marido amoroso mesmo, te levava para sair acompanhada dele e trazia comida, sobremesas para você.) Sinto vontade de vomitar ao ouvir isso.

Toda vez que eu me lembrava de tudo pegava algo e colocava no teto para me ajudar a fugir, mas ainda falta uma faca para matar sobrenaturais e o plano que eu fiz para conseguir isso é algo que não quero seguir.

(Colar —ainda pode seguir o plano e nada disso vai precisar ser em vão) Não é ela que vai precisar se fazer de pura e delicada,  conseguir a confiança dele, transar com ele e ver se ele dorme para pegar a adaga que sempre está em sua cintura para mata-lo.

Atalus nunca vai abaixar a guarda perto de mim, já tentei esfaquear ele várias vezes, deu certo, mas como era uma faca normal ele se curou com magia e me puniu, nunca vai confiar  de verdade, mas preciso me agarrar a alguma esperança de sair daqui, já tentei até mesmo tirar minha vida pulando da torre, mas ele também não me permite morrer.

Quer me fazer quebrar até não sobrar mais nenhuma esperança dentro de mim, tudo porque eu desfiz o plano dele de governar céu e inferno.

Só me sento na cama cansada de tudo isso, eu tô a tanto tempo presa nessa torre, a única coisa que me alivia é saber que Arael e Dagon continuam me procurando.

Dagon

Parece que Arael está mais disposto a procurar a Mia todos os dias, pois a única coisa que ele faz é isso.  Pego minha raposinhas no colo  e fico com ele enquanto leio um livro sobre como príncipes são ruins, ela tem um ano, mas vai que entra na cabeça dela que não deve ficar com um, não custa tentar fazer ela evitar o Asura no futuro.

Escuto a porta sendo aberta violentamente, me viro para olhar a vejo a tampinha da mãe da Mia, tem o tamanho de uma criança literalmente.

Sarah —descobriu algo sobre a Mia?— pergunta me olhando seria, ela acredita que a filha está viva, não tem outra opção para ela.

—ainda não encontrei nenhum rastro.— falo olhando para o rosto dela que cada vez mostra mais desespero, essa é a fase depois que a esperança começa a desaparecer.

Sarah —eu trouxe o Asura para brincar um pouco com a destinada fofa dele.— diz e quando noto vejo Niram segurando o pequeno príncipe do inferno

Fico um tempo em silêncio pensando em como expulsar a rainha e o príncipe de inferno da minha casa sem parecer muito agressivo.

—minha filha está com gripe infernal, não pode ficar perto de outras crianças.— falo uma mentira qualquer para ela levar essa mini peste para longe da minha filha.

Sarah —não tem problema, Asura nunca ficou doente na vida, meu bebê queima tudo inclusive doenças— diz e quando noto ela já pegou minha filha do meu colo, ela coloca os dois no cercadinho, vejo o dois se encarando, o irmão de Mia sorri para minha filha e ela faz a mesma coisa.

Niram —eles vão ser um lindo casal no futuro.— só tento conter a raiva que está dentro de mim, esse garoto nunca vai tocar em dedo na minha filha.

Sarah —vai ser uma ótima nora, não vejo a hora de receber ela na família.

—por que trouxe ele mesmo?— pergunto meio bravo, ela sabe que odeio esse garoto, é igual a filha, de faz de burra.

Sarah —não consegue ver que ficam mais felizes juntos?— diz olhando os dois brincando e sorrindo.

—eles são bebês, nem sabem o que esta acontecendo.— falo e ela apenas me ignora, agora sei de onde a Mia puxou todo lado ruim.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora