Mia
Abro meus olhos devagar, meu corpo está doendo inteirinho, mas a dor mais aguda se concentra no meu ventre, olho para os lados e vejo que estou em uma sala branca, provavelmente o hospital do castelo.
Vejo Maria que é a médica do castelo me olhando, ela simplesmente vai até o soro e aumenta a tosse.
—o que aconteceu comigo? Foi estresse? Alguns dos meus servos se machucaram?— pergunto tentando me levantar, até ver que estou meio que usando uma fralda, queria saber por que estou usando isso.
Maria —olha, você sofreu um aborto espontâneo por causa do estresse excessivo.— fico paralisada ao ouvir isso.
—isso é completamente impossível, eu uso implante no braço para....— vejo que ela só me interrompe.
Maria —você respeitou a regra de um mês por precaução?— quando ela pergunta isso só fico em extremo silêncio.
—eu engravidei e sofri um aborto....— falo ainda sem acreditar, estava tão bem que nem notei nada de estranho.
Maria —não precisa ficar nervosa, só vai sangrar um pouco e depois vai parar, você se acostuma com o tempo, abortos espontâneos acontecem muito. Se um dia planejar ter filhos recomendo sossegar um pouco, seu ventre se contrai demais por causa do estresse, mas não acho que queira ser mãe agora.— diz me oferecendo alguns remédios.
—isso é para dor pois estou precisando.— falo e ela apenas me olha.
Maria —é para expulsar mais rápido o que já esta saindo do seu corpo, não pode ficar um mês em recuperação.— eu sofri um aborto e ela nem parece estar sentindo pena, por isso odeio médicos do inferno.
—certo.— falo engolindo os remédios.
Maria —mais uma coisa, vai sentir muita cólica na primeira semana, espero que não seja fresca com dor.— diz anotando algo no caderno dela.
—com quantas semanas eu estava?— pergunto curiosa.
Maria —quase duas semanas, seu feto ainda era do tamanho de um feijão então não precisa ficar deprimida.— diz sem nem olhar para mim.
(Colar —desculpa te incomodar nesse momento tão delicado, mas tô curiosa para saber quem é o pai.) Só fico mais confusa com a pergunta.
Maria —Mia, vou ter que fazer alguns exames, mas preciso saber quem era o pai do embrião, pois se perdeu tão fácil...— só falo logo antes que ela termine.
—pode ser do Dagon, mas também pode ser do Arael.— falo sem olhar para médica que só respira fundo.
Maria —sabe Mia, sua família materna tem a fertilidade muito boa, pois tem bastante gêmeos, você pode acabar engravidando de pais diferentes pois sua bisavó conseguiu esse ato raro traindo o marido.— minha vó Larah me contou essa história junto com minha tia avó Laiane, as duas são gêmeas de pais diferentes, uma é filha de um vampiro e a outra de um lobo.
—já entendi o aviso.— falo e ela apenas me dá um papel com uma receita.
Maria —uma rainha não pode ficar de repouso, é seu atestado para sair.— ela está me expulsando do ala médica?
(Colar —estou com pena de você, mas não se preocupe, daqui a alguns anos você e Arael vão ter um montão de filhos lindos e loiros de olhos azuis, talvez nasça até um moreninho gostoso.) Eu não acredito que ela está mesmo falando isso.
Vejo Dagon entrar na sala quase quebrando a porta, está sem camisa o que me faz não conseguir tirar os olhos dele, mas a dor me faz desviar o olhar.
Dagon —o que aconteceu com você? Eu fiquei.... preocupado.— demoro uns minutos para entender a última palavra que ele falou.
—preocupado?— repito sem notar, vejo Maria sair da sala deixando nós dois sozinho.
Dagon —soube que o Atalus controlou você, espero que esteja bem.— diz olhando diretamente para mim.
—eu meio que estou bem..... Só sofri um aborto espontâneo.— falo tentando parecer a mais normal possível, mas o castanho só trava olhando para mim.
Dagon —era meu?— pergunta me encarando.
—sobre isso..... Pode até ser.— falo e ele fecha a cara no mesmo momento.
Dagon —não sabe nem quem era o pai? Quem seriam os prováveis pais?— diz sério, pela voz parece estar achando que sou uma irresponsável.
(Colar —mas você sabe que é irresponsável, o minimo é saber quem era o pai, pois não é só um detalhezinho, vai que você não perdia.) É para isso que servo exame de paternidade.
—acha mesmo que sou uma vagabunda né?— falo enquanto tento me manter a mais paciente possível.
Dagon —o arcanjo poderia ser o pai né? Senti um aperto no peito enquanto estava no castelo depois de brigar com Arael, você dormiu com ele.— espero que seja só impressão minha, pois parece que os olhos dele estão ardendo em raiva.
(Colar —que raiva o que, isso é ciúmes.)
—para quem disse que não tem nada comigo está agindo de forma completamente diferente, não sei se percebeu, mas estou morrendo de cólica, estou com febre e quero ter pelo menos dois dias de repouso, se puder controlar a situação inteira e me deixar descansar eu agradeceria demais carneirinho.— vejo que ele só respira profundamente ao ouvir o apelido.
Vejo que quando o Arael entra na sala simplesmente me abraça com carinho e preocupação, mas estou quase sendo esmagada por ele, consigo ver pela minha visão periférica Dagon sair do cômodo.
Arael —quando soube que desmaiou fiquei tão preocupado, achei que não tinha sido capaz de proteger você.— diz com seus olhos azuis que demonstram carinho e preocupação, não parece mais tão bravo.
—eu meio que preciso de contar uma coisa, eu sofri um aborto espontâneo e você poderia ser o pai....— falo mas a reação dele continua neutra, parece estar preocupado somente comigo.
Arael —se você estiver bem eu também estou, mas seria lindo você segurando uma anjinha de cabelo loiro.— será que ele ouviu que "poderia" ter sido o pai e não que ele é.
(Colar —ouvir ele ouviu, agora imaginar como seria se fosse dele já imaginou. Ele é o completo oposto do Dagon, tem seus momentos de raiva por não ser completamente puro, mas continua sendo seu arcanjo.)
As pessoas que me ajudaram, só tenho a agradecer do fundo do coração, também agradeço a todos que comentam e me apoiam, vocês que me fazem continuar a escrever.
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Meu Problemático Demônio
Roman d'amourMia Nasci com uma destinação diferente, uma ligação de mestre e servo. Descobri quando criança que tenho um servo demônio, tudo seria normal se não tivesse que viver com ele no inferno, o pior é aturar o ódio dele por mim. (Continuação de Sequestra...