Meu Problemático Demônio

Capítulo 73

Mia

Me levanto ainda com fortes dores no meu ventre,  já se passou três dias, mas a recuperação ainda está sendo difícil, além disso manter as luzes sempre ligadas destrói meu sono que é o único momento que eu tenho para relaxar.

Quando os elfos invadiram Dagon e os pilares infernais conseguiram  conter que chegassem na parte central do primeiro reino, mas muitos guardas demônios morreram nisso, foi uma bela baixa na força do inferno. Estou começando a achar que esse Atalus prevê as ações com minha precisão, parece saber muito bem o que está fazendo.

Meu padrasto teve uma piora muito grande, por causa do fogo no correr que fez as maldições no corpo dele se desenvolverem mais, minha mãe ainda está instável, preciso falar com ela, preciso saber o que exatamente esse elfo das sombras quer de mim.

Saio do quarto, quando passo pela sala vejo Niram dando comida para Asura que está com um galo na cabeça, quando desmaiei ele acabou batendo a cabeça de leve no chão e agora está bravo e birrento, mas a médica afirmou que ele esta bem, pois os exames mostraram que é só um leve inchaço.

Vou para a sala de observação, entro e tiro as cortinas para ver minha mãe ao lado da cama enquanto Lion está a descansar, ela parece preocupada e exausta.

—mãe.— falo e ela olha para mim forçando um sorriso.

Sarah —espero que esteja bem filha, soube que desmaiou.— diz se aproximando do vidro.

—eu tô bem, só não esperava ter sofrido um aborto sem nem mesmo saber que estava grávida.— falo e ela fica preocupada instante.

Sarah —espero que esteja bem psicologicamente, pois mesmo não querendo ser mãe um aborto ainda mexe com seu psicológico, nunca vou conseguir esquecer meus gêmeos que morreram.— diz meio para baixo.

—você e o Dantalion vão ficar bem, prometo isso.— falo e ela apenas coloca a mão no vidro.

Sarah —como eu queria poder abraçar você minha florzinha.— diz respirando fundo.

—mãe, o que aquele rei dos elfos negros quer de mim?— pergunto colocando minha mão no vidro também.

Sarah —ele poder te usar para controlar o céu e o inferno, quer o controle de tudo.— só fico um tempo em silêncio.

—não tem como eu quebrar essa ligação?

Sarah —talvez tenha, mas vai precisar ir na casa do Danilo, caso não lembre ele é irmão de seu avô Derick.— minha vó Larah falava muito sobre ele e sobre como é galanteador, nobre e ao mesmo tempo gostoso, eu até estranhava ela falar assim do cunhado, mas quem sou eu para julgar.

—por que eu tenho que ir lá?— pergunto pois pelo que eu saiba ele é um vampiro.

Sarah —a esposa dele é a ex rainha das bruxas, foi ela que fez seu colar,  o nome dela é Rebeca, é até difícil de esquecer,  foi ela que revelou minha primeira gravidez para a família inteira.— diz e eu só fico olhando a cara dela sem entender.

—sua primeiro gravidez era segredo? Pensei que desejasse os gêmeos, todos falaram que sofreu muito quando morreram.

Sarah —eu tinha 18 anos, tinha me casado meio que forçada pela pressão que o Lion colocou em cima de mim, não queria ter filhos pois na época a única coisa que eu desejava era a liberdade, mas no final eu decidida ficar com o bebê, que depois dos vários acontecimentos ruins, e de um dos irmãos do meu marido tentar matar ele e chutar vários vezes minha barriga acabei  tento que fazer um parto de emergência, descobri que eram gêmeos, os dois morreram e eu sofri demais.— isso sim é algo traumático.

(Colar —pelo que eu entendi essa tal Rebeca é fofoqueira.) Como se você também não fosse.

Me despeço de minha mãe e vou em direção ao meu quarto pois irei passar na terra, vejo Dagon sentado na minha cama, parece que estava me esperando.

—quer falar algo comigo carneiro?— pergunto indo até o armário para pegar minha mochila.

Dagon —para de me chamar de carneiro por causa dos meus chifres, prefiro castanho mesmo.— desde quando ele prefere algum apelido? Quando passo por ele só sinto o mesmo me puxar pela cintura para o colo dele, engulo seco pois não sei o motivo de estar fazendo isso.

Fico olhando para seus olhos cor de mel que as vezes escurece um pouco, sinto meu coração disparar quando o mesmo tira uma mexa de cabelo da frente do meu rosto. Engulo seco quando ele abraça minha cintura me fazendo ficar toda arrepiada, sua respiração no meu pescoço está me deixando tão "desconfortável".

(Colar —você nem parou de sangrar ainda, para de fogo garota.)

—eu ainda tô em recuperac...— vejo que ele só abraça mais forte minha cintura me fazendo parar de falar.

Dagon —eu só quero que fique um pouquinho no meu colo, só isso.— diz passando uma das mãos em meu cabelo como se estivesse me dando carinho.

—você assim não é normal, nunca é....— paro de falar quando dessa vez ele me beija, sinto meu corpo todo amolecer com o beijo.

(Colar —algo de errado não está certo.)

Quando o castanho para de me beijar, fica me olhando, parece querer dizer algo.

Dagon —eu fui extremamente insensível com você quando descobriu a gravidez e o aborto.... Eu...— vejo que ele esta tentando me falar o que sente, mas simplesmente me solta e se levanta, vejo que ele sai do quarto meio estranho.

(Colar —é o mais próximo de um eu te amo que vai conseguir, desiste.)

Estou me sentindo tão estranha e mexida com as palavras dele, não disse nada demais, mas ao mesmo tempo é algo, pois o Dagon nunca demostra nada.

(Colar —vai ser meio errado esse concelho, mas continue sua vida e saia com outros até o demônio descobrir o que sente por você, pois acho que o medo que ele tem de te perder para o Arael que está fazendo essa mudança nele.) Talvez seja verdade...

Sinto lágrimas começarem a escorrer dos meus olhos,  o calor das mãos dele na minha cintura é algo que ainda sinto, não sei por que estou chorando, mas não consigo parar.

(Colar —deve ser  os hormônios que ainda devem estar muito altos, vai ficar mais sensível, é normal, a médica falou isso.)