Capítulo 46

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Mia

Só vou até o castelo do meu padrasto pois ele me chamou por algum motivo que até já imagino, só espero que ele não decida me matar agora, pelo menos que me dêem uma semana para eu decidir o que fazer nesse tempo.

Passo pelos guardas que estão conversando normalmente, entro no castelo e paro de andar ao ver meu irmão adotivo.

—irmão!— falo querendo abraçar meu irmão meio elfo, mas paro ao notar que está segurando o filho.

Sariel —faz muito tempo maninha, já conheceu o Sam, meu filho?— pergunta olhando o filho loiro que parece ter uns 3 anos, como o tempo passa rápido, nem tive tempo de conhecer ele quando nasceu.

—não tive a chance de conhecer essa fofura que parece um raio de sol.— falo e ele só parece querer me entregar o filho.

Sariel —pega um pouco ele no colo.— diz normalmente, mas acabo me afastando um pouco.

—não me dou bem com criança, mas dá para ver que ele é muito fofo do seu colo.— falo meio sem graça e meu irmão só ri da minha reação.

Sariel —parece que alguém não vai ter filhos no futuro.— diz normalmente colocando o filho no chão, vejo que ele fica em pé e começa a andar.

—nossa.. ele já sabe andar.— falo impressionada e ele fica olhando para minha cara como se não tivesse entendido.

Sariel —ele tem três anos, Mia, crianças de três anos já sabem andar.— diz normalmente e eu só fico em silêncio.

—esta se esquecendo que eu cresci no meio do nada sem pessoas e crianças em volta né?— falo travando quando o meu sobrinho pega na minha roupa, parece querer que eu levante ele.

Sam —tia Mia.— diz com um sorriso enorme no rosto.

—ele sabe falar....— falo sem perceber e meu irmão me olha estranho novamente.

Sariel —você é muito estranha. Pode pegar ele no colo, não vai te morder.— diz rindo da minha cara.

Só respiro fundo e pego meu sobrinho no colo, ele fica olhando a minha cara por um tempo.

Sam —olhos bonitos.— diz me olhando e eu coloco ele no chão com um pouco de medo.

Sariel —Mia, quem imaginaria que tem medo de criança.— diz rindo da minha cara.

—calado.— falo meio brava.

Vejo o pequeno Sam ir até a fruteira e pegar uma coisa que parece maçã para comer.

Sariel —já até sei que vai falar "nossa...ele come sozinho"— diz e eu fico envergonhada pois realmente ia perguntar isso.

—pensei que até 5 anos crianças fossem incapaz de fazer tudo.— falo e ele olha minha cara espantado.

Sariel —crianças não são carrapato, Mia, eles também precisam andar e se aventurar um pouco, você inclusive vivia indo para dentro da floresta sozinha quando tinha 4 anos.— pelo que todos me contam eu era uma diabinha.

Sarah —Mia!— só levo um susto quando minha mãe me abraça do nada, estou sendo esmagada pelo barrigão dela.

—estou sufocando aqui...— falo e ela me solta.

Sarah —desculpa, é que eu senti tanto a sua falta.— diz com lágrimas nos olhos.

—eu também senti a sua.— falo e ela toca na barriga com uma cara de dor.

Sariel —mãe, você está bem?— pergunta preocupado.

Sarah —eu tô, só que o bebê quer nascer antes da hora, nada demais.

—só espero que sua bolsa não estoure com eu aqui.— falo e eles ficam olhando a minha cara por um tempo.

Sarah —sei que não gosta de pressão.— diz colocando minha mecha de cabelo para trás.

—vai ser menino ou menina?— pergunto mudando de assunto.

Sarah —menino, provavelmente vai ter cabelo preto igual ao pai, só espero que não nasça chifrudo também.— não contenho o riso quando ela diz isso.

Dantalion —de novo fazendo piada com meus chifres, você não cansa não?— diz entrando na sala.

Sarah —nunca.
(...)

Eu jantei em família, foi legal conversar como se nada estivesse acontecendo, mas ainda preciso conversar com o Lion, ele só deve estar esperando minha mãe sair de perto primeiro.

Só sento no sofá enquanto espero Lion vir conversar comigo.

Empregada —o senhor Lion te chamou para sala de reunião dele.— diz calmamente.

Só me levanto no tédio mesmo e vou até lá já esperando o sermão.

Bato na porta e fico esperando abrir, Lion abre,  entro na sala e sento na cadeira querendo logo sumir daqui.

Dantalion —brigou com o Dagon né?— e eu sabia que esse seria o assunto.

—sim, a gente teve uma leve discussão, mas já estamos bem.— falo querendo que ele me deixo logo em paz.

Dantalion —eu queria te pedir desculpas pelo que disse a você na última vez que nos vimos.— diz sentando na cadeira dele.

—se minha mãe te obrigou a dizer isso  nem precisava, todos temos livre arbítrio e você não é obrigado a gostar de mim.— falo na sinceridade.

Dantalion  —sempre que eu olho para você noto o quanto somos parecidos, você podia ter sido minha filha, mas não é, saber que é filha do Aron me faz ficar bravo, pois me faz odiar minhas escolhas do passado.

—ok....— falo pois se ele se abriu comigo o assunto depois é sério.

Dantalion —sobre você, falei com o meu pai...

—o que o vô Lu disse?— pergunto pois gosto demais do meu bisavô.

Dantalion —ele tentou seguir a sua energia até o verdadeiro lugar que pertence, não é no céu e nem no inferno. Ele acha que você é destinada a ser a Rainha de outro lugar e que você precisa morrer para reviver lá, mas não sabemos se isso é real mesmo...

Se o vovô Lúcifer disse isso eu confio nele, mas está muito incerto, para onde eu vou quando morrer?

—então eu preciso morrer para reviver, mas se estiverem errados eu só morro?

Dantalion —sim.— diz sério.

—eu quero falar com o vovô Lu.— falo pois quero que ele me explique melhor isso.

Dantalion —esta ocupado falando com o Dagon.— diz se levantando.

—o que eles tem para conversar?— pergunto estranhando.

Dantalion —meu pai prometeu resolver o problema dele.— diz se preparando para sair.

—que problema?— pergunto seguindo ele.

Dantalion —o problema que faz os fetos do Dagon não nascerem vivos, tenho que ir ver sua mãe, tchau.— diz desaparecendo no corredor.

Agora está explicado porque a Shokko vai conseguir dar a luz.



Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora