Dagon
Estou cansado disso tudo, sei que a normal demônios ficarem mais frios com o tempo e vivência, mas a Mia está passando dos limites e ela tem alma.
Eu sinto falta da pirralha e Scarlett também, quero poder beijar ela de novo, conversar nem que seja só três palavras, ver ela olhando nos meus olhos com o olhar bravo e fofo dela.
Eu raramente a vejo, e quando ela aparece é só pela minha filha, nem olha para mim, parece que tudo que a gente viveu juntos nem aconteceu.
Eu nunca pensei tanto em uma pessoa, mas agora aquela maldita morena não sai da minha cabeça, me faz começar a criar sentimentos e depois desaparece da minha vida.
Só vou até o quarto da minha filha e vejo ela pintando a Mia, sei que é ela pelos rabiscos por causa do cabelo preto e olho azul.
—esta muito tarde, precisa dormir filha.— falo e ela faz cara feia.
Scarlett —queroo pintar.— diz com cara de brava, passo a mão no cabelo dela fazendo cafuné.
Pego minha filha no colo e a levo para seu quartinho, tiro os enfeites em seu cabelo e a coloco no berço dela para dormir.
—boa noite minha princesinha.— falo a cobrindo com a coberta verde dela.
Mia
Eu finalmente terminei todos os meus trabalhos hoje, estou terrivelmente exausta, é três da manhã então vou dormir bem pouco.
Entro no meu quarto e taco minhas armas no chão, quando olho para cama vejo Dagon sentado, está me olhando e parece pensativo, poderia ser qualquer outro dia, mas hoje não.
—tem como sair? Eu quero dormir.— falo séria e exausta.
Vejo o carneiro se levantar, eu só começo a tirar minha blusa e meu short para dormir.
Dagon —podemos conversar antes de cair nessa cama para dormir?— a voz dele está com tranquila.
—não dá, tenho que acordar sete horas da manhã e daqui a pouco vai ser 4 horas.— falo soltando meu cabelo, vou para minha cama e deito, no mesmo momento sinto o alívio e o sono chegando.
Vejo Dagon ir para um canto do quarto, acabo não ligando, só fecho meus olhos e adormeço.
Acordo com o despertador do celular apitando, me levanto rapidamente para não deixar o sono voltar, minha visão ainda não se afastou a claridade.
Noto que meu sofá está desarrumado, parece que alguém dormiu alí, isso é um pouco estranho, mas não tenho tempo para me preocupar com isso. Me arrumo com uma roupa qualquer do armário mesmo.
Vou para o corredor e quando passo pela cozinha para comer algo vejo a mesa toda cheia de comidas variadas, Dagon está sentado em uma cadeira olhando para mim.
—boa tentativa, mas tenho trabalhos para fazer hoje e....
Serva —senhorita, ele fez todos os seus trabalhos de hoje em 2 horas.— como ele conseguiu fazer tudo em duas horas? Provavelmente com a experiência de milhões de anos dele.
Eu tô sentindo tanta saudade do colar, ela era intrometida, mas saber que eu não estava sozinha me ajudava muito.
Dagon —agora imagino que podemos conversar.— diz sério, o cabelo dele está um pouco úmido, parece que tomou um banho, também esta arrumado com uma roupa social, está parecendo um encontro, mas eu tô com o cabelo todo desarrumado e com a cara cheia de olheiras.
—eu não queria que você...— esquece, não tenho motivos para brigar, ele me ajudou no final das contas.
Dagon —poderia dispensar os empregados?— diz olhando para a porta, tem algumas empregadas olhando.
—SAIAM TODOS!— falo alto pois sei que estão fofocando.
Vejo todos saírem, inclusive fecharam a porta para dar mais privacidade.
—vai me dizer o que quer agora?— pergunto ainda cansada da semana corrida que tive.
Dagon —você sabe o que eu sinto por você não é?— diz olhando diretamente nos meus olhos enquanto me serve a comida.
—eu não sei mais da nada, por que está me servindo a comida?— pergunto sem entender.
Dagon —fica de bom humor com a barriga cheia, além disso, mandei preparem suas comidas estranhas doces e salgadas.— só respiro fundo e começo a comer, está tão bom.
—esta enrolando.— falo tanto uma pausa na comida para beber o suco de uva.
Dagon —eu só quero que ouça. Eu te amo mais do que já amei qualquer outra pessoa nesse mundo e você sabe disso, eu sei que fui possessivo e controlador...
—esqueceu o manipulador.— falo o interrompendo e voltando a comer.
Dagon —eu sei que foi errado, mas só era assim por causa dos sentimentos que fizeram tudo ir de 10 a 100 rápido demais. Talvez me odeie por ter feito você segurar nossa filha e amamenta-la, isso provavelmente fez as coisas serem piores, mas só pensei que no futuro poderia se arrepender de não ter feito isso.— paro de comer e fico olhando para ele.
—só para de falar, eu não tô sentindo nada agora, eu não consigo mais sentir, isso deveria estar no mínimo me fazendo ficar emocionada, mas nem isso consigo.— falo, mas o olhar dele continua o mesmo.
Dagon —sei disso, você ficou no meu lado mesmo quando eu não queria, eu quero ficar no seu agora, quero tentar fazer você sentir de novo.— diz parecendo estar certo disso.
—para me fazer de esposa e me controlar? Ou para depois me abandonar como todo mundo?— pergunto séria.
Dagon —eu não foi impedir você te ser a rainha daqui, também tentarei conter meus ciúmes, não vou te controlar, muito menos te abandonar. Eu darei o tempo que precisar para se adaptar a ideia.— diz me olhando.
—não vai me pedir em casamento então?— pergunto e vejo ele colocar um par de alianças em cima da mesa me deixando confusa.
Dagon —tudo que eu quero é que para nós dois tenhamos um compromisso, não vamos nos casar e nem ter burocracias, sei que gosta de se sentir livre.
—então tudo que você quer é que eu use uma aliança para confirmar o compromisso?— pergunto e ele confirma.
Dagon —sim, eu não me importo em largar alguns trabalhos para vir aqui ver você.— só começo a sentir ansiedade do nada.
—se for assim não vejo problema.— falo olhando os anéis em cima da mesa.
Dagon simplesmente se levanta e coloca o anel na palma das minhas mãos.
Dagon —quando se sentir confortável com a ideia coloque. Acho melhor eu ir.— diz se virando, mas eu seguro o braço dele.
—espera, me abraça?— pergunto e ele só abre um sorriso de canto e me abraça forte.
Sinto lágrimas começarem a escorrer dos meus olhos, acabo molhando a blusa do Dagon sem querer por não conseguir parar de chorar.
Dagon —eu tô aqui, pode chorar o quanto quiser.—diz abraçando minha cintura.
—não vai me deixar não é, promete mesmo isso?— falo sentindo minha insegurança voltando.
Dagon —eu te amo, devida mesmo das minhas palavras?— diz e antes que eu responda me beija, só me deixo levar, fico nos braços dele o dia inteiro chorando sem parar.
Rainha do Purgatório (história da Eliza, já tem o prólogo)
Meu mestre, meu problema (história da Scarlett, já tem o prólogo)
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Meu Problemático Demônio
RomansaMia Nasci com uma destinação diferente, uma ligação de mestre e servo. Descobri quando criança que tenho um servo demônio, tudo seria normal se não tivesse que viver com ele no inferno, o pior é aturar o ódio dele por mim. (Continuação de Sequestra...