Capítulo 69

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Mia

Dagon disse que quer me mostrar algo, parecia sério sobre isso.

Estamos voando um ao lado do outro, só estou seguindo seus movimentos, estranho, isso me faz lembrar de algo do passado.

Vejo que ele só começa a voar mais rápido fazendo eu ficar para trás, tento bater mais minhas asas para ficar no ritmo dele, mas o desgraçado tem asas enormes.

—seu carneiro desgraçado, tem como andar mais devagar?!— grito enquanto voamos e ele parece diminuir a velocidade.

Dagon —do que você me chamou?— diz virando ficando de frente para mim enquanto suas asas continuam a bater.

Eu não sei voar de frente e nem de lado..... agora estou triste

—carneiro, seus chifres são iguais. Quer que eu mude para chifrudo?— pergunto e ele só volta a voar sem olhar para mim.

(Colar —você está triste, parece estar sufocada.) Só respiro fundo e continuo a voar, acho que esse sentimento de solidão e medo é algo natural.

Dagon —pirralha, você não pretende lutar junto com os guardas né?— diz enquanto continua a voar para fora do inferno.

—sim, não considero os demônios meu povo, mas não vou mandar eles arriscarem suas vidas enquanto estou sentada em um trono.— falo sentindo um leve aperto no peito que logo se transforma em dor, por causa disso minhas asas param de voar e eu só consigo me ver cair.

Fecho meus olhos pois provavelmente Dagon não vai notar pois não fiz nenhum som, forço meus olhos a abrirem, pois não posso deixar o medo dominar agora.

Tento abrir minhas asas, mas antes que eu consiga Dagon pega minha mão e me puxa para seus braços fortes.

(Colar —ele sem camisa é perfeito não é mesmo) Ela tinha mesmo que fazer eu notar isso?

Só tento não pensar que agora ele está me carregando e estou grudada no tanquinho dele.

Dagon —o que aconteceu para você cair daquele jeito?— pergunta prestando atenção no caminho.

—uma dor aguda no peito.— falo e ele só me olha.

Dagon —seu bichinho de estimação está aprontando alguma coisa?— fico sem entender a pergunta dele.

(Colar —esta insultando o Arael.)

—eu não sei, quando acordei ele já tinha saído.— falo sem querer encostando minha cabeça em seu peito, só sinto seu cheiro de hortelã aparecer.

Dagon —provavelmente em alguma ele se meteu, não me importo de qualquer forma.
(...)

Vejo o castanho parar em cima de uma montanha, estamos na terra e tem um reino enorme e com muitos guardas de armadura preta em volta, são elfos, consigo notar pelas orelhas.

Todos tem marcas negras semelhantes a arranhões no braço, e o cabelo da maioria é escuro, são bem diferentes dos elfos normais que são loiros.

Só engulo seco ao notar que o reino é enorme, muito bem armado e protegido.

—esta querendo mostrar que vamos perder?— pergunto e ele só me olha sério.

Dagon —não exatamente, o inferno é forte, mas terá que ver que teremos mais baixas do que deveríamos ter naturalmente. Sei que para vocês somos só mais uma peça no tabuleiro de xadrez.— diz me olhando enquanto senta em uma árvore caída.

—eu me importo, mas não posso simplesmente desistir e deixar meu irmão ficar órfão, vou perder uma das pessoas que mais amo nesse mundo, Minha mãe me criou sozinha e fui tudo para mim por boa parte da minha vida.— falo me sentando ao lado dele.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora