Capítulo 94

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Dagon

Eu não consigo entender a Mia, por que se afastar de mim agora? Ela está sofrendo, pode fingir na minha frente que já superou  o fato da nossa filha ter sido levada, mas consigo ver pelos olhos dela que não.

Só respiro fundo e sento em uma poltrona, pego um copo com whisky e gelo, bebo enquanto fico olhando a Scarlett  andando no escritório, é tão jovem, só tem dois anos, ela sempre cai e levanta, vai ser uma vencerá forte e determinada.

Scarlett —papai!— diz parando na minha frente, está me olhando, mas não sei muito o que fazer.

—vai brincar.—   ela se vira e vai andando até o coelhinho de pelúcia preto de olhos azuis, me lembra um pouquinho a Mia.
(...)

Vai fazer dois meses que a maldita pirralha não aparece, eu achei que ela queria um tempo, mas não a eternidade, eu não tô acostumado a dormir sem ela no meu lado, não quero outra mulher, aquela morena idiota é o suficiente.
(...)

Volto para meu castelo depois de lutar e matar alguns inimigos, estou exausto e todo sujo de sangue, tudo que eu quero é tomar um banho e dormir um pouco.

Passo por vários cômodos, mas paro ao ouvir algo na sala de brinquedos da minha filha, entro só por precaução. Vejo Mia com Scarlett no colo, ela está abraçando minha filha como se fosse dela, está inclusive brincando de bonecas com ela, mas parou para abraça-la novamente.

Mia —você é muito fofa sabia.— diz enquanto minha filha está distraída com a boneca na mão.

—pensei que não gostasse de crianças.— falo, mas ela me ignora, isso é irritante.
(...)

Eu não sei o que mais me deixa bravo, o fato da Mia vir aqui três vezes por semana,  ou fingir que não existo, me ignora completamente.

Aquela pirralha está se focando completamente no décimo nível infernal, quer se tornar rainha de lá, quer ser digna disso, tudo que ela faz é treinar e lutar.
(...)

Só abro minhas asas cansado dessa nova Mia, eu preferia quando ela estava sempre aparecendo do nada e tirando minha paz.

Vôo até o castelo e vejo Mia no bosque queimando as árvores, parece que já aprendeu a controlar completamente seu poder de fogo, provavelmente quer aumentar a varanda do castelo.

Só pouso perto dela, mas a mesma nem olha para mim, só vou na diferença dela e a vira na minha direção, ela vai me olhar nem que seja a força.

Pelo olhar de raiva  está querendo me congelar vivo, eu só quero resposta para a frieza dela.

—me diz o que está acontecendo? Se está querendo provar que consegue viver sem mim eu já entendi que consegue, mas agora chega né.— falo, mas ela pisa no meu pé me fazendo soltar ela.

Mia —eu tô tentando me sentir bem sozinha, eu preciso disso.— eu acho que ela tem problema, está fazendo o contrário do que uma pessoa com traumas precisa.

—eu não sei mais o que dizer para você voltar para mim. Olha sua pirralha irresponsável, eu quero formar uma família com você, nós três. Eu, você e a Scarlett, não quer isso?— pergunto e ela para de tocar fogo nas coisas.

Mia —já disse que não serei dona de casa.— ela é idiota.

—eu não tô pedindo você em casamento, e nem para virar uma mulher submissa, claro que poder ser submissa na cama, não vejo nenhum problema nisso, vai continuar sendo rainha daqui, não precisa abandonar nada entendeu?— falo, mas ela parece continuar de birra igual uma criança zangada.

Mia —eu não tô pronta para isso, não me sinto digna de querer ser feliz.— ela precisa de um psicólogo ou tirar a alma, também resolve.

Eu queria saber porque ela está de saia curta e blusa de botões, fica extremamente sexy assim, ainda mais com o cabelo solto e bagunçado.

(Mia)

Eu tenho esquecido meus problemas com outros trabalhos e funciona bem, não tenho pensado muito na minha filha, pois provavelmente ela está no pequeno paraíso só dela, minha psicóloga disse para dar um tempo do Dagon, pois isso provavelmente não é saudável, falou que se eu conseguisse passar um mês sem falar ou deixar ele interferir na minha vida já seria um bom avanço.

Eu já alcancei meu objetivo, mas ficar sozinha para pensar e chorar me alivia, mas não quero deixar de visitar a Scarlett, ela é extremamente fofa e serve como um remédio para o meu vazio, mas a visito mais por ela gostar de mim como se fosse mãe dela.
(...)

Só arrumo minha roupa depois do Dagon me foder apoiada na árvore, só fecho minha blusa e arrumo minha calcinha que está para o lado. O castanho está me olhando com uma expressão de satisfação, se acha que eu vou para os braços dele depois disso está enganado.

—eu tenho que voltar, adeus Dagon.— falo me virando e indo em direção ao castelo, mas antes apago o fogo congelando tudo.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora