Meu Problemático Demônio

Capítulo 52

Mia

Só cuido dos ferimentos do Arael depois de ele ter tomado banho, só está a me olhar enquanto estou a enfaixar seu braço.

—eu prometo que vou fazer o Dagon pagar por isso.— falo ainda brava pela manipulação.

Arael —eu gosto de você dando completa atenção para mim, mas não foi o Dagon que me torturou.— fico com uma expressão de dúvida, pois estou sem entender.

—poderia explicar.— falo colocando remédio no ferimento no abdômen dele.

Arael —eu fui para o céu e eles me consideraram um traidor por causa de tudo, estou quase completamente corrompido e...

—minha culpa não é?— falo e ele fica em silêncio por um tempo confirmando.

Arael —eu sabia no que estava me metendo quando decidi seguir você...— diz fazendo uma expressão de dor quando deixo cair sem querer algo no seu ferimento na perna.

—desculpa, foi sem querer sério.— falo culpada e ele só tenta disfarçar para parecer que não doeu.

Arael —esta tudo bem.— diz passando a mão delicadamente pelo meu rosto.

—se Dagon não te torturou porque estava preso na masmorra dele?— pergunto e ele fica um tempo em silêncio.

Arael —ele tortura anjos para conseguir informação, Mia, no início eu me aproximei de você pelo bem do céu, mas depois....— só saio de perto dele no mesmo momento.

Eu não consigo acreditar que a maioria a minha volta está mentindo ou mente para mim, eu não aguento isso.

Vou até a parte de fora do castelo, abro minhas asas e vôo sem rumo, minha raiva só me faz ir até a montanha mais alta, só olho para cima e grito com toda minha força.

Eu queria matar o Dagon de tanta raiva que eu estava, mas agora percebo que talvez ele só quisesse me proteger ou estar a frente da morte.

Como eu odeio a minha vida, não sei nem mais em quem confiar nessa merda.

Kayron —parece brava.— me viro e vejo o moreno  me olhando.

—queria saber como você sempre me acha.— falo mesmo sabendo que ele tem poder de localização.

Kayron —eu não precisei usar meu poder, seu grito de raiva que me fez perceber que estava aqui perto então segui seu cheiro adocicado.— as vezes esqueço o olfato apurado que ele tem.

—eu não sei mais o que fazer...— falo cansada.

Kayron —posso tentar te dar um concelho se explicar, não sei se vai ser útil já que não sou muito concelheiro e nem velho para ter experiências.— diz com um sorriso, vejo que ele senta na grama e eu sento ao lado dele.
(...)

Explico a situação inteira, vejo que ele só ri no final de tudo.

Kayron —o arcanjo provavelmente ficou com medo de falar por medo de perder você, e o Dagon parece ser um completo controlador ciumento, não dá para esquecer a forma que ele me tacou longe.— só peço desculpas por lembrar do acontecimento na balada.

—tem tanta coisa que eu não sei, que todos me escondem, me sinto completamente insegura com tudo. Acho que eu só deveria morr...- vejo que o moreno só tapa minha boca com a mão.

Kayron —sabe, dizem que se você desejar a morte em voz alta no inferno realmente acontece.— será que isso é real ou é só um ditado popular?

—a vida só me mostra que estou melhor sozinha.— falo olhando as estrelas no céu, é estranho se parar para pensar que agora deveria ser dia.

Kayron —acho que deveria se afastar um pouco de tudo isso, resolver sua situação e viver sua vida sozinha, pois pode acabar ficando dependente de alguém, precisa ficar mais matura antes de tomar uma decisão grande, tipo assumir um namoro no inferno, casar e ter filhos.— acho que ele tem razão, mas não me acho infantil.

—você também me acha uma criança né?— pergunto meio triste.

Kayron —claro que não, sou só 7 anos mais velho que você, não sou ninguém para de julgar princesa.— só sorrio quando ele fala isso.

—obrigada por ser meu amigo.— falo abraçando ele com força, vejo que o moreno fica meio sem reação por não esperar um abraço.

Kayron —preciso ir, prometi achar morangos para minha mãe.— diz se levantando.

—obrigada por tudo e manda um abraço para sua irmãzinha por mim— falo enquanto vejo ele sumir do meu campo de visão.

Preciso voltar e falar com o Arael sobre o colar, vai ser difícil perdoar ele, mas não posso odia-lo por ter se aproximado de mim pelo povo dele.