Meu Problemático Demônio

Capítulo 89

Mia

Eu tô em frente a porta do castelo do Dagon, quero entrar, mas não sei se deveria fazer isso, eu não quero olhar para ele...

Ariane —senhorita, não vai entrar?— pergunta me olhando.

—o Dagon está?— pergunto evitando olhar para as pessoas.

Ariane —sim,  está no escritório dele, entra logo, vai começar a chover.— diz me puxando para dentro.

Só respiro fundo e vou para sala do Dagon, enquanto caminho meu coração só parece acelerar mais. Bato na porta e espero ele responder ou abrir, só entro desejando não ver nada que piore mais minha situação.

Só fico aliviada ao ver Dagon assinando alguns papéis com sua expressão  seria de sempre, quando ele olha para minha só fica mais frio.

—carneiro, eu tô grávida de um filho seu, acho que deveria saber.— falo, mas o olhar dele não muda, continua o mesmo.

Dagon —já falou não é?— saio da sala logo depois de ouvir isso.

Sinto as lágrimas começarem a escorrer do meu rosto sem parar, só vou para o quarto da Scarlett e sendo no chão, não quero que ninguém me veja chorando.

Vejo a bebezinha no cercadinho de pé me olhando, parece não entender o que estou fazendo.

Scarlett —mamae..— diz enquanto está a me olhar, eu não deveria estar aqui.

Só vou até o cercadinho e pego ela no colo, está crescendo tão rápido. Me sento em uma poltrona e fico com a pequena de olhos verdes.

Só fico olhando para ela que tem os olhinhos enormes, me acalma um pouco.

—eu preciso ir, até algum dia pequena.— falo, mas ela continua me olhando sem entender.

Só vou até o cercadinho e coloco ela lá, seco minhas lágrimas e saio do quarto, caminho pelos corredores para sair pelos fundos, mas acabo vendo Dagon no corredor, só abaixo minha cabeça para ele não ver meus olhos inchados.

Dagon —ainda esta aqui?— só passo por ele sem dizer nada, eu quero logo sair daqui e ir para o décimo nível infernal.

Só sou puxada pelo braço, Dagon está me fazendo encarar ele,  só piso o mais forte que posso no pé dele fazendo ele fazer cara de dor.

—me solta.— falo pois ainda está segurando meu braço.

Dagon —não, se vai entregar esse bebê na sua barriga para o purgatório por que me contou? Eu não precisava saber.— diz sério e eu só respiro fundo.

—porque é um direito seu saber já que não fiz sozinha.— falo ficando brava.

Dagon está me encarando, isso está me deixando cada vez mais desconfortável.

—tem como me deixar ir embora?!— falo ficando extremamente brava.

Dagon —acabei de receber a notícia que  Atalus está morto, não só ele como todos os descendentes, fez outro acordo não é?— Então Dante cumpriu o prometido.

—irei entregar essa criança quando nascer já que parece que ele precisa de um rei o mais rápido possível.— falo e o olhar dele continua o mesmo.

Dagon —eu disse  a você que não me importaria com isso.— diz soltando minha mão.

Só me viro e vou em direção a porta, no momento em que saio abro as asas e vôo para longe, eu não devia ter vindo aqui, não devia.

Dagon

Vou até o quarto da minha filha e pego ela no colo, está quietinha olhando a porta, Mia ainda consegue me tirar do sério, maldita pirralha.

Scarlett —mama.. mamãe— só fico olhando para minha filha sem entender porque está repetindo essas palavras, certeza que Mia nunca gostou dela.

—é papai.— falo a corrigindo, mas ela continua olhando a porta como se esperasse alguém entrar por ela.

Eu não quero pensar no fato de Mia estar grávida de um filho meu, ela vai entregar essa criança mesmo, mas eu queria que Scarlett tivesse um irmão ou irmã com alma para não se sentir solidária, pois ela é meio raposa e tem uma alma.

Scarlett —mamae Mia.— ela aprendeu a falar o nome daquela pirralha, mas não aprende o meu.

—minha pequena Scarlett, você não precisa de mãe, nem de namorado ou marido, vai ser forte e não precisará de ninguém além de si mesma, vai ficar bem longe da peste do Asura e nunca irá servir a ele.— falo e ela só sorri, provavelmente não entendeu nada, mas já é bom ensinar.

Scarlett —Asura... marido.— por que ela repete o que não deveria?

—fala Dagon, Da gon— falo quase soletrando.

Scarlett —papai.— é melhor que nada pelo menos.