Dagon
A Mia ficou bem estranha depois que voltou da terra com Arael, não que ela não seja estranha naturalmente, pois ela é, mas está bem mais.
A pirralha está me evitando, nem olha para mim, mas pelo lado bom está fazendo o mesmo com aquele arcanjo.
É óbvio que tem algo por trás disso, ela não pode ter simplesmente mudado sua atitude sem motivos, eu só quero saber quais são essas motivos.
Só pouso no meu castelo e vou em direção ao quarto da minha filha, pois faz bastante tempo que não venho ver ela, minha pequena Scarlett deve estar um pouquinho maior já que bebês crescem rápido.
Abro a porta e vejo ela no berço dormindo, esta cada vez mais peluda e fofa, suas caldas são super felpudas e suas orelhas também, parece uma pelúcia.
Pego ela no colo com cuidado pois não quero acordar a pequena, fico ninando ela enquanto a observo dormir tranquilamente.
Escuto a porta do quarto ser aberta, me viro para ver quem é, me deparo com Aron me olhando.
Aron —quem diria que logo você viraria um pai babão.— diz me olhando colocar Scarlett no berço.
—eu não sou isso que você falou.— falo e ele apenas ri.
Aron —o Dagon que eu conhecia nunca pegaria a filha no colo para ninar ou olhar ela dormir— realmente, eu não pegaria minha filha no colo se fosse a décadas atrás.
Mia
Minha mãe e meu padrasto estão piorando, eu preciso fazer alguma coisa, mas com os guardas feridos atacar agora não é uma opção....
(Colar —Mia, fique calma, tomar atitudes de cabeça quente nunca é uma boa ideia, além disso...) Eu queria ouvir ela, mas já tem algo passando pela minha cabeça a algum tempo.
Vou até o quarto do Asura que está engatinhando pelo chão, esse pirralho não consegue parar quieto, daqui a pouco vai querer andar antes da hora, essa peste é muito precoce, apesar disso tudo adoro ele, parece um pouquinho comigo.
Pego o pirralho no colo que começa a se debater por querer ficar no chão, nem parece que a uns meses atrás não saia da porra do colo.
—para sua peste, eu só estou querendo me despedir.— falo e ele da um chute na minha cara enquanto tenta sair.
Asura —BUAAA!!!— diz começando a chorar.
Agora eu lembro porque detesto crianças, como eu quero tapar a boca dele com alguma coisa.... Vejo a chupeta em cima da mesa e coloco a boca dele que simplesmente cospe e começa a chorar novamente.
Mesmo seu choro sendo completamente irritante só abraço ele e beijo sua testa, ele ainda não se acostumou a ficar longe dos pais.
—eu vou fazer eles se recuperarem, prometo.— falo colocando ele de volta no cercadinho.
Pego minha mochila e vou para a parte de fora, abro minhas asas e vou em direção ao portal para fora do inferno.
Para em cima de uma montanha, vejo que a sombra do elfo já apareceu, pois estou perto do reino desse tal Atalus.
—sei que consegue me ouvir, eu me entrego, mas desfaz a maldição que colocou na minha família.— falo séria, pois daqui a menos de uma semana eles podem morrer.
(Atalus —não parece pronta para se entregar.) Não vou me entregar de mão beijada, quero ter certeza que vai honrar sua promessa.
—eu tô sozinha e você pode ver isso, quero que venha até aqui sozinho da mesma forma— falo e escuto o riso dele.
(Atalus —se é assim que você quer)
Fico andando pela grama verde enquanto espero ele chegar, minha guarda está alta pois tenho certeza que irá trazer outros.
Escuto passos e quando me viro vejo um homem ao longe, tem orelhas de elfo, cabelo preto e olhos que parecem ser da mesma cor, é forte meio bronzeado.
—fale algo.— falo para ter certeza que é ele.
Atalus —minha voz é bem atraente não é mesmo? Parece que gostou dela.— diz de forma calma enquanto caminha em volta de mim, parece estar sendo cauteloso.
—eu posso te congelar sabia? Quebre o maldição da minha mãe.— falo e ele apenas sorri.
Atalus —antes que consiga me congelar posso transformar seu coraçãozinho em pedra, tenho vários outros poderes interessantes também, não pode me matar, pois ainda não aprendeu a controlar sua sombra.— diz parando de caminhar, está me olhando.
—não preciso do controle sobre meu corpo para congelar você, mesmo que transforme meu coração em pedra ainda será congelado por completo, mesmo sem coração irá demorar um tempinho para eu morrer.— falo brava.
Atalus —você é extremamente determinada, então se eu quebrar a destinação da sua mãe e padrasto vai desistir e vir comigo de boa?— diz me observando.
—sim, já estou aqui, não posso fugir, mas lutar até a morte posso, se quebrar irei sem lutar.— falo e vejo ele simplesmente estalar os dedos, vejo uma sombra negra ir em direção a ele que a absorve.
Atalus —a maldição já foi tirada.— diz me olhando.
Pego meu celular na minha bolsa e ligo para o número da minha mãe, fico em tempo esperando e quando ela atende sinto o alívio vir.
—mãe, as marcas sumiram?— pergunto preocupada pois ela tinha entrado em coma ontem.
Sarah ~sim, as marcas do meu corpo e da do Lion sumiram, o que aconteceu? Onde você está?— consigo ver a preocupação na voz dela.
—mãe, eu amo muito você, o Aron, o meu padrasto chifrudo e o Asura.— falo desligando
(Colar —não vai fazer o que estou pensando né? Ele vai mata-la!)
Só pego o remédio roxo que a Rebeca me deu e engulo, só me rendo a dor momentânea e penso em como todos ficaram bem depois disso, só choro enquanto as marcas de destinação na minha mão desaparecem.
Vejo o elfo de cabelos pretos a minha frente ficar perplexo e sem acreditar.
Atalus —não tem como da morte né? Como ousa me enganar!?— diz ficando bravo
—estranho, quando falou comigo disse que me queria.— falo meio debochada, pois a morte já é certa depois de enganar ele.
(Colar —foi bom conhecer você, queria agradecer pela companhia também, não foi a melhor, mas...)
Atalus —eu não vou matar você, vou faze-la se arrepender profundamente disso.— diz olhando diretamente nos meus olhos, sinto minha consciência começar a pesar e quando noto estou no chão quase apagando, só fecho meus olhos e tudo apaga.
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Meu Problemático Demônio
RomanceMia Nasci com uma destinação diferente, uma ligação de mestre e servo. Descobri quando criança que tenho um servo demônio, tudo seria normal se não tivesse que viver com ele no inferno, o pior é aturar o ódio dele por mim. (Continuação de Sequestra...