Mia
Acordo com alguém tocando violino, parece que vem da parte de fora do quarto, é uma música tão calma e melodiosa.
Me levanto calmamente e caminho até a porta, abro e quando vou olhar a parte de fora vejo Arael ali, sentado em uma cadeira, está tocando violino com os olhos fechados, fico o observando até ver ele abrir os olhos e olhar diretamente para mim, ele abre um sorriso lindo e para de tocar.
—você é bom no violino.— falo e ele fica me olhando intensamente.
Arael —você tem certeza da sua escolha? Ainda dá tempo de consertar.— eu tenho certeza que está falando da minha relação com o Dagon, só dou um sorriso, pois acho engraçado os ciúmes dele.
—eu queria poder escolher amar você, mas não é assim que eu funciono, eu gosto do Dagon e sempre gostei, mas vou precisar me adaptar aos sentimentos dele.— falo e ele só respira fundo.
Arael —por que as mulheres que eu gosto sempre preferem o pior?— fala normalmente enquanto guarda o violino.
—vai encontrar uma mulher melhor do que eu, quer dizer, não vai ser mais bonita e perfeita, mas pode encontrar uma parecida sabe.— falo convencida e ele ri.
Arael —consigo ver nos seus olhos que está feliz, acho que para mim já é o suficiente.— diz se levantando.
—obrigada por tudo, por ter cuidado de mim, por ter feito minha comida, por ter me dado atenção e carinho quando precisei.— falo e ele só segura minha mão com bastante cuidado e carinho, sinto meus batimentos enquanto olho seus belos olhos azuis como o céu azul.
Arael —se qualquer coisa der errado estarei sempre aqui para te acolher, entendeu?— faço um sim com a cabeça, enquanto sinto lágrimas escorrerem do meu rosto, isso parece uma despedida.
—você vai embora?— pergunto enquanto ele seca meu rosto com o polegar.
Arael —irei para terra, mas se me chamar eu irei voltar, aqui não é o meu lugar mesmo que agora eu seja um arcanjo corrompido, irei te visitar sempre mesmo que aquele demônio idiota não goste.— só dou um sorriso triste, mas tento fingir estar bem.
(...)Estou no quarto, deitada na cama olhando para o teto.
Minha vida mudou demais, sinto falta da minha ligação com o Dagon e o Arael, naquela época sentia que nunca perderia nenhum dos dois, mas agora sinto que talvez nunca mais irei ver um deles.
Escuto batidas na porta, mas como ela está trancada a pessoa não pode entrar.
Aron —filha, tem como sair do quarto, não pode ficar deprimida por causa do arcanjo que vai embora.— eu posso sim.
(Colar —você é dramática para caralho.) Só ignoro.
Me levanto da cama e abro a porta, meu pai está arrumado, parece que vai sair ou jantar com alguém, é estranho pensar isso, pois desde que eu conheço ele sempre foi solteiro.
—o que foi?— pergunto meio desanimada.
Aron —eu convidei minha ficante para jantar, quero dar um passo a mais na minha relação com ela e por isso quero que conheça você, é minha filha, uma das coisas mais importantes para mim.— só fico sem expressão e sem saber o que falar além de "ok"
(...)Só desço as escadas, eles estão me esperando lá em baixo, não consigo acreditar que posso ganhar uma madrasta, não que eu queira que meu pai fique sozinho pelo resto da vida, eu quero ele feliz, só é bem estranho.
Vejo uma mulher linda de olhos cor de mel, seu cabelo é loiro escuro bem alaranjado, fico a olhando tentando notar o que ela é.
Mulher —se quiser me perguntar algo é só dizer, não precisa tentar adivinhar.— diz parecendo simpática.
—o que você é?— pergunto pois até parece humana, aqui no inferno humanos só servem como alimento, pois as almas são muito importantes e saborosas, eu nunca comi uma, mas fiquei curiosa para saber como era.
Aron —não deveriam se cumprimentar primeiro?— pergunta me olhando, meu pai está um pouco nervoso então provavelmente rolou algo mais que química com essa mulher.
—meu nome é Mia.— falo me sentando na cadeira.
Mulher —se escreve tipo o som que o gato faz?— eu não precisa ouvir isso hoje.
—sim..— falo meio desconfortável com essa situação.
Mulher —meu nome é Adalia, sou uma.... sereia.— só travo e depois começo a rir.
—você está brincando né?— pergunto sem acreditar e ela abaixa o olhar, acho que ofendi ela. Meu pai está quieto, parece não saber o que falar.
Adalia —não estou, se isso de incomoda sinto muito, seu que deve pensar que sou um peixe fora d'água.— mas meio que você é, quer dizer....
—peço desculpa se fui indelicada só que eu nunca imaginei ver uma sereia sentada a mesa.... Quero dizer, o lugar de vocês não é no mar?— falo e meu pai só fica olhando a minha cara enquanto come.
Adalia —eu queria viver no mar, mas minha espécie é extremamente caçada para conseguirem nosso sangue, e para fazerem a gente de animais de estimação.— diz meio desconfortável.
—quando eu era criança queria uma sereia de estimação.— falo sem querer e meu pai olha a minha cara sério.
Aron —que tal comer a comida Mia?— acho que ele quer que eu fique em silêncio.
Só faço o que ele pediu enquanto a gente janta, acho que deixei a loira desconfortável.
—desculpa a pergunta, mas cadê a sua calda?— pergunto e ela para de comer.
Aron —filha, chega de perguntas por hoje.— diz parecendo um pouco sério.
Adalia —tudo bem, eu posso responder.— ela não parece má pessoa, mas....
(Colar —para de implicar com a garota.)
Adalia —eu só fico na forma humana algumas horas por dia, mas se eu entrar na água me transformo. Olha, eu sei que minha raça não é nada além de entretenimento para as outras espécies, mas eu...— ela parece extremamente insegura e a culpa é minha.
Aron —mudando o assunto.— diz fingindo uma tosse.
—eu não tenho nada contra sereias, só nunca vi uma, tenho várias perguntas sim, pois sou curiosa. Se vocês estão bem juntos não tenho nada contra.— falo bebendo o vinho, nossa... quanta saudade de beber
Aron —então filha... eu queria que soubesse que irei me casar com ela.— só engasgo e começo a tossir na hora, não tinha pior hora para dar essa notícia.
(Colar —me explica como coisa, uma sereia e um demônio podem se reproduzir?) Eu sei lá.
—não acha rápido demais?— pergunto ainda não acreditando.
Aron —estamos juntos a dez anos, acho que....
—e você nunca me contou?— pergunto sem acreditar.
Aron —como se você me contasse com quem dorme.— me levanto da mesa e vou em direção a saída, para mim chega, só quero descansar.
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Meu Problemático Demônio
Roman d'amourMia Nasci com uma destinação diferente, uma ligação de mestre e servo. Descobri quando criança que tenho um servo demônio, tudo seria normal se não tivesse que viver com ele no inferno, o pior é aturar o ódio dele por mim. (Continuação de Sequestra...