Capítulo 93

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Mia

Nunca achei que doeria tanto entregar minha filha, eu me sinto vazia, mas a psicóloga disse que vai passar, não sei se realmente irá, mas espero que sim.
(...)

Tenho me distraído matando monstros infernais, sempre volto para o décimo nível internal toda sujo de sangue. Vou para o banheiro e ligo o chuveiro, entro mesmo de roupa e começo a chorar pois já é uma rotina.

(Colar —eu entendo que precisava ficar sozinha, mas sair sem avisar o Dagon de nada é um pouco imaturo.) Só começo a tirar minhas roupas enquanto tento não pensar na minha filha, pois nunca mais a verei.

Eu não avisei o Dagon porque não precisava, ele só estava cuidando de mim por ser uma obrigação por causa da gravidez, mas agora eu não tô mais grávida e nossa filha está em outro mundo, além disso, ele não tem mais sentimentos, não vai nem notar.

(Colar —ele vai notar, demônios não gostam quando as coisas mudam, ele vai perceber que você desapareceu, porque viviam transando, ele passou bastante do tempo dele fazendo suas vontades e desejos. Também vivia a consolando quando chorava na frente do espelho por causa das mudanças no seu corpo) Talvez ela tenha razão.

Só ligo a água quente, pego o sabonete líquido e uma bucha para me lavar direito, mas preciso me cuidar em todos os momentos. Preciso ser positiva.

Minha bebezinha provavelmente está sendo cuidada com as melhores coisas, deve ter vários empregados para cuidar dela, tenho certeza que será muito amada lá, Dante vai protegê-la e trata-la bem, prometeu isso.

(Colar —eu não seria muito otimista não, quer dizer, provavelmente vai ter tudo que precisa por ser a futura rainha, mas não quer dizer que vão tratar ela com amor e carinho lá. Quando eu era pequena vivia em um pequeno reino elfico, minha família produzia vinhos e champanhe, inclusive ia no castelo do pequeno reino para produzir, os futuros reis tem uma infância bem difícil e cheia de responsabilidades, esquece tudo que eu disse, aquela garota é sua filha, vai ser teimosa e forte, não precisará de ninguém.) Assim eu espero.

Escuto um som extremamente alto no banheiro, só vejo a cortina sendo arrancada com um puxão, Logo consigo ver o castanho a minha frente, está bravo, acho que deveria ter avisado.

Tento alcançar a toalha, mas ele só entra no box do banheiro e me prende contra a parede com o seu corpo forte, a água está molhando ele, mas parece tão bravo que nem percebe.

—o que pensa que está fazendo.— pergunto com um pouco de vergonha, nem faz muito sentido por ter me visto de vários jeitos e de várias formas.

Dagon —qual o seu problema?! Saiu sem avisar e não deixou nem um único bilhete, faz pouquíssimo tempo que deu a luz, não acha que eu daria falta de você?— só olho para o chão sem saber muito o que dizer, não quero discutir.

—desculpa.— falo baixo, mas tenho certeza que ouviu.

Dagon —por que se afastou? Sei que deve ser bem mais difícil para você do que para mim, eu quero que se recupere, Scarlett quer isso também.— só começo a chorar enquanto sinto mágoa.

—se veio até aqui por causa da sua filha vai embora, eu não quero ser ainda mais dependente de você, nem se importa mais comigo.— falo começando a chorar.

Só vejo ele respirar fundo, ele desliga o chuveiro que deixou ele completamente encharcado, seu cabelo está toda molhado, ele fica lindo assim..... De novo não, eu tenho que parar de pensar nele.

(Colar —eu sei que quer ser independente, mas não pode simplesmente apagar o que sente por ele em um dia, se culpar por isso é ruim, é o pior momento para querer isso, ele foi seu apoio durante a gravidez.)

Vejo o castanho pegar a toalha, ele me cobre com ela e depois se seca tirando duas roupas na minha frente, tento ao máximo desviar o olhar, mas é quase impossível.

(Colar —sei que ele é lindo secando o cabelo, mas pelo amor de deus, para de olhar para o tanquinho dele)

Respiro fundo tentando me controlar, saio do banheiro deixando ele lá dentro, me sento na cama  e penso no que estou fazendo, literalmente me sinto uma mulher viciada em sexo e outras coisas....

(Colar —é para conversar entendeu? Na última vez que eu disse isso você transou com ele presa em uma árvore) aquilo foi muito bom, eu tenho que parar de pensar isso.

Vejo ele sair com uma toalha na cintura, ele está olhando diretamente para mim.

Dagon —só me te um motivo que seja válido para se afastar de mim depois de tudo que passou.— isso é sério.

—eu preciso parar de ser tão dependente do seu corpo gostoso, não consigo nem desviar o olhar, a dependência que eu tenho para ser sua cadelinha é maior que a sua por mim.— vejo que ele fica sem entender a última parte por alguns minutos.

Dagon —eu nunca vi você correndo atrás de mim igual uma cadelinha.— diz se aproximando, mas faço um sinal com a mão para ele parar.

—eu sempre volto para você, mesmo na época que me odiava, quando me afogou e quase me matou, eu continuei amando você, me odiei muito por isso, mas não mudou nada.— falo sentindo as lágrimas.

Dagon —você mesma disse o motivo, é meio vampira então é normal que seu amor seja platônico, mas se comparar com uma cadela e insinuar que eu te vejo como seu dono é demais. Eu sou possessivo por ser um demônio e isso nunca vai mudar, mas ainda sinto algo estranho por você, isso me força a querer sempre cuidar de ti, talvez seja pelo fato de ter sido seu servo por algum tempo. Não quero te controlar, irei dar o tempo que precisa para se recuperar, mas na próxima vez avisa.— diz indo em direção a janela.

—da um beijo na Scarlett por mim.— falo antes de ele pular a janela e sair voando.

(Colar —eu falei que era só conversar.) Caio na cama e fico olhando para o teto, me sinto um pouco decepcionada, acho que meu corpo já deve estar querendo produzir outro bebê, pois estou bem quente lá em baixo.




Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora