Capítulo 63

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Mia

Acabo voltando para o castelo do Dagon por curiosidade, quero muito ver o cria dele, sei lá, estou feliz pelo meu castanho, quero ver o olhar dele brilhando, talvez até consiga ver um sorriso de felicidade, mesmo eu achando algo muito impossível de acontecer.

Entro no castelo do Dagon com meu irmão Asura no colo, minha mãe ainda não voltou e eu não sei por quanto tempo vou ter que ficar carregando ele comigo.

Vou até o andar de cima e bato na porta hospitalar do castelo, vejo Ariane abrir a porta, ela me dá espaço para passar.

Entro no lugar, vejo Dagon segurando uma bebezinha de cabelo castanho e orelhas felpudas, ele parece feliz mesmo tentando não demonstrar, está segurando a filha com tanto cuidado.

Olho para o lado e vejo Shokko deitada na cama, está horrível e com olheiras bem aparentes, seu cabelo está uma bagunça, parece um ninho de passarinho.

Vejo que meu irmão começa a se mexer, parece querer ver a bebezinha de cabelo castanho e olhos verdes.

Vejo que Dagon só nota minha presença depois de tirar os olhos da filha, parece estar  amando sua bebezinha.

Shokko —eu estou alucinando ou tem um bebê no seu colo? Desde quando você tem um filho?— se eu continuar a levar essa criança comigo para todo lugar vão realmente achar que sou mãe dele.

(Colar —criança não, seu irmãozinho.)

—é meu irmão....— dou um grito depois de falar quando esse pestinha puxa meu cabelo.

Shokko —é a sua cara.— diz parecendo brincar.

Ariane —quer que eu fique com seu irmão, você parece exausta.— e como estou, esse pestinha não me deixa fazer nada, não gosta de sair do colo então não consigo nem comer.... Eu não tenho nem tempo de pentear o cabelo, nunca vou ter uma dessas coisas horríveis na vida, ele ainda ri do meu sofrimento quando estou brava.

(Colar —se você já se cansou em um dia imagino o que faria se tivesse um filho manhoso igual seu irmão, iria tacar ele da ponte, tenho certeza disso.)

—toma.— falo entregando ele a Ariane.

Dagon —por que parece que você tem agonia de ficar com criança?— diz olhando para minha cara.

—só fico com crianças por no máximo uma hora, não passa disso.— falo sentando em uma cadeira, fico aliviada por não estar segurando mais meu irmão.

Só fico sem muita reação quando Dagon coloca sua bebezinha minúscula no meu colo, ela é extremamente pequenina, parece uma boneca.

As orelhas de raposa dela são tão fofinhas, só toco nos cabelos dela, a pequenina abre os olhos e coloca a mãozinha na boca, parece estar fazendo charme.

Dagon está no meu lado esperando eu falar alguma coisa.

—é linda, puxou a mãe.— falo e ele fica me olhando sem acreditar que falei isso.

Dagon —mas ela é minha cara.— diz meio sério.

—ela não tem uma beleza normal, é linda e a única pessoa extremamente linda aqui é a Shokko, e pelo que eu consigo ver você não tem olhos verdes e nariz perfeito.— falo olhando a pequena raposinha de cabelo castanho abrir um sorriso fofo.

(Colar —você está ligada que chamou ele de feio em 3 línguas diferentes né?) Eu não chamei ele te feio.

Dagon —então aos seus olhos sou repugnante?— é, ele levou para o lado pessoal.

Shokko —eu tô acordada há 28 horas então agradeceria ao casal para me deixarem dormir depois de quase morrer no parto, obrigada pela compreensão.— diz colocando a coberta em cima da cabeça.

Acho melhor deixar ela dormir, os olhos dela estavam tão inchados que provavelmente chorou no parto.

Shokko —espero que seja uma boa madrasta para minha filha.— diz debaixo da coberta, só fico sem reação ao ouvir isso.

—eu não..— só paro de falar quando Dagon me tira do quarto me puxando pela cintura.

Vou até a sala onde Ariane está dando comida para Asura, sento no sofá enquanto vejo a pequena raposinha  com o dedo na boca, parece estar querendo mamar.

—Dagon, acho que a sua filha quer comer?— falo e ele só senta no meu lado e fica olhando a bebezinha no meu colo meio sério, acho que tem algo incomodando ele.

Dagon —não esperava uma menina, muito menos que a Shokko se recusaria a pelo menos ficar com a filha um mês, está se recusando até a amamentar. Vai demorar um pouco até a mãe de leite chegar.— diz apoiando a cabeça no sofá, ele parece estressado.

—eu até ficaria indignada, mas provavelmente ela só não quer se apegar para não doer mais na hora de ir embora.— falo e ele fica me olhando por um tempo.

Dagon —não quer ser mãe?— fico sem entender a pergunta dele.

—poderia explicar a pergunta e eu acho que você sabe a resposta.— falo aproximando o rostinho da bebê para ver melhor a manchinha preta que ela tem no pescoço, acho que é de nascença.

Acho que vou perguntar, vai que é algo natural.

—a marca de nascença no pescoço da sua filha, ela puxou de quem?— pergunto e Dagon só vem para perto de mim olhar.

Dagon —não mesmo....— diz ficando instantâneamente bravo.

—o que foi?— pergunto  meio preocupada.

Dagon —ela é serva de alguém..— eu não sei nem o que dizer.

Vejo que mesmo no colo da Ariane meu irmão continua olhando a bebezinha do Dagon.

Só entrego a bebezinha ao Dagon e pego meu irmãozinho só para conferir mesmo, vejo a mãozinha dele, noto os mesmos pontinhos pretos e escondo logo depois de ver.

Dagon —é ele o mestre dela né?— diz me olhando extremamente sério.

—acho que já está na hora de ir embora, tchau.— falo levantando e saindo enquanto Dagon segura sua filha.

(Colar —o Dagon vai matar o seu irmão.) Ele não pode, a filha morre junto.

Só uso meu poder para aparecer em casa, me sento na poltrona e fico pensando na merda que vai ser o meu irmãozinho ser destinado da filha dele, ainda mais mestre, vai querer mata-lo na primeira ordem que dar a filha dele.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora