Capítulo 83

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Mia

Passo pelos corredores tomando o máximo de cuidado para não encontrar o Dagon enquanto tento sair um pouquinho do castelo.

Ariane —senhorita Mia, pode ficar com pouquinho com a Scarlett?— ela está toda suja de comida, provavelmente a bebezinha não quis comer e tacou nela.

—tudo bem, mas....— antes que eu termine de falar ela me entrega a bebezinha e sai correndo.

Enquanto caminho pelos corredores vejo a filha do Dagon olhar para mim com um sorriso brilhante, seus olhos verdes são tão bonitos.

Scarlett —mamãe.— só travo ao ouvir ela dizer isso.

—eu não.....— paro de falar quando alguém agora minha cintura e beija meu pescoço.

Dagon —é impressão minha ou está me evitando?— pergunta no meu ouvido.

—claro que não, o castelo é enorme, é normal a gente não se ver durante o dia.— falo automaticamente.

Dagon —é lindo a visão de você segurando a minha filha, as duas mulheres que eu mais amo nesse mundo juntas.— demoro a entender o que ele falou.

—que você mais ama?— ainda não acredito que ele falou isso.

Dagon —ainda estou me acostumando a dizer isso, mas é o que estou sentindo, é estranho sentir já que esses sentimentos são algo novo para mim.— diz virando o rosto, acho que está com vergonha de estar falando isso.

—por que sua filha está me chamando de mãe?— pergunto enquanto vejo a pequena raposinha de olhos verdes me olhando fixamente.

Dagon —acho que a Ariane ensinou a ela..... Mia, não quer ser mãe da minha filha? Não é para fingir ser, Scarlett vai saber sobre a Shokko, mas quero que seja a mãe de criação dela, eu quero uma família com você.—  diz com um olhar meio fofo e calmo, ele tem estado muito estranho essa semana, além das noites sexuais é claro, parece estar escondendo algo importante.

—tem algo de errado não é?— pergunto séria, pois estou com um sentimento ruim a dias.

Dagon —podemos falar sobre isso a noite? Eu quero passar meu tempo com minhas duas pessoas especiais.— diz beijando meu pescoço e apertando a mão na minha cintura.

—eu tô com sua filha no colo, tem como parar de me deixar quente?— quando falo isso só escuto ele rir.

Dagon —me desculpe, mas quero tanto você, deixa ela com alguma babá e vamos para o quarto...— só piso no pé dele e saio correndo com Scarlett no colo, pois hoje ele não me toca.

(Colar —talvez ele esteja fugindo de algum assunto com sexo.) Não pensei nisso.

Vou para o quarto da Scarlett que é todo verde esmeralda como os olhos dela e tem pequenos toques amarelos. Pego a comida dela na geladeira, pego a colher dela e dou comida em sua boca.

Scarlett —mama.— diz me olhando enquanto se nega a comer e fica brincando com o próprio alimento.

Eu não vejo minha vida assim, não me vejo casada, nem com filhos, não quero fazer papel de dona de casa, isso não é para mim, nunca foi, mas não consigo pisar lá fora, tenho medo de tudo, quero voltar a lutar e matar os monstros infernais, mas tudo aquilo me mudou demais.
(...)

Finalmente a Scarlett dormiu, eu quero voltar para o quarto, mas o Dagon....

Só respiro fundo e vou para o corredor, paro de andar ao ouvir a voz de Arael, só vou na direção da voz, mas paro ao ouvir a do Dagon, eles parecem estar discutindo sobre algo.

Me escondo atrás de uma parede para ouvir a conversa, sei que não deveria fazer isso, mas tudo está tão tranquilo e monótono.

Arael —não contou a ela não é?— não me contou o que?

Dagon —não posso e não vou dizer nada, ela não melhorou completamente, não irei dizer algo que fará ela ir a estaca zero na recuperação do trauma. Você deveria entender, pensei que se importasse com ela.— ele parece bravo.

Arael —você está privando ela do mundo lá fora, ela tem direito de saber.— eu tô ficando um pouco nervosa, quero saber logo o que é.

Dagon —eu não vou dizer  a ela que o homem que a prendeu na torre ainda está vivo, ela já passou por coisa demais, não se sente segura nem pensando que ele morreu.— sinto como se meu mundo fosse desmoronar ao ouvir isso.

Arael —Mia é forte, para mim você só está a manipulando, não esperou nem ela se recuperar do trauma, ficou com ela e até tentou pedir ela em casamento, está tentando prender ela em uma relação que não vai poder sair depois, daqui a pouco vai estar tentando de tudo para engravida-la.— estranho, pois até que faz sentido.

Dagon —ela não vai engravidar e mesmo que isso aconteça sabe que não poderemos ficar com a criança, tem como aceitar logo que ela me escolheu, abra logo as suas asas  e saia da minha casa!— vejo Arael passar por mim para sair, mas não me vou por estar grudada na parede, só saio para encarar Dagon,  sei os motivos dele, mas....

—como assim Atalus está vivo?— pergunto brava e Dagon se assusta ao me ver, eu sabia que matar ele não seria tão fácil assim.

Dagon —só se senta.— só faço isso esperando ele explicar com cara de raiva.

—vamo, abre a boca!

Dagon —Atalus usa seus descendentes como marionetes, ele pode controlar  possuindo o corpo de seus filhos ou netos, vira um segundo corpo, o que ele estava usando com você era de um filho dele, matar ele nunca vai ser fácil, pois é necessário matar toda a geração dele, pois se um sobreviver ele pode acabar possuindo.— só sinto culpa ao pensar que matei alguém inocente que está sendo usado.

—quantos descendentes?— pergunto enquanto penso.

(Colar —não é a melhor hora, mas e se Atalus queria de engravidar para ter um filho que seria rei do submundo para possuir o corpo dele e virar o rei.) Eu pensei nisso agora.

Dagon —Atalus tem uma variedade de filhos e netos em todos os lugares do mundo, ele não é alguém fácil de ser morto, é uma praga, mas eu posso afirmar que está segura agora, nunca mais vou permitir que ele se aproxime de você.— só tento controlar minha respiração para não entrar em pânico.

—eu preciso ir.— falo saindo da sala e indo em direção a parte de fora, está chovendo sangue, mas eu não me importo, abro minhas asas e vôo o mais rápido que posso em direção a casa do meu pai.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora