Capítulo 26

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Mia

Preciso voltar a falar com Dagon, mas não estou conseguindo por causa da vergonha, ele me faz ficar estranha e isso me irrita demais.

Talvez ir logo para terra resolva as coisas, preciso ser realista, não vai dar certo ter Dagon como servo, ele ainda vai querer me matar, e eu ainda posso acabar me apaixonando pelo demônio maldito.

Seguir o coração é burrice, quantas pessoas morrem por causa disso? Várias, seguem o coração e são mortas pela pessoa que mais amam.

Vou para terra hoje, foda-se todo o resto, preciso aprender a ser egoísta, todos são então posso ser também.

Também acho extremamente errado eu ter que viver exclusivamente em um lugar por causa de alguém, por que eles não podem fazer o mesmo por mim?

Preciso arrumar minhas coisas, disse que me encontraria com aquele arcanjo a dois dias atrás, não gosto de me atrasar.
(...)

Pego minha mochila,  encho ela de roupas e peças íntimas, acho que já estou pronta para ir embora.

Vou até a parte de fora andando, vejo que Dagon está lá em frente me olhando, passo por ele e me preparo para voar.

Dagon —Mia, por favor...— pela voz  consigo ver que o orgulho dele está se quebrando e isso é prazeroso de se ver.

—vamos conversar enquanto caminhamos.— falo e ele vem em minha direção e anda ao meu lado.

Dagon —me diga o que você quer de verdade.— diz me olhando e eu penso calmamente.

—a cabeça da Shokko. Quando você me afogou falou com tanta certeza que foi eu que pareceu que ela própria confirmou.— falo e ele para de andar.

Dagon —não.— ele parece sério sobre a resposta.

—então morra ao lado dela.— falo me preparando para voar.

Dagon —a Shokko não disse que foi você, ela não falou nada, por não ter falado presumi que tinha sido você, porque provavelmente ela não queria que eu arrumasse problemas com a minha...mestra.— cada vez mais o orgulho dele se quebra.

Fico olhando a lua vermelha enorme no céu azul, está um clima aconchegante e fresco, só respiro fundo.

—eu quero a Shokko então, é a última vez que irei mudar o pedido.— falo olhando para seus olhos escuros como as sombras.

Dagon —..............— vejo que ele para e fica me olhando com um certo ódio aparente.

—se é assim, goodbye.— falo abrindo minhas asas, mas antes de eu voar uma ventania forte bate na gente, quase sou levada pelo vento, mas Dagon me segura pela cintura.

Dagon —tem um dragão aqui.— diz sério.

Vejo as árvores a nossa frente serem arrancadas do chão por uma calda negra enorme, logo consigo ver um dragão negro gigantesco, só sinto meu coração disparar, minhas mãos estão tremendo, não sei se é por causa da adrenalina ou do medo.

Só vejo Dagon assobiar, logo a dragoa dele fica a nossa frente e ruge bem alto, tenho que tapar os ouvidos por causa do som. O dragão preto enorme só voa para longe depois de ver que esse território é da dragoa cinza.

Dagon —salvei sua vida, é o suficiente?— pergunta me olhando.

—salvou a sua.— falo abrindo as asas e voando.
(...)

Arael

Será que aconteceu alguma coisa com ela? Ela deveria ter vindo para terra a dois dias, mas ainda não chegou, estou ficando preocupado com ela, nem perguntei o nome da minha mestra e provavelmente ela também não sabe o meu.

Tenho certeza que deve ser culpa daquele demônio de cabelos castanhos.
(...)

Sinto a presença dela aparecer na terra, só vôo na direção que ela está, vejo a morena que está com uma mochila azul e roupa preta. Essa garota parece ser um pouco gótica, pois se encaixa completamente no perfil, cabelo extremamente preto, batom preto, olhos azuis, e expressão de desgosto.

—não consegui me apresentar antes por causa daquele demônio, mas agora posso, meu nome é Arael, sou um arcanjo como deve ter percebido, se quiser perguntar qualquer cois...

*** —meu nome é Mia, você vai morrer se ficarmos em mundos separados?— ela é bem direta pelo que parece.

—sim, mas não irei morrer na hora, demora um tempo para isso acontecer. Eu não te conheço ainda, mas irei servi-la como achar melhor, só não matarei ninguém se me pedir, espero que concorde com isso.— falo beijando as mãos dela.

Mia —sou meio demônia, está tudo bem com isso?— pergunta me olhando de uma forma estranha.

—bem... se eu dizer que não me importo seria mentirá, mas não faz diferença. Irei servir e cuidar de você, fui destinado a isso e irei cumprir meu dever princesinha.— vejo que ela faz cara de estranheza.

Mia —quer dizer que vai me seguir para qualquer lugar inclusive no Inferno?— pergunta surpresa.

—olha, preferiria que não, mas se acha que seu lar é naquele lugar ficarei ao seu lado, mestra.— falo com um sorriso de canto.

Mia —poderia me chamar de outra coisa né, talvez só de Mia.— diz já com um sorriso.

—esta bem, Mia.— falo pegando a mochila dela.

Mia —para onde está me levando?— pergunta me seguindo.

—minha casa, imagino que queira conhecer o céu.— pergunto olhando para ela, pois espero que ela goste de lá.

Mia —posso entrar lá? Tipo assim, sou metade demônia e vampira, são duas espécies que cometem pecados para sobreviver.— diz coçando o braço, isso é uma forma de expressar insegurança.

—eu sou um arcanjo e todos os anjos me respeitam, não vou deixar ninguém falar mal ou diminuir você, além disso, somos seres divinos e somos respeitosos por natureza, vai ser tratada como uma princesa, acredite em mim.— falo e ela parece ficar mais segura.

Mia —tem uma coisinha que não sabe....— diz parando de andar.

—pode dizer.— falo vendo a expressão estranha dela.

Mia —tem um demônio no inferno, o Dagon...

—ele te fez mal?— pergunto preocupado com ela.

Mia —ele também é meu servo.— só fico sem acreditar quando ela diz isso.

—seu futuro deve ser bem importante para ter dois seres fortes como servos.— falo e a expressão de dúvida aparece no rosto dela.

Mia —como assim?

—seu destino deve ser importante, pois tanto eu quando seu outro servo somos seres fortes.— falo e ela fica meio pensativa.

Mia —posso me tornar rainha?

—talvez seu destino seja mais importante que isso, coelhinha.— falo sem perceber por causa da personalidade.

Mia —por que me chamou de coelhinha?— pergunta me olhando.

—você é cautelosa, tímida e fofinha. Penso em você como aqueles coelhinhos pretos de olhos azuis.— falo e ela vira o rosto, parece estar fingindo estar brava.

Mia —não tenho cara de coelha. — diz começando a andar a minha frente.

Ela parece ser uma boa garota apesar da escolha de maquiagem.

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora