Capítulo 86

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Mia

Parece que vai ter outro baile no inferno, não me sinto confortável para sair, mas não quero que todos fiquem preocupados comigo, quero mostrar que estou bem.

(Colar —não deveria se forçar a ir se não quer, vai fazer mal a você.) Eu sei disso, mas estou cansada de todos ficarem me olhando com preocupação, eu quero voltar a época antes de eu saber quem é Atalus.

Só pego um vestido preto no meu armário, ele é colado no corpo e tem um corte que deixa um pouco das minhas coxas a mostra, o decote  é perfeito, pois não mostra demais, nem de menos.

Solto meus cabelos pretos e fico me olhando no espelho, talvez um batom vermelho resolva essa minha cara de desânimo.
(...)

Só entro no baile, a primeira coisa que eu faço e ir na direção da mesa de bebidas alcoólicas, eu ia me culpar por beber, mas não farei isso, só quero esquecer meus problemas hoje.

Arlan —o que uma dama faz sozinha na mesa de bebidas? Não deveria estar com o seu noivo?— esqueci completamente que todos pensam que sou noiva do Dagon.

—a gente brigou e eu pedi um tempo.— falo e ele só sorri enquanto enche seu copo de whisky.

Arlan —estranho, meu irmão não é te aceitar esse tipo de coisa, ele é mais de pegar a mulher a força e fazer ela se desculpar mesmo que ele tenha feito algo errado.— não duvido de nenhuma atitude que Dagon possa ter.

—ele não faria isso comigo.— falo e ele só sorri como se eu tivesse contado uma piada.

Arlan —ele vai entrar pela porta da frente  e vai te levar embora a força agora— só rio da insinuação dele até ouvir o som da porta sendo aberta violentamente.

Quando olho só vejo Dagon vindo na minha direção, parece extremamente bravo, todos pararam para olhar, estou com extrema vergonha, pois parece que ele realmente vai me tirar daqui nos braços ou no ombro.

Só saio da mesa de bebidas e ando o mais rápido que posso para sair do salão, Dagon não vai me fazer passar vergonha na frente de todos, ando pelos vários corredores, mas acabo batendo de frente com ele que parece extremamente bravo.

—carneiro, não tem motivos para estar bravo.— falo tentando acalma-lo.

Dagon —eu tenho sim, esta a mais de uma semana sem me dar o mínimo de satisfação e ainda fica se encontrando com outros homens e se exibindo em festas como se fosse solteira.— diz  sério com o olhar de quem quer me queimar com os olhos.

—você não acha que está extremamente ciumento?— quando pergunto isso ele só se irrita mais e me coloca em cima do seu ombro, está me carregando de cabeça para baixo como um saco de areia.

Dagon —eu tô preocupado com você, está saindo e indo em festas como se o homem que te sequestrou não existisse.— diz me tirando do lugar pela porta dos fundos.

—não vou viver com medo Dagon, eu posso me proteger, se realmente se importa comigo me ensine a controlar logo a merda da minha sombra e....

Dagon —só cala a boca! Maldito seja o dia que pedi uma alma para saber o que sentia por você sua pirralha irresponsável.— só respiro fundo para não tacar fogo nele sem querer.

—eu não te obriguei a conseguir uma alma, eu nem estava aqui, além disso, quem é você para dizer algo para mim? Nem me salvou, quem eu esperava me tirar da torre todos os dias era você, mas isso não aconteceu.— falo tudo que está prendendo sem querer.

Dagon —você me culpa então? Ninguém conseguiu te achar, nem mesmo eu poderia sem a destinação que você desfez!

—eu fiz isso pelo bem da minha mãe e do meu padrasto, além disso, você nunca gostou da nossa ligação— falo enquanto bato nas costas dele para me soltar..

Dagon —sentimentos não prestam para nada.— quando ele diz isso simplesmente me taca na grama, vejo ele pegar uma jóia redonda que brilha em azul, ele simplesmente a quebra pisando em cima, vejo ela se desfazer em luz branca e desaparecer.

—o que você....

Dagon —prefiro voltar a ser o eu de sempre.— diz abrindo as asas, vejo ele voar para longe sem olhar mais para mim.

(Colar —eu acho que ele quebrou algo bastante importante.) Eu também acho.

Só me sento na grama, e do nada começa a chover,  as coisas não podiam piorar mais.

(Colar —eu já te falei para parar te dizer isso!) Eu sempre esqueço.

Eu não entendo como as coisas evoluíram assim, estava tudo tão bem...

Meu Problemático DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora