Capítulo 51

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Mia

Acordo com uma baita dor de cabeça infernal, tento me levantar, mas ainda estou meio sonsa, me sento na cama para esperar minha visão parar de rodar.

—dessa vez eu juro nunca mais beber.— falo para mim mesma enquanto coloco a mão na cabeça por causa da dor.

Lilith —você sabe que prometer uma coisa no inferno é pedir para fazer né?— escuto a voz da minha bisavó  no quarto.

—eu não sabia disso.— fala olhando o quarto, estou na casa do meu padrasto, queria saber como vim parar aqui.

Lilith —estou aqui para falar do seu colar.— eu não estou entendendo nada.

—que colar?— pergunto sem entender e ela aponta para o meu pescoço com um sorriso.

Fico sem entender quando vejo um pingente com uma pedra vermelha dentro, eu nunca mais bebo um cole de álcool, como eu vim parar aqui e com esse colar?

Lilith —esse colar foi feito pela bruxa mais poderosa, é para estabelecer o equilíbrio das coisas, resumindo, não vai mais precisar se aproximar do Dagon, fique feliz, vai poder fazer o que quiser. Claro que vai ter que recarregar a essência do Dagon as vezes, mas outra pessoa pode fazer isso por você.— diz tirando uma pluma do meu cabelo desarrumado.

—eu deveria ficar aliviada né?— pergunto e ela fica me olhando sem entender.

Lilith —sim, por que essa pergunta? Não está feliz em poder se distanciar dele, não precisa mais tentar ficar próxima dele, não será mais obrigada a gostar dele. Imagino que deve ter sido difícil pela diferença de idade e pela falta de confiança que ele tem em todos, também pela fato de ele não gostar de receber ordem e por ter um certo trauma em confiar em uma parceira.— ela parece conhecer a muito tempo o meu servo.

—eu só não sei o que sentir, que trauma ele tem vó?— pergunto curiosa mas o olhar dela mostra que vai mudar de assunto.

Lilith —eu disse trauma? Tem certeza? Acho que ouviu errado.— ela está mesmo fazendo isso.

—diz por favorzinho?— pergunto com um olhar de cachorro pedindo carrinho.

Lilith —o assunto foi banido, mas recomendo não se apaixonar por ele, Dagon é bem problemático quando o assunto é relacionamento.

—entendo....— falo e ela me olha estranho.

Lilith —já se apaixonou né?— diz com um olhar que para mim diz"essa garota se fudeu"

—eu nunca...— sou interrompida por ela.

Lilith —se eu fosse você estaria orando para ser paixão e não amor.— diz e eu fico sem entender.

—por que? Não é a mesma coisa.— pergunto e ela só passa a mão na minha cabeça dando cafuné

Lilith —sabe por que vampiros tem medo de amar alguém?— pergunta me olhando, mas estou sem entender muito pois ela é uma demônia.

—o amor só acaba depois que a pessoa morre?— falo e ela fica me olhando como se quisesse dizer algo.

Lilith —e você é meio o que?— só caio na real depois de ela dizer isso.

—com certeza não é amor, além disso, sou meio demônia també....

Lilith —por que você acha que o casamento no inferno é considerado eterno?— nunca tinha pensado nisso.

—acho que preciso tomar um banho frio, tchau vó.— falo entrando no banheiro imediatamente.
(...)

Vou para sala de jantar e vejo meu padrasto segurando um bebezinho recém nascido, minha mãe está na mesa, mas parece extremamente cansada e seu cabelo está todo para cima.

—ele nasceu.— falo olhando a coisa pequena no colo do meu padrasto.

Dantalion —sim, e nunca dorme.—  diz olhando o bebezinho de olhos carmesim que só fica olhando para cara dele.

—sou irmã mais velha.— falo até um pouquinho animada com isso.

Sarah —ele também é seu tio.— diz brincando.

Dantalion —Mia, não sabe mesmo onde o seu arcanjo protetor está?— pergunta me olhando enquanto tenta ninar o filho.

—não, estou preocupada com ele, se ele estiver no céu todo esse tempo pode morrer por causa da distância, estou muito preocupada.— falo ficando meio nervosa.

Dantalion —por que não tenta olhar pelos olhos dele, se você fechar os olhos e se conectar com ele pode ver o que ele vê.— eu não sabia que tava para fazer isso.

—posso fazer isso agora?

Sarah —só tenta.— diz bebendo um copo de sangue.

Me aconchego na cadeira e fecho meus olhos, tento me conectar as lembras dele, mas não consigo ver nada na escuridão. Desisto....

Quando abro os olhos vejo que estou em outro lugar, parece uma masmorra, vejo que estou preso em correntes, demoro um pouco para perceber que estou vendo o que Arael vê.

Tento prestar atenção nas coisas, sangue nas paredes e tem anjos presos em um estado horrível, foram torturados.

Tento me conectar mais, talvez consiga até sentir o que ele sente, quando faço isso sinto dor em meu corpo, o cheiro.... Esse cheiro eu conheço.

Só volto a realidade quando meu irmãozinho começa a chorar.

Dantalion —e aí, conseguiu descobrir algo?— pergunta me olhando dando uma chupeta para o bebê parar de chorar.

—Dagon filho da puta.— falo me levantando extremamente brava.

Dantalion —pior que não é nem impressionante ele tem feito algo, odeia seres divinos.

—tenho que ir.— falo saindo do sala de jantar extremamente brava.

Como aquele demônio filho da puta foi capaz de mentir e torturar o Arael, ele fingiu que nada aconteceu por todo esse tempo.
(...)

Só entro no castelo do Dagon congelando todos os lugares que eu passo, estou com tanta raiva que posso gelar todas as pessoas desse castelo.

Vou paro o porão, caminho por todas as salas de tortura ignorando as cenas horríveis, tento entrar na penúltima, mas está trancada.

Escuto o som de passos, vejo Dagon bem atrás de mim.

—abre a porta agora.— falo querendo espremer a coração dele dentro do peito.

Vejo que ele simplesmente taca a chave na minha direção e sai.

Abro a porta  e vejo Arael preso em correntes, ele parece desidratado e machucado.

Só pego novamente a chave e abro todas as correntes.

Arael —Mia?— ele parece tão fraco.

Só apoio ele no meu ombro, vamos até a parte de fora da masmorra, uso meu poder de teletransporte para irmos até o castelo do meu padrasto.

Eu não consigo acreditar que Dagon realmente fez isso, eu não sei nem o que sentir.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora