Capítulo 8

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(3 anos depois)

Mia

Só tenho me focado no meu treino, eu gosto de sentir a adrenalina  de ter minha vida sempre em risco.

Acabei de matar dois monstros infernais enormes, foi tão assustador e bom ao mesmo tempo.

Eu gosto de lutar, eu gosto de enfrentar novos desafios, é muito divertido.

Sarah

Só paro de escrever a lista para o meu casamento depois de ver minha filha voltar para casa toda coberta de sangue e com um sorriso no rosto.

Eu pensei que tinha criado uma princesinha e não uma cópia feminina do meu noivo.

—Mia!  Você está horrível e nojenta assim.— falo enjoada com o cheiro de carne e sangue ácido.

Mia —desculpa, vou agora me lavar.— diz subindo as escadas.

Veja meu noivo se arrumando para sair, o paro antes que ele vá embora.

Dantalion —o que foi ratinha?— pergunta me olhando.

—minha filha, o inferno está transformando ela em uma demônia, minha princesa não era assim antes!— falo meio brava e triste ao mesmo tempo.

Dantalion —ei, para de drama. A Mia só está conhecendo o lado que não pode conhecer antes, ela é meio demônia, é natural que vá ficar fria, rabugenta e solidária.— diz tocando em meu rosto.

—eu não quero minha filha agindo como se fosse você.— falo mas ele só ri baixo.

Dantalion —ela tem o sangue da minha família, é natural que vá afastar todos que se importam com ela até se apaixonar e deixar de fazer isso por causa do amor ou algo do tipo.— isso só pode ser brincadeira.

—minha filha não afasta todos que gostam dela!— falo séria.

Dantalion —acredite em mim, ela vai fazer isso sem perceber, tenho que ir, até outra hora.— diz indo embora me deixando sozinha.

Mia

Acordo com uma fome estranha, parece que não me alimento a meses, saio do quarto e vou para geladeira pegar sangue, bebo um gole, mas logo depois vou para pia vomitar, o gosto está horrível, parece sangue estragado, meu paladar está estranho demais.

Só me sento no chão enquanto noto minha visão começar a rodar, eu não entendo, meus instintos estão todos em alerta. Vejo minha mãe se aproximar de mim preocupada.

—não se aproxime!— falo pois estou sentindo como se pudesse machucar alguém, vejo meu padrasto entrar na cozinha.

Sarah —filha, o que está acontecendo com você?— vejo preocupação em seu olhar.

Dantalion —ela precisa do destinado"servo" dela.— o que ele está querendo dizer com isso.

Sarah —por que?— só contenho minha vontade de matar e devorar tudo a minha volta.

Dantalion —eu não entendo muito bem, mas nesse tipo de destinação o mestre também precisa do servo por algum motivo, ela já tem 18 anos, acho que alguma coisa mudou nela. Vou levar ela até ele.— só sinto quando ele me pega no colo.

Sarah —vai ficar bem.— diz no meu ouvido antes do Lion me levar.
(...)

Abro meus olhos e percebo que estou em uma cama extremamente macia, minha cabeça dói um pouco e estou sentindo um gosto bom em minha boca.

Dagon —acordou?— escuto a voz dele, mas meu corpo ainda não responde a mim.

Não consigo me mexer ou falar, acho que estou doente ou algo do tipo, nunca adoeci antes, mas para tudo tem uma primeira vez eu acho.

Dagon —você vai melhorar, não está doente, mas parece que o fato de ser meio vampira e demônia a faz ser um pouco descontrolada com o assunto comida. Vou resumir para você já que precisa descansar e eu quero ir logo embora desse quarto, você provavelmente só pode comer carne a partir de agora, mas não de animal.— eu não estou entendendo.

Eu tô confusa, minha cabeça está doendo ainda.

Dagon —pode comer carne de humanos, de vampiros, de elfos, de lobisomens e de demônios, pense pelo lado positivo, não vai faltar comida.— não sei o que sinto ao ouvir isso.

—não... tem...outro jeito?— pergunto cansada.

Dagon —meu sangue pode te satisfazer por alguns dias, pode me considerar uma cura para o seu problema de canibalismo.—  está sendo direto demais.

—por que... agora?— pergunto recuperando aos poucos a força.

Dagon —seu corpo acabou de completar a fase de amadurecimento, vai precisar se adaptar com a fome e as vontades..

—que....vontades?— pergunto sem entender essa frase.

Dagon —sexuais. Acho que já expliquei o que deveria saber, até amanhã.—  escuto os passos dele se afastando.

Eu quero que ele me explique melhor esse assunto, espero que seja uma piada de mau gosto.

Ariane —se precisar de qualquer coisa é só chamar.— só respiro fundo e tento dormir, mesmo não conseguindo.

Realmente me sinto estranha e diferente, tem algo de errado comigo.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora