Capítulo 40

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Mia

Saio da cama do Dagon por já me sentir melhor, pego um chinelo de algodão e vou para o corredor andar um pouco.

Só ando pelo corredor durante a noite, Dagon não voltou para casa hoje, está ocupado com a invasão dos anjos de novo.

Passo pela cozinha, vejo Arael fazendo meu chá com cheiro doce e forte, aproveito que ele está alí, sento em uma cadeira enquanto vejo ele cozinhar e fazer meu café da manhã.

—você é um anjo que caiu do céu.— falo olhando para as costas dele, as asas estão escurecendo, mas não muda as coisas para mim.

Arael —arcanjo.— diz me entregando o chá com um sorriso sereno no rosto, ele não dorme então sempre fica prevendo o que vou querer.

—obrigada por estar cuidando de mim sem querer nada em troca.— falo e ele fica me olhando sem entender a frase.

Arael —eu deveria querer algo em troca por estar fazendo seu chá e café da manhã?

—acho que sim, uma pessoa normal agiria assim.— falo até lembrar que ele ainda é um ser que veio do céu.

Só como e bebo o chá que Arael fez para mim, ele se senta na minha frente enquanto me observa a comer, no começo achei meio estranho, mas agora já me acostumei.

Arael —vou sair um pouco, preciso voltar para o céu, preciso descobrir o que eles sabem sobre você, talvez ajude.— diz me olhando com seus olhos cor de céu.

—tudo bem, mas voltar para lá assim.... quero dizer, eles vão deixar você passar nesse estado?— pergunto tentando ser um pouco delicada

Arael —se está falando das minhas asas e do fato de estar quase completamente corrompido, sim. Eu ainda posso ir para lá enquanto meu problema ainda tem solução.— diz calmamente.

—certo, espero que tenha uma boa viagem.— falo terminando de comer.

Arael —você tem certeza que vai ficar bem aqui sozinha com as concubinas do Dagon? Elas podem tentar fazer alguma coisa contra você.— diz meio preocupado.

—eu sei me proteger, se qualquer uma tentar algo vou torturar até pedir perdão cem vezes.— falo e ele só abre um sorriso tímido.

Arael —você é completamente diferente de todas Mia, tem uma personalidade somente sua.

Me despeço de Arael antes de ele ir embora me deixando em um castelo cheio de mulheres que só querem ser a primeira na lista de favoritas do Dagon.
(...)

Enquanto vou até o jardim vejo as outras cochichando baixo, uso minha audição para ouvir melhor tudo.

Mulher A —acho que agora a Shokko perde o lugar dela de favorita.

Mulher B —já perdeu a cama e a simpatia do mestre, voltar a conquistar isso vai ser difícil, sem a proteção dele as outras acabam   com ela rapidinho, sempre odiei aqueles olhinhos verdes dela.

Mulher A —ela tem garras afiadas e sabe se defender, mas ainda assim é só uma.— tinha esquecido que essa porra é uma hierarquia.

Vejo essas duas calarem a boca ao verem a raposa ruiva passar.

Shokko parece manter a atitude firme em todos os momentos como se fosse uma verdadeira princesa, vejo que ela senta em um banco sozinha e fica olhando para o Jardim, ela parece tão solidária.

Só respiro fundo e vou até ela um pouco cautelosa.

Shokko —estranho querer me fazer companhia, tem me evitado bastante ultimamente.

—esta com raiva de mim?— pergunto a olhando tricotar.

Shokko —por ter roubado a cama do mestre para você? Não.— diz sem ligar muito.

—você parece séria.

Shokko —estamos em um lugar onde não se pode mostrar fraqueza nunca.— diz normalmente.

—entendo.... É temporário eu estar no quarto do Dagon, já irei sair, só estou esperando ele voltar.— falo e ela me olha de forma estranha.

Shokko —não gosto que as pessoas sintam pena de mim, Mia, consigo ver isso nos seus olhos, prefiro que me odeie.— diz se levantando.

—então até outro momento.— falo vendo ela indo embora.
(...)

Vejo Dagon voltar coberto de sangue que obviamente não é dele, está nojento e fedendo a carniça.

—vai tomar um banho né.— falo sem perceber, vejo ele me olhar de um jeito sério por ter falado na frente de todos os empregados.

Dagon vem na minha direção com o olhar sério, sinto um arrepio passar pela minha espinha junto com medo. Ele abre seus braços e me puxa para um abraço me sujando de sangue podre também,  vejo que ele  coloca a mão na roupa e também passa na minha cara enquanto tento me soltar.

Dagon —agora também precisa de um banho porquinha.— diz se afastando de mim para ir no banheiro.

—seu miserável! Podre! Demônio sem coração!— ele só me ignora enquanto se afasta.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora